quarta-feira, 19 de junho de 2024

: IDENTIDADE DA AMAZÔNIA GURUPAENSE.

 

Para extrair o pau Brasil os portugueses utilizavam do trabalho e conhecimento indígena, desde a derruba, corte dos galhos e madeira que traziam até a praia onde estavam ancorados os navios, era feito o sistema de trocas não utilizando moeda o escambo, trocando madeira por espelho, facas, machados e tecidos.

Os contatos entre os colonizadores e os povos indígenas, foram elementos de dominação através da exploração dos recursos naturais, consequência o desaparecimento das línguas indígenas e a forte catequese que obrigava os indígenas a mudar o comportamento, inserindo nomes europeus, costumes, foi um processo de colonização com escravidão indígena, violência contra mulheres e doenças transmitidas pelos não indígenas.

Estima-se que populações inteiras foram dizimadas e tribos abandonaram suas terras, seus costumes e sua língua de origem, a miscigenação é o resultado da diversidade a diferença se deve à influência de outras línguas, as línguas indígenas, por exemplo: nosso vocabulário está cheio de palavras de origem tupi: além da língua, os portugueses também trouxeram instrumentos feitos de ferros como machados, espadas, facões, armas de fogos e etc.

Que não eram conhecidos pelos nossos indígenas, com a chegada dos negros trazidos pelos portugueses, o Brasil incorporou as características em sua cultura. Para a religião, os negros trouxeram a crença nos espíritos, o candomblé.

Na música brasileira são utilizados vários instrumentos de origem africana, os povos africanos também influenciaram na nossa língua portuguesa, com sotaques e palavras como senzala, quando os colonizadores chegaram ao Brasil, várias tribos indígenas eram inimigas entre si.

Os colonizadores faziam uso das rivalidades, aliando-se a algumas tribos para derrotar outras, o que facilitava sua dominação sobre o território, durante os primeiros anos da chegada dos portugueses a América, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo.

Os missionários jesuítas eram contra a escravidão indígena no Brasil, mais impunham a conversão a religião católica.

Os Tupinambás ocupavam a foz, tiveram suas terras saqueadas, a história não relata mais houve muito derramamento de sangue indígena, região ancestral tupinambá Mairí, atual Belém foi um exemplo capitaneado pelo Cacique Guaimiaba.

A língua universal indígena era Nheengatu. Herdamos dos povos originários a culinária, andar descalço, deitar em redes, tomar banho diário além de praticar artesanatos com fios e fibras.

Os lusitanos ocuparam a região com a implantação do forte do presépio em Belém, as batalhas contra os holandeses, franceses e corsários ingleses para assegurar o domínio da Amazônia oriental e os povos indígenas no processo de colonização foram perdendo suas terras, devido ao surgimento de Vilas e Fortificações, essas fortificações eram bases militares construída uma pequena casa de madeira e palha com um muro de pedras e canhões médios carregáveis de frente para o rio.

O Estado do Pará apresenta uma das maiores diversidades etnias do Brasil contando com 55 etnias e 77 territórios indígenas em 52 municípios paraense, o que representa 25% do Pará pertence aos povos originários contando com 60 mil indígenas.

O Brasil conta com 305 povos indígenas e 274 línguas originárias diferentes, a demarcação de terras indígenas é um direito ancestral previsto na Constituição cidadã de 1988, há mais de 500 anos lutam pela proteção de suas famílias, culturas e terras.

A Amazônia, pesquisas cientificas documentam que a ocupação remontam ao período da pedra, além dos povos tapajônica, marajoara e konduri, outros povos da Guiana estiveram aqui entre a região de Santarém e Xingu.

No século XVIII a população amazônica somava cerca de 54.200 e atualmente são menos de 12.000 com cerca de 21% do território nacional, os primeiros contatos deu-se pelo século XIV com holandeses na região de Gurupá, relatos que grupos indígenas viviam harmonia entre engaibas, mapuas, aruanes, taconhapés, ingabaybas.

Os primeiros contatos com os europeus deu-se necessário através de técnicas necessária como a linguagem universal indígena, contudo o desaparecimento de línguas indígenas foi concentrada em dois troncos linguísticos: macro e Tupi.

Estima-se que 75% das línguas se perderam ao longo de 500 anos e parte dos povos indígenas que viviam na costa, no período da colonização, falavam línguas que pertenciam ao tronco Tupi.

Dentro desse tronco, o Tupinambá era uma das línguas gerais que existiram no Brasil e que era usada para se comunicar com os indígenas, o Tupi não é o único tronco linguístico indígena existente no Brasil. O tronco macro-jê é outro grande exemplo.

Os colonizadores se apossaram de terras e intensificaram o tráfico de pessoas escravizadas trazida do continente Africano.

O Tupi Guarani era língua originaria em 1751 uma provisão real proibiu a utilização do Tupi, nossa linga recebeu influência dos povos originários e também dos povos da África que aqui chegaram forçadamente para trabalhar.

O Tupi se originou da língua tupinambá que foi incorporado a nação indígena tupinambás e a nossa língua ganhou diferencial da língua portuguesa falada em Portugal.

Os dialetos, costumes linguísticos, o legado do povo africano e indígenas contribuiu para os dias atuais uma enorme herança cultural, a beleza e cultura a culinária tem influência dos negros e indígenas assim como as festas populares danças e ritmos.

Quem somos nós e uma pergunta a ser em nossas comunidades, reconhecer a diversidade cultural de nossa formação pode ser uma maneira de compreender nossa riqueza cultura.

 A cultura afrodescendente no Brasil veio da cultura africana chegou às terras brasileiras pelos africanos trazidos para cá para servirem de escravos, os navios carregavam pessoas de várias etnias africanas, o que permitiu a pluralidade cultural de origem africana no Brasil.

Deste contexto nasceu  a fusão entre a cultura africana e os vários elementos da cultura indígena e europeia, nasceu no país uma cultura muito vasta, se buscarmos em nossas origens, diversos são os elementos que compõem a nossa formação tradicional e têm origem no continente africano.

Candomblé e umbanda são religiões originalmente brasileiras, mas que surgiram com base em elementos religiosos africanos, consiste no culto aos orixás da cultura iorubá, enquanto a umbanda é uma forma sincrética entre o candomblé, o catolicismo e o espiritismo kardecista. Sendo uma religião monoteísta que acredita na existência da alma e na vida após a morte.

A palavra “candomblé” significa “dança” ou “dança com atabaques” e cultua os orixás, normalmente reverenciados por meio de danças, cantos e oferendas.

A partir do momento que a Igreja Católica faz a fusão de elementos culturais desse povo na religiosidade, ela já configurou uma forma de sincretismo religioso, o sincretismo de origem afro surge com a religião católica, numa busca de camuflar as suas crenças, que eram totalmente proibidas em país católico.

Embaixo do altar católico e das imagens de santos os negros louvavam e cultuavam seus orixás, tendo assim o sincretismo afro-brasileiro, os santos foram justapostos aos orixás africanos. Essa mistura religiosa originou as religiões afro-brasileiras. 

 

Durante o período da escravatura no Brasil, nas senzalas, para poderem cultuar os seus Orixás, Inkices e Voduns, os negros foram obrigados a usar como camuflagem altares com as imagens de santos católicos, cujas características melhor correspondiam às suas Divindades Africanas, e por baixo desses altares escondiam os assentamentos dos Orixás, dando assim origem ao chamado Sincretismo.

Mesmo usando imagens e crucifixos, os seus cultos e rituais inspiravam perseguições por parte das autoridades e pela Igreja, que viam o Candomblé como paganismo e bruxaria.

Sabe-se hoje, segundo alguns pesquisadores, que este sincretismo já teria começado em África, induzido pelos próprios missionários para facilitar a conversão dos indígenas.

Os portugueses aderiram ao comercio de pessoas escravizadas da África para o Brasil ficou conhecido na história como Tráfico negreiro.

No continente africano os portugueses trocavam armas, tecidos por pessoas capturadas por chefes tribais, essas pessoas escravizadas eram aprisionados nas guerras tribais e eram negociados por mercadores, embarcados nos navios negreiros, muitos adoeciam e faleciam, as viagem ao Brasil levava até seis semanas, uma viagem com violência, suicídio, pouca agua potável, e alimentação escassa, as regiões que mais forneceram pessoas escravizadas, foram os países: Cabo da Guiné, Reinos do Congo e Angola.

Pertenciam grupos étnicos sudaneses(Nigéria), Daomé (Costa do Marfim), Bantos (capturados no Congo), Angola e Moçambique.

388 anos o Brasil teve economia ligado ao trabalho escravo, as formas mais desumanas eram o acoitamento público e o chicote amento na senzala, as feridas eram aplicadas limão e sal.

Os africanos trazido a força do continente africano, alguns se atiravam em alto mar, a travessia do atlântico era tormento mais de 12 mil africanos vieram nos navios negreiros.

Alimentação era constituída por farinha de mandioca, milho e carne seca, uma das doenças mais comuns era o Escorbuto que provoca dores no corpo, inchaço pela falta de vitamina C no organismo.


A cultura indígena e africana possui importância fundamental na construção da identidade nacional brasileira, ela está presente estudar a história e cultura Afro-brasileira e indígena é descobrir nossas raízes, nos ajuda a entender o passado, pensar no presente desmistificando ações e falas preconceituosas e nos possibilita construir um futuro melhor, mais humano e igualitário.

A obrigatoriedade de inclusão de História e Cultura afro-brasileira e africana nos currículos da educação básica é um momento histórico que objetiva não apenas mudar um foco etnocêntrico, marcadamente de raiz europeia para um africano, mas sim ampliar o foco dos currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira.

Nessa perspectiva cabe às escolas incluir, no contexto dos estudos, atividades que abordem diariamente as contribuições histórico-culturais dos povos indígenas e dos descendentes de asiáticos, além das raízes africanas e europeias.


AUTOR: GILVANDRO TORRES

Nenhum comentário:

Postar um comentário