domingo, 23 de junho de 2024

Quando a Terra escureceu 540 dias?

Em 536 d.C., Europa, Oriente Médio e partes da Ásia vivenciaram um notável fenômeno ambiental conhecido como ‘noite perpétua da Idade Média’.

Esse período, que durou 18 meses, foi caracterizado por uma escuridão contínua, onde o Sol e a Lua apareciam igualmente tênues no céu. 

Não houve amanheceres ou entardeceres, mergulhando a vida em uma sombra prolongada.

O impacto dessa escuridão foi profundo e abrangente. 

Na China, a neve cobriu toda a região, levando a colheitas malsucedidas e severa fome. 

A Europa sofreu de maneira semelhante, com crônicas indicando que os campos de cultivo não se recuperaram das baixas temperaturas por pelo menos três anos. 

A maioria desses relatos originou-se de Constantinopla, a capital do Império Romano do Oriente na época. 

No entanto, os efeitos foram sentidos bem além das fronteiras europeias.

Décadas após o evento, a causa desse período de 18 meses de escuridão permaneceu um mistério. 

Mais de 1.500 anos depois, pesquisadores do Climate Change Institute da Universidade do Maine propuseram uma explicação possível. 

Em uma oficina de trabalho em 2018 na Universidade de Harvard, eles apresentaram evidências sugerindo que uma erupção vulcânica cataclísmica na Islândia foi a causa provável. 

A erupção, que ocorreu em 536 d.C., foi tão poderosa que espalhou cinzas por grande parte do hemisfério norte.

Esse evento levou ao que agora é referido como um ‘inverno vulcânico’, um fenômeno onde as temperaturas globais caem devido a gotículas de ácido sulfúrico escurecendo o Sol. 

Essas gotículas resultam de grandes erupções vulcânicas ricas em enxofre.

A cinza e o ácido sulfúrico formaram efetivamente uma ‘parede de fumaça’ no céu, bloqueando a luz do sol e causando uma queda dramática nas temperaturas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário