terça-feira, 18 de junho de 2024

 

Um pouco da historia dos quilombolas de GURUPÁ

No começo do século XVI, quando os europeus começaram o processo de ocupação da Amazônia, os holandeses estabeleceram uma feitoria localizada abaixo da foz do rio Xingu onde comercializavam especiarias com as tribos indígenas. 

Este entreposto comercial ficou conhecido com o nome dos indígenas  que ali moravam: os Mariocay. 

Depois de ter conseguido derrotar seus opositores, os portugueses construíram naquele lugar o Forte de Santo Antônio de Gurupá que foi o ponto de apoio para a conquista de toda a região. 

Deste forte saiam as expedições de captura dos indígenas que eram escravizados e obrigados a trabalhar na coleta das especiarias (drogas do sertão). 

Em poucas décadas centenas de milhares de índios foram exterminados sendo necessária a importação de mão de obra para trabalhar nas fazendas que começaram a surgir ocupando grandes extensões de terra. 

Entre os maiores fazendeiros da região de Gurupá Miri encontravam-se Pedro Lima, Celestina Custódia de Aragão e Patrocínio.

Segundo os moradores o povoado de Jocojó, contado desde as primeiras gerações, existe há 332 anos. 

Foi formado por escravos que conseguiram fugir do Gurupá Miri contando com o apoio de seu Antônio que morava no lugar chamado Munituba. 

Este lhes tinha garantido livrá-los das chicotadas que pegavam no Gurupá Miri. Aproveitando uma das viagens dos Senhores que comandavam este lugar, o escravo Halípio inventou que iria caçar. 


Na verdade queria pesquisar onde dava pra se esconder. 

Halípio, depois de muito tempo andado conseguiu chegar em um baixo de terra.

 Vendo que ali era o final da terra firme ideou subir em uma árvore bem alta e olhando para o outro lado do igapó percebeu que lá também tinha terra firme.

 Voltando para Gurupá Miri contou para seus companheiros o que havia descoberto. 

Então se juntaram mais pessoas e inventaram outra caçada. Halípio, que conhecia o caminho, era o guiador da turma. 

Desceram o igapó e andaram até que chegaram na beira do igarapé, o atravessaram e subindo viram que era um lugar onde dava para se esconder. 

Deu certo, pois era neste igarapé que Antônio do Munituba pescava e ele tinha deixado lá um casco. 

Pegaram a canoa e foram pesquisar onde desembocava o igarapé e vieram olhando até que bem quase próximo do Munituba estava saindo água preta.

Um belo dia se juntaram Halípio, Antônio Francisco, Plácido, Lucas, Maximino, Páscoa, Domingos Ramos e fugiram vindo definitivamente se esconder nas terras do Jocojó. 

Antônio do Munituba, que havia ficado com muita pena deles pelos sofrimentos que eles lhe contavam, os protegeu e durante muito tempo não disse pra ninguém que tinha escravo escondido naquelas matas. 

No início os escravos fugitivos trabalhavam na roça do Antônio do Munituba em troca de mercadorias. 

Depois passaram a comercializar com ele o que produziam. 

Sua fuga foi também protegida pelo fato que o Igarapé que eles subiram era tapado isto é, não estava limpo.

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