Se prosseguirmos com o extermínio do meio
ambiente
Nossos filhos, netos e bisnetos.
Vão nos cobrar
Aquela que foi uma grande floresta
Que um dia existiu
Há tempo
Para refletir
Cabe a nos
Determinar
E decidir
PRESERVAR
Meio ambiente.
Projeto Cultural foi idealizado e Coordenado por GILVANDRO TORRES com objetivo do dialogo sobre a realidade de nossa Amazônia Gurupaense.
Se prosseguirmos com o extermínio do meio
ambiente
Nossos filhos, netos e bisnetos.
Vão nos cobrar
Aquela que foi uma grande floresta
Que um dia existiu
Há tempo
Para refletir
Cabe a nos
Determinar
E decidir
PRESERVAR
Meio ambiente.
Reaprender a calar e ouvir, como
fazem as crianças nas primeiras fases da vida, parece ser o grande desafio e
uma metodologia importante. Saber escutar é uma arte profunda, representa um
processo ativo de interação com nosso (a) interlocutor(a). Ao escutar, temos a
possibilidade de perceber e entender o que está a nossa volta.
Saber ouvir interfere significativamente nas relações
interpessoais, pois exige que façamos opções conscientes em estar presente para
o outro, de forma realmente solidária e sem preconceitos, com o intuito de
buscar o entendimento.
"Não há mudança sem sonho, não há sonho sem esperança", esta
frase de Paulo Freire. Todos os dias eu preciso recomeçar.
Se você conhece o inimigo e
conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se
conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma
derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as
batalhas...
Sun Tzu
Quem vence a si mesmo é um herói maior do que quem enfrenta mil batalhas contra muitos milhares de inimigos.
Textos Budistas
O USO DA PALAVRA NAS REUNIÕES
O
uso da palavra nas reuniões e de praxe por ser um fator democrático, mas é onde
é o momento que a pessoa se destaca ou perde o controle de uma reunião em
determinado assunto.
Em
geral e onde as questões levantadas podem gerar mal estar nos apartes ou
debates com o tema abordado.
Contudo
devam adotar as devidas cautelas sendo distintos uns ao outro.
E
exatamente a reunião onde nossas diferenças que faz com que o grupo seja forte.
Diversificado e unido.
Recomenda-se
a pratica da tolerância e da ética em não falar mal do integrante da reunião e
se unir em torno do ideal, sobrepondo às divergências que são muitas.
“Ao utilizar a palavra, levante para ser
visto, fale alto para ser ouvido e pouco para se aplaudido”, conselho de um
ex Deputado Federal Constituinte por três legislatura e Prefeito de Altamira-PA
por quatro vezes Engenheiro Domingos Juvenil.
Na adolescência tive
um sonho em relação ao socialismo, revelou-se um pesadelo porque descobri que
em todos os lugares onde o socialismo Stalinista passou foi implantado
ditaduras ferozes e sanguinárias contra o povo.
Em uma viagem de Belém a Gurupá conheci e vim conversando com músicos de origem Estônia.
Onde me
contaram sobre a Sibéria e todas as maldades dos governos russo, desde Josef
Stalin a Wladimir Putim, fiquei bastante impressionado com os relatos.
Sentei na proa do
navio e pensei em toda minha experiência na teoria e pratica as passeatas em
Belém contra o Governo Almir Gabriel, à esquerda no que se refere à revolução
permanente.
O Marxismo que era nossa referência ideológica,
as ideias Trotskista, que eram nossa
ferramenta de luta, no encontra da massa e minha ruptura com este fase
ideologia foi por divergências e decepção, ideias ainda bens claras desde os
bancos escolares, percebi que era ainda militante apostilado apesar de tudo
teria que me reinventar e atualizar.
