terça-feira, 18 de junho de 2024

 

A EXTRAÇÃO DE AÇAÍ EM GURUPÁ EM 1999

No ano de 1999 pesquisei no rio Mararú na zona rural de Gurupá a extração de açaí, depois da decadência da produção de palmito em conserva e da exploração de madeira, a ausência das fabricas e madeireiras, veio o novo eldorado o OURO DOS GURUPAENSE. 

A colheita do açaí é praticada por muitas famílias, sendo destinado ao consumo familiar como para a venda, utilizando mão de obra na sua grande maioria masculina normalmente jovem. 

O trabalho é frequentemente realizado por duas pessoas, uma para subir nos AÇAIZEIROS e colher os cachos e outra para debulhar os frutos, colocando o açaí em paneiros. 

Quando para o consumo, em que a quantidade colhida é menor, os cachos podem ser debulhados em casa com a ajuda das mulheres. 

Muitas crianças já participam desta atividade, tendo a vantagem de poder subir nos açaizeiros mais finos que não suportariam o peso de um adulto. 

Os açaizais de onde se extraí o fruto situam-se principalmente nas margens dos rios e igarapés, 

Nestas limpezas de açaizal, a área é roçada, retiram-se cipós e plantas trepadeiras agarradas às touceiras do açaizeiro, cortam-se os estipes mais altos, que já não suportam o peso de uma pessoa, permitindo-se assim uma maior penetração dos raios do sol. 

No passado houve intensa extração de palmito por palmiteiros as áreas de açaizais foram muito reduzidas, com isto poucas famílias dispõem de uma produção suficiente para a comercialização. 

A safra do açaí, nesta região ocorre de março a agosto, a presença de atravessadores, no período da safra percorrem o rio Mararú comprando o açaí que é destinado principalmente ao mercado de Breves. 

Estes atravessadores entregam os paneiros na tarde do dia anterior ou pela manhã e recolhem a produção nos portos das casas até o início da tarde, aproveitando para vender alguma mercadoria. 

O preço pago pela lata do fruto de açaí é bastante variável de atravessador para atravessador variando até numa mesma de localidade. 

A venda do açaí, principalmente no início da safra, quando os preços são mais elevados, permite às famílias a acumulação de capital suficiente para a realização de investimentos, como motores a óleo diesel que serve de gerador de luz, motores rabeta para pequenas embarcações e aquisição de parabólica, produtos de serventia ao modo de vida dos ribeirinhos.



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