Quando estive em Altamira estado do Pará pela primeira vez, senti a necessidade de falar sobre está cidade, que se originou de antigas missões jesuítas, pioneiros da civilização que venceram por terra a volta grande do rio Xingu, em meados de 1750.
O Jesuíta austríaco Roque Hunderfund, ousou
navegar nas águas do rio Xingu e ultrapassar a grande cachoeira, tornou-se o primeiro
desbravador de Altamira.
Depois que os missionários foram expulsos por
ordem superior, aquela estrada entre Vitória do Xingu e Altamira foi
desaparecendo até o ano de 1868, quando outra missão católica se estabeleceu na
região com ajuda dos índios das tribos Tacuuba, Penes e Jurunas, posteriormente
fizeram amizades com outras tribos locais: Achipaias, Curiarias, Araras e
Carajas, dando inicio a cidade de Altamira graças à valorosa missão comandada
pelos frades capuchinhos: Ludovico e Carmelo Mazarino, cuja extensão foi até a
margem esquerda do Rio Xingu a foz do rio Ambé.
Segundo vários historiadores e pesquisadores,
foi reconstruído o caminho não mais do distrito de Cachoeira e sim da foz do
rio Tucurui pelo Major do Exercito Brasileiro Leocácio de Souza que fez uma
ariscada expedição mata adentro, desaparecendo na selva.
Com ajuda de escravos o Coronel Gaiôso refez
o caminho da expedição abrindo um pico da foz do rio Juá até o rio Ambé,
iniciando uma grande estrada no meio da mata fechada.
Ficando paralisado o trabalho após o ano de
1888 com a Lei Áurea, que libertaria os escravos.
Um baiano chamado Agrário Cavalcante retomou
os trabalhos para abertura da estrada, até seu falecimento, ficando responsável
pela abertura dos ramais e escoamento da produção na região, seu sobrinho José
Porfirio de Miranda Júnior.
Altamira foi incluída ao município de Souzel
através da Lei nº 8.111 de 14 de abril de 1874. Sendo o maior município do
Estado do Pará, o que exigia que a região do alto Xingu estabelecesse um
governo municipal.
Em 1892 Altamira não parava de crescer,
começando a se tornar Vila, dando aspecto de cidade, em 1911 foi criada uma comissão
para administrar a Vila de Altamira, nomes como Coronel Raimundo de Paula
Marques e Major Pedro de Oliveira lemos eram influentes comerciantes na época.
Devido a extensão territorial e a falta de
comunicação com a região via marítima, o próprio Coronel José Porfirio de
Miranda Junior defendeu a desmembramento de Souzel, assim o município foi
criado pela Lei Estadual nº 1.234 de 6 de novembro de 1911, data de sua
emancipação na categoria de cidade somente pela Lei nº 1604 de 27 de setembro
de 1917.
Em 1940 a região torna-se um núcleo de
exploração de suas riquezas naturais, expedições, concentrando-se os famosos
“soldados da borracha”, garimpeiros e êxodo rural.
Aquela região cresceu de forma espantosa
alicerçada através do sistema do aviamento e da própria navegação em seus rios,
a busca do minério dourado, mortes violentas nas florestas cercadas por etnias
indígenas.
Em 1950 entre conflitos agrários e o declínio
econômico com a queda do preço da borracha, a pirataria dos segredos da mata fechada,
caçadores e seu comercio de peles de animais, pesca predatória e o
enfrentamento ariscado com os índios ao entrar em lugares considerados sagrados
pelos indígenas na região.
Em 1970 houve a abertura da rodovia
Transamazônica onde foi implantada pelo Governo Federal na época uma politica
de colonização da Amazônia.
Uma fase marcada por ocupações de extensas
terras, para uso agropecuário, colonizando ocupações sem uso, devastando e
interferindo na pacata vida indígena.
Era necessário preencher os chamados vazios demográficos.
Intensificada pelo Programa de Integração Nacional, iniciado pelos órgãos:
SUDAM e do BASA.
Apesar do crescimento populacional possuindo
menos de 6 mil habitantes, migrantes de todos os estados brasileiros,
Foi um crescimento rápido e desordenado, em
1974 foi apresentado pelo Governo Federal uma politica de concentração de polos
agropecuários e agro minerais, tornando-se um polo direcionado as empresas
agropecuárias.
Um processo de ocupação desastroso nas áreas
alagadas ao redor da cidade, tornando uma espécie de periferia urbana, surgindo
novos bairros habitados por ex-colonos empregados e assalariado urbanos
rurais.
Em 1991 a cidade de Altamira possuía mais 50
mil habitantes, já década 2000 houve um
grande salto econômico e social com uma população de mais de 70 mil habitantes.
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