domingo, 23 de junho de 2024

 

De volta a terra Parauara

Voltei para Belém em 2002, numa viagem cansativa peguei uma intoxicação alimentar no barco, isso me incomodou bastante, o banheiro não era muito limpo. 

A embarcação estava lotada, de Macapá para capital paraense vi diversos vilarejos e casas isoladas a beira do rio, igarapés e pessoas mariscando na canoa, as crianças na canoa esperam o barco passar e alguém jogar qualquer coisa desde alimentos e roupas num saco plástico, eles são muito carentes, no estreito de Breves se vê muito isso.

Alguns conseguem amarrar sua canoa na embarcação para comercializar o vinho do açaí. 

Passamos pelo estreito de Breves de noite, contornando a ilha do marajó, paramos em Breves e depois só mata e água o dia todo.

Amanhecemos em Belém ao descer no porto, beijei o solo paraense que não pisava a 54 meses, todos ficaram olhando mais só eu sei a alegria de voltar para capital e refazer novamente minha história pessoal. 

Onde voltaria a ser líder estudantil e ser eleito conselheiro escolar da maior escola pública do meu bairro do Telégrafo.

Voltar a viver na capital e escutar sonetos de Waldemar Henrique e degustar de um açaí pastoso com pirarucu frito na feira do Ver-o-Peso.

Viver em Belém e olhar a beleza do Guajará sentir as tardes de chuva e saborear uma água de coco na orla de Icoraci. Andar pelas ruas e ver as belezas das mangueiras centenárias e ouvir uma bela poesia de Ruy Barata, no bar do parque, ao som do ritmo do carimbo de Pinduca. 

Belém minha casa, Belém de todos ritmos, religiões e tradição do orgulho cabano que sentimos de ser paraense carregando sempre um Muiraquitã, símbolo do regionalismo nossa maior riqueza cultural inesgotável símbolo do misticismo caboclo paraense.

DIÁRIO PESSOAL- 2002


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