terça-feira, 24 de agosto de 2021

Fortaleza de Santo Antônio de Gurupá e sua verdadeira história.

 O nome do novo forte Santo Antônio foi uma homenagem e agradecimento a ajuda dos frades da província que colaborou com o recrutamento dos índios Tupinambás. 

A tomada do forte dos holandeses foi um importante passo para a consolidação da conquista da Amazônia pelos portugueses, que agora abririam caminho pelos rios a fim de estabelecer seus domínios. 

As ruínas do forte Mariocay, reconstruído de taipa e pedregulho, seria a posição portuguesa mais ocidental da América. 

Revendo algumas fontes históricas chego ao mapa publicado em 1625 pelo holandês Joannes de Laet, aparece a fortaleza de Corpapi, no local onde se localiza Gurupá. 

O mesmo acontece com outro mapa publicado em 1646 por um holandês Robert Dudley, que cita o tal forte. 

Os muros do forte foram de pedras tiradas às margens do rio amazonas em torno do forte, usando trabalho escravo indígena, as obras nunca ficaram prontas, nem concluídas, com os anos foram feitas modificações, instalações de artilharia. 

Toda essa historia há um silencio no local, analisamos esse processo de ocupação a custo do suor e sangue e escravidão dos índios que um dia habitavam este município em harmonia com a natureza.


Gurupá é fruto de um longo processo de ocupação e um forte construído pelos holandeses para uma melhor comercialização os índios locais de, estando à margem direita do rio amazonas.

O historiador THEODORO BRAGA relata em sua pesquisa que provavelmente a origem da palavra Gurupá é indígena e significa “Porto de canoas”.

Ao ser elevado pelos holandeses o forte Mariocay, como os europeus chamavam os índios que habitavam estas terras, era um ponto estratégico, instalado em um rochedo que dava uma ampla visão do rio amazonas.

Portugal desconhecia a presença de holandeses na região, foi através da captura de dois homens de nacionalidade belga e alemã, que foi informado à presença de europeus na região amazônica.

Até então desconhecida, o Capitão Mor de Belém BENTO MACIEL PARENTE após dizimar os índios e os europeus, apoderando-se de suas terras e escravizando poucos que sobreviveram partiram para a matança com 70 soldados e um grupo de mil índios para atacarem o forte.

No rio Xingu capturaram 36 holandeses e 100 angolanos, após destruírem os fortes dos holandeses.

Jorge Hurley em 1936 no livro “ noções de historia do Brasil” descreve que a Palavra MARIOCAY ( UMARYCAI)vem do Tupi: UMARY= frutos da mata, CAI= verbo queimar e UMARY= queimado.

E a palavra que deu origem ao nome Gurupá, devido os portugueses passaram a chamar de “Corupá”, porque os índios afirmavam que ali era um porto de canoa ou seja origem tupi era IGUARUPÁBA= porto e de muitas canoas. Com a nossa língua entre portugueses e alguns índios, com certeza mestiços o tempo passaram a chamar de Gurupá, informações precisas de Francisco Adolpho Varnhagem no seu livro historia do Brasil do ano de 1962.

Alguns historiadores acreditam que os holandeses fizeram amizade com os índios e até comercializavam produtos, podemos descrever que o cotidiano dessa época onde os índios produziam as atuais roças, pesca de tartaruga e seus derivados como o óleo, caça de animais silvestre com a comercialização da pele de onça, em troca os holandeses davam espelhos, roupas e utensílios para agricultura.

Os índios leais aos holandeses foram mortos, alguns sobreviveram e se tornaram escravos, BENTO MACIEL PARENTE ficou em Gurupá, onde após destruir o forte dos holandeses, construiu sobre taipa um forte invocando a proteção de Santo Antônio em 1623.


AUTOR: GILVANDRO TORRES


Fontes Consultadas:

Arthur Viana, As fortificações na Amazônia, anais da biblioteca e arquivo do Pará, tomo IV, Belém/ 1905, página 227-307.

Carlos Roque, fortificações na Amazônia.

LodewijkHulsman, Escambo e tabaco; o comercio dos holandeses com índios no delta do rio amazonas (1600-1630), Universiteit Van Amsterdan-2012.

F.A Varnhagen, História Geral do Brasil-SP/1962.

Spix e Martius, Viagens pelo Brasil, Rio/1938.

John Hemming, Ouro Vermelho- A conquista dos índios brasileiros, SP/ 2007.

Jorge Henrique Hurley, Noções de História do Brasil. Belém: Instituto Lauro Sodré-1938.

Cel. Claudio Moreira Bento, A conquista da Amazônia por Pedro Teixeira-RJ 1973.






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