Lembro que ao tomar
conhecimento sobre politica ao conhecer o Professor Babá e seus inflamados
discursos, busquei a consciência critica, em 1997 participei de passeatas de
protesto em repudio a morte dos 19 sem terras em Eldorado dos Carajás,
promovido por ordem do Governador Almir Gabriel, participando de históricas
passeatas contra a privatização da CELPA, COSAMPA e TELEPARA. Chegando a ser
atingido por balas de borracha no braço.
De oposição as desastrosas
políticas de FHC, em meio às agremiações estudantis que vivei a efervescência
do radicalismo, ainda estudante do ensino fundamental analisei profundamente as
questões sociais.
Mais mesmo tendo lido
mais de 100 livros sabia que tinha que viver aquilo que realmente acreditava.
Aos 22 anos
participei do processo político no Estado do Amapá, na Coordenação de campanha
a reeleição Deputado Estadual Dr. Alexandre Torrinha, onde militamos nas ruas
da capital amapaense engajado com a bandeira de luta, viajamos para varias
cidades do Amapá, Vitória do Jarí, laranjal do Jarí, Santana, Macapá, Porto
Grande, Ferreira Grande, Itaúba, Tartarugalzinho, Pracuuba, Amapá, Laranjal do
Jarí, Calçoene e Oiapoque.
Fiz parte da geração
que elegeu um operário a Presidente da República, depois retorno a Belém onde
participo dos movimentos contra a ALCA, FMI e a politica de Bush. Sendo eleito
e reeleito Representante dos Alunos, e depois candidato ao Conselho Escolar da
E.E.E.M Magalhães Barata onde sou eleito com uma votação expressiva.
Recebendo medalha de
honra ao mérito ao me destacar nas ações beneficentes da escola e na aquisição
de livros para a biblioteca.
Recrio-me novamente com uma pessoa burocrática, estudando tudo que seria importante na Administração Pública.
Fiz-me necessário
entre os leões que queriam me devorar novamente.
Subindo
as escadarias do Parlamento Estadual
Alguns achavam que
tinha largado a luta, jogado fora as camisas vermelhas, as bandeiras, mais não
tinha que vestir o paletó e gravata para adotar o protocolo de uma nova etapa
de minha vida.
Após eleição do Ex
Deputado Federal Constituinte por três mandatos, nesta época foi convidado para
trabalhar como estagiário na seção de controle e Patrimônio da ALEPA, e
posteriormente virei Assessor do Presidente, afinal já conhecia há muito tempo
meu padrinho e madrinha D. Rute Souza, a quem muito me ajudou mesmo sabendo da
minha posição ideológica mantive meu ideais e aprendi a burocracia dos
gabinetes parlamentares.
O que podíamos falar
o que podíamos ver e ouvir, regras para um bom funcionamento para impor
articulações nos 41 gabinetes parlamentares.
Primeiramente comecei
a estudar e participar de seminários e palestras promovidas pela ALEPA, lendo
bastante e convivendo diariamente com pessoas de opiniões diferentes.
Lembrei-me quando era
adolescente onde eu era um rato de biblioteca, retorno agora como ratão dos
documentos históricos da politica paraense.
Comecei a fazer meu
acervo, também longa conversas com o Presidente, que me falava sobre a como foi
dura a conquista da CF 88 onde ele foi um dos autores quando era Deputado
Constituinte.
Comecei a fazer tudo
que tinha aprendido ao longo dos anos, do simples aperto de mão ao cordial
Vossa Excelência, aos Parlamentares que encontrava no corredor do parlamento,
cumprimentava desde o limpador de vidro ao cozinheiro, só usava o terno dentro
da instituição nunca me vi usufruindo o cargo de Assessor da Presidência,
acumulei amigos de todos as esferas ideológicas.
Sem duvida aquele
Parlamento contribuiu muito para me especializar em assessoria, tanto que
acumulei muitas tarefas e tinha confiança de todos, quando o Presidente nos
chamou em seu gabinete, estava convicto numa solida candidatura a Deputado
Federal, mais resolveu disputar uma campanha a governo do Estado do Pará. Ele
próprio anunciou que seria candidato com uma simplicidade e um tom familiar,
transbordava em sua figura carismática.
Todos esperavam que
ele discursasse em estilo formal como Presidente, mais não ele falou como amigo
convidando a participarem daquele projeto político como uma opção de mudança,
foi à primeira lição que recebi deste engenheiro Domingos juvenil: Fidelidade
partidária.
Sua esposa D Rute
Barros me convidou pessoalmente para fazer parte da coordenação da campanha no
Comitê central, e fomos para a luta, não tinha hora para terminar, foram 90 dias
de dedicação a candidatura do Vigiense Domingos Juvenil, onde fomos a terra
natal dele em Vigia de Nazaré a cidade histórica paraense, andar nas ruas do
bairro do Arapiranga as margens do rio Guajara Miri, sentir o calor do povo
vigiense onde parávamos ele era aplaudido.
Arregaçamos as mangas
e fomos à luta, carreatas, blitz, panfletagens, comícios, trabalhos no comitê
central dia e noite. Visitas às cidades, distribuição de material de campanha
aos candidatos e nas cidades onde tinha comitê.
Esta era uma
comunicação importante entre o eleitor e o candidato, fizemos o curriculum dele
na gráfica e distribuíamos pessoalmente nas casas, foi uma onda verde, e ao
mesmo tempo traição entre candidatos.
Foi uma oportunidade
onde visitamos muitas cidades, acompanhamos o sofrimento do povo nas periferias
de Marituba, as incertezas dos moradores dos bairro de Ananindeua, entre outras
cidades Santa Maria, Benevides, Castanhal, Santarém Novo, Ourém, Santa Luzia,
Vigia, Salinópolis, entre outras que a memória deu um branco, mais foi
gratificante entender como funciona uma campanha a Governo, ao sair da ALEPA
após um produtivo estágio nos bastidores dos gabinetes parlamentares, prestando
serviços de assessoria em fim encerra um ciclo em minha vida, acrescentando em
meu currículo.
Muitas vezes é
necessário abrir mão de uma estabilidade momentânea pode ser menos estressante
ou duradoura, neste sentido percebemos que se faz de melhor é importante para
se viver com alegria.
Sempre fui o senhor
do meu destino e responsável pelos meus atos improvisando e me adaptando as
situações que crio.
Disciplina é algo que
trago em minha vida aprendi esta palavra ainda criança na escola Santo Afonso,
ética aprendi com a vida e por isso me qualifiquei com minhas experiências no
movimento estudantil, experiência proletária e na sede do Legislativo Estadual
do Pará, de Estagiário a Assessor da Presidência, o Palácio da Cabanagem se
aprende tudo.
Não podemos desperdiçar as oportunidades, as chances que te dão de subir na vida profissional, independente de cor ideológica, não se feche, sejam profissionais.
Humildade é chave que abre gabinetes, ela nos ajuda a conquistar
pessoas, quando realmente decidimos fazer o melhor em qualquer coisa que se
propormos, convencemos que somos indispensáveis naquele gabinete ou naquele
projeto político.
De
feirante a militante estudantil
Aos sete anos
ingressei na escola de 1º grau Santo Afonso
no bairro do telegrafo em Belém, uma escola rígida ainda administrada pelos
padres redentorista.
Estudava de tarde e de manha ajudava meu tio Edmilson, foi na feira que convivi com todos os tipos de pessoas, ideologias e preferências futebolísticas.
É nessa relação de
amizade com os clientes do comercio do meu tio, a cada dia armazenava em minha
mente o valor do “silêncio”, escutar sempre e cada conversa não impor o que
acreditava e sim saber ser o bom vizinho.
A feira foi uma escola de vida dos 12 anos até a adolescência convivendo em harmonia com os vizinhos dando bom dia e ao mesmo tempo parando para escutar, de casa para a feira localizada atrás da agencia dos Correios era um percurso que fazia todos os dias.
Na escola não era diferente particularmente nunca sobre de bulling também nunca incentivei meus colegas a fazerem isso com os outros, desde cedo aprendi a respeitar as diferenças.
Os Padres Redentoristas eram severos e rígidos,
nosso ensino religioso era padrão até eu questionar com a professora o porquê
tinha que estudar a religião católica, imediatamente foi à diretoria e tive que
ir ao confessionário rezar como forma de punição, ao poucos ia me afastando da
religião, ao começar a frequentar a biblioteca da Universidade Estadual do Pará
e aos treze anos li desde o manifesto comunista, iluminismo, renascença, Martinho
Lutero, Florestan Fernandes, Paulo Freire e Karl Marx e sua obro “O
capitalismo”. Tornei-me um esquerdista forjado nas leituras.
Estas escolas da vida
me proporcionaram uma breve reflexão onde estou e porque estou.
Ainda pré-adolescente
era questionador, lia muito, mas devido eu ser reprendido pela direção da
escola fique com certo trauma de falar de imediato o que pensava, aprendi a
arte de Sócrates responder através de outra pergunta, isso me evito de arranjar
inimigos, porque mesmo que não concorda-se com o que o colega de sala falava eu
defendia o direito dele falar.
Logo fiquei amigo dos
lideres da turma que eram os mais velhos, isso me forjou a ser liderança pelos
meus atos, quando um colega de cor morena foi alvo de risos irreverentes de alguns alunos mais velhos do ginásio, eu
vi de longe sai da sala de aula e encarei eles, quando vi ao meu lado estava
mais de dez colega de sala e entre eles os nerds que tiraram os óculos para
briga, acabamos todos na direção da escola.
São lições que
tiramos ao decorrer da vida, aprendemos a cada dia e a cada momento, onde o
silencio vale mais de que mil palavras.
Mais saber fazer
alianças é muito importante para sobreviver neste regime capitalista, meu
reencontro com Deus veio após um breve inverno...
Ao começar a entender
como funcionava a politica e seu sistema eleitoral, comecei a passar da teoria
a pratica, nas manifestações de oposição ao Governador Almir Gabriel da época e
suas desastrosas políticas neoliberais.
Assistir uma palestra
aos 17 anos do ativista político Professor Babá, ex Parlamentar do PT e
fundador do PSOL, onde aderi ao trotskismo e passei a militar no movimento
estudantil em históricas passeatas estudantil, invasões da ALEPA, SEDUC contra
as privatizações, contra ALCA, FMI entre protestos e balas de borracha.
Era um pé na escola e outro nas passeatas até ser eleito em 2005 Conselheiro Escolar da E.E.E.M Magalhães Barata.
Pensei que meu ciclo tinha encerrado mais férias parra que abraçou a militância social e politica não existe.
Ao ser eleito numa disputa de doze alunos, percebi que tinha que viver com intensidade tudo e abracei nesta vida a bandeira vermelha.
Meu olhar não era o
mesmo daquele aluno Afonseano, meu olhar era crítico a situação que vivia,
sentado a beira do Guamá após uma radical eleição DCE-UFPA, onde fomos apoiar e
fomos derrotados, após algumas doses de heroísmo e fumaças ideológicas em uma
rodada de idealistas sonhadores, vi que nossa luta não era em vão, mais
precisava saber articular e não me fechar precisava pensar e me atualizar e não
acreditar na mídia gráfica que davam para a gente ler precisa mergulhar em
outras fontes ideológicas, mantendo mesmo perfil e a mesma luta.
Precisei caminhar e
pensar precisou olhar para o horizonte e adotar estratégias para sobreviver
numa caverna onde os leões querem te devora a todo o momento.
As poeiras de um Gabinete
Um dos grandes erros do político
é se acostumar com o conforto do gabinete, o luxo desse local de trabalho, suas
cortinas venezianas, central de ar, computadores de ultima geração e os
serviços prestados de seus auxiliares.
Isso afasta o povo e do objetivo
ao qual este político foi eleito. Posso contar tantas historias palaciana onde
isso acontece, onde a sociedade organizada se dispõe a ir ao gabinete do
Parlamentar e espera por horas ser atendido pelo Chefe de Gabinete, enquanto o
Parlamentar está ausente.
Mas prefiro contar boas
experiências que trago em minha trajetória. Ainda adolescente trabalhei com o
ex Governador do Pará Carlos Santos, proprietário do Grupo Avistão, onde
aprendi muito em meu estágio proletariado.
Umas das características que
adotei deste marajoara nascido na cidade de Salvaterra, que ao chegar a Belém
trabalhou de ambulante nas ruas chegando a Vice Governador do Pará em 1990,
assumindo o Governo Estadual em 1994. Ele era um pensador ambulante caminhava
por toda loja e do nada começava a fazer promoções e sorteios todo mês era um
tema diferente, ele mesmo sorteava e mandava registrar para arquivo fotográfico
a imagens das pessoas olhando, pessoas por perto e sorrindo, era um marqueteiro
profissional. Desta pessoa só tenho boas lembranças. O homem do povo, amigo de
todos que não gostava de gabinete fechado.
Foi à arte de apertar a mão das
pessoas, um simples gesto de cordialidade que adotei também em meu dia a dia, o
aperto de mão e a sinceridade do olhar era um ato de espontaneidade que via
Carlos Santos fazer todos os dias em que chegava à loja avistão e na rádio
Marajoara.
Este cidadão repassava a cada
um de nos funcionários do grupo, gestos tão simples e ao mesmo tempo tão
essenciais para todos na nossa vida. Ainda lembro quando este Ex Governador
chegava à sede do grupo e cumprimentava um por um, olhava nos olhos e
perguntava:
- Tudo bem?
- Como você esta?
São pequenas coisas que passam em
nossa vida e que ficam para sempre, temos que aproveitar esses momentos e
absorve-los como lições de vida.
Tenho boas referencias do gerente
da loja senhor Antunes Nunes, evangélico e temente a Deus, era correto e ético,
contou-me que foi por muito tempo vendedor depois conseguiu assumir a função de
Gerente da loja, com ele aprendi a “ empatia”, ou seja sempre me colocar no
lugar do outro, não fazer aos outros o que não quero que faça comigo, desta
visão de empatia e seu significado aprendi a “ética” estes tesouros são
valiosos para um ser humano.
O olhar das pessoas é importante
compreender e estar atento a todas essas situações, simples coisas que se
tornam eternas em nossas mentes como lembranças que ao passar por aquele local
esquina da Rua Padre Eutíquio na área comercial de Belém, ainda lembro aos
poucos forjava um idealista.
Podemos tolerar a arrogância e a RESISTÊNCIA dos poderosos e dos parlamentares, o que não podemos é DEFRAUDAR a esperança de todo um POVO. Teólogo Leonardo Boff
REFERÊNCIAS:
Dom Erwin Krautler, Servo de Cristo Jesus, memórias de luta e esperança-2009.
Dom Erwin Krautler, Celebrando a caminhada- Gurupá- 1997
Carlos Borromeu, Cartas Históricas do Xingu-Porto de Moz-1940
História da companhia de Jesus no Brasil/ Serafim Leite-1943.
Charles Wagley, Ita, uma comunidade amazônica: um estudo do homem nos trópicos. Tradução de Clotilde da Silva Costa. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo. Belo Horizonte: Itatiaia, 1988.
Eduardo Galvão, The Religion of an Amazon community: a study in culture ange/ 1952- Universidad Columbia.
Arlene Mari Kelly, Family, Church and Crown: a social and demographic history of the lower Xingu river valley and the municipality of Gurupá, 1623/1889- 1984/ University Of Florida.
Richard Brown Pace, Economic and political change in the Amazonian community of ITA, Brazil/ 1987- University of Florida.
João Felipe Bettendorf, Crônicas dos padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão, Belém- CENTUR/