terça-feira, 29 de agosto de 2023

 A Guerra Civil Moçambicana (também conhecida como Guerra dos Dezasseis Anos em Moçambique) foi um conflito civil que começou em 1977, dois anos após o fim da Guerra de Independência de Moçambique, e que foi semelhante à Guerra Civil Angolana, visto que ambas eram guerras secundárias dentro do contexto maior da Guerra Fria

Os ideais do partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), bem como os das forças armadas moçambicanas eram violentamente opostos aos da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), que recebia financiamento da Rodésia e, mais tarde, da África do Sul

Durante o conflito, cerca de um milhão de pessoas morreram em combates e por conta de crises de fome.

 Além disso, cinco milhões de civis foram deslocados e muitos sofreram amputações por minas terrestres, um legado da guerra que continua a assolar o país. 

A recessão económica e social, o totalitarismo marxista, a corrupção política, a pobreza, as desigualdades económicas e o insucesso do planeamento central, fizeram nascer uma vontade revolucionária.

O conflito apenas terminou em 1992 com a assinatura do Acordo Geral de Paz pelo então presidente da república Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama, então presidente da Renamo.

Após o fim da guerra, o país viu a realização das primeiras eleições multipartidárias em 1994.


Entretanto, havia uma centena de milhares de mortes a ser reivindicadas pela guerra, além de inúmeras minas terrestres remanescentes em solo moçambicano, que tornaram-se um grande problema para o país.

Moçambique ganhou independência de Portugal a 25 de Junho de 1975

Os primeiros anos após a independência foram difíceis para o novo Estado

Em vários lugares, diferenças raciais surgiram, e o número de residentes brancos, constituído primariamente por portugueses, diminuiu drasticamente de 200 mil para 30 mil. 

A emigração branca causou uma grande perda de capital e gente com habilitações literárias. Além disso, a população branca emigrante exportou todos os produtos que tinha e destruiu o resto das suas possessões. 

Em Moçambique, a estrutura política era fraca e havia sido estabelecida apenas para a coleção de recursos naturais e para facilitar ataques guerrilheiros contra a Frelimo durante a guerra de independência. 

A Frelimo tinha o objectivo de desenvolver a situação através do implemento de muitas ideologias Marxista-Leninistas, tais como a nacionalização da economia e um banimento da propriedade privada.

Neste momento, militares portugueses e dissidentes da Frelimo instalaram-se na Rodésia, que vivia uma situação de independência unilateral não reconhecida pela maior parte dos países do mundo.

O regime de Ian Smith, primeiro-ministro da Rodésia, já idealizando um movimento interno de resistência que aparentemente tinha algumas bases em Moçambique, aproveitou esses dissidentes para atacar a Frelimo.


De facto, a Frelimo apoiava tais rebeldes rodesianos e, em Março de 1976, decidiu seguir o exemplo internacional e decidiu implementar as sanções estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) contra o governo ilegal de Salisbúria. O governo de Moçambique fechou as fronteiras que tinha com a Rodésia, dificultando as trocas comerciais, visto que a rota comercial do corredor da Beira era bastante importante para o governo rodesiano, incluindo a linha de caminhos de ferro, a estrada e o oleoduto que ligavam o porto da Beira a Salisbúria. 


Embora a Rodésia tivesse boas relações com o regime sul-africano do apartheid, este fecho das suas fontes de abastecimento foi um duro golpe. 

Ademais, Moçambique apoiou a União Nacional Africana do Zimbabwe (ZANU), violando assim as regras do governo branco da Rodésia. 

Pouco tempo depois, para além de intensificarem os ataques contra estradas, pontes e colunas de abastecimento dentro de Moçambique, os rodesianos ofereceram aos dissidentes moçambicanos espaço para formarem um movimento de resistência e criarem uma estação de rádio usada para propaganda antigovernamental.

Foi neste momento que se forma a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) que, inicialmente, não tinha uma inclinação política. 

Consistindo maioritariamente em forças contra o socialismo e a Frelimo, teve André Matsangaíssa como o seu primeiro presidente.

A Renamo iniciou uma guerra civil a 30 de Maio de 1977





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