sexta-feira, 14 de junho de 2024

Encantador és tu Rio Mararu, a vida passa devagar, nesta correnteza, com seu tempo tão particular no olhar do barqueiro, cresce e vendo, seus portos imaginários atraca os barcos, com todos os sonhos no porão. Destas pequenas embarcações, calafetadas de zarcão, os trapiches de madeira, à beira do rio com olhar ribeirinho. Atravessam nas noites de ventos, as redes balançando no convés e a proa desbravando essas águas inquietas do verão amazônico. Deste trapiche, somente a despedida, aqueles que viajam, por esse rio de saudade, tão natural quanto o tempo que passa e nunca para. No trapiche rios que se transformam em rua, um vai e vem de embarcações, cada imagem vira poesia, no cotidiano ribeirinho da ilha da grande de Gurupá. As pessoas chegando bem cedinho e os barcos cruzando o rio tão vagaroso, sem pressa, as águas vão cortando sua frente e nem fazem maresias neste imenso rio de sonhos e esperança. Olhando este rio de saudade, vem uma lágrima em meu olhar, sem palavras, uma perda que não sei explicar, nem consigo falar, sua ausência tão grande. O barco vai atravessar as veias dos seus rios e igarapés, enfrentando os impiedosos invernos desta imensa Amazônia. Que me permite pensar na Intocável pintura, rios que viram ruas em seus habitantes imaginários de um universo de pescadores artesanais. Sonhos ilustrados em redes de pesca e barcos encantados num rio sem ruas. Nas ruas da cidade, contempla-se ouro dos ribeirinho, os açaizais que vencem os inúmeros estirões de rio, que estão em seu caminho, navegando para chegar ao seu destino, onde mora a esperança de cada dia. AUTOR POEMA E FOTO: GILVANDRO TORRES

 



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