terça-feira, 18 de junho de 2024

 


PESQUISA DO MUSEU EMILIO GOLD REVELA GRANDE DESCOBERTA ARQUEOLÓGICA EM GURUPÁ NO ESTADO DO PARÁ

Gurupá está localizado na confluência dos rios Xingu e Amazonas, no arquipélago do Marajó. 

O município possui pouco mais de 31 mil habitantes (IBGE, 2014) e “já foi uma localidade central nas principais transformações históricas da Amazônia, desde a colonização europeia até a época da borracha, depois da qual houve uma grande decaída populacional e econômica da região. 

Os trabalhos arqueológicos iniciaram na Reserva Ambiental do Jacupi. Helena Lima afirma que a região de Gurupá possui mais de cinquenta sítios arqueológicos identificados e estima que haja um número muito maior de sítios ainda não descobertos. 

Vários materiais já foram coletados como cerâmicas, carvões e amostras de solo, de diversas épocas. 

Há vestígios de povos desde antes da chegada dos europeus à Amazônia até períodos mais recentes. 

Os materiais coletados foram trazidos para a Reserva Arqueológica do Museu Goeldi onde se encontram em análise. 
Apesar de recentes, os estudos já possibilitam inferir algumas informações surpreendentes.

As cerâmicas, por exemplo, apresentam traços estilísticos que mostram contatos culturais com povos do norte da América do Sul. 

Isso é muito interessante porque a arqueologia vinha falando de fluxos estilísticos no sentido leste-oeste, ao longo do Rio Amazonas. 

Mas, ao contrário do que se imaginava em Gurupá, a cerâmica mostra uma circulação de informações no sentido norte-sul, passando pelas Guianas e Amapá e indo até o rio Xingu, atingindo regiões como a Volta Grande. 

As pesquisas arqueológicas também demonstram que nós ainda temos muito para aprender sobre sustentabilidade com as populações nativas que habitaram a Amazônia. 

Um exemplo são as chamadas terras pretas antropogênicas, solos férteis de coloração escura que não existem na natureza por si só, e são resultado de trabalho humano realizado há centenas e até milhares de anos atrás. 

Existem várias áreas de terra preta em toda a Amazônia, com tamanho variando de poucos metros quadrados a muitos hectares. 

Sítios grandes em Gurupá mostram intensidade de ação humana e vários locais onde essa terra preta era formada.

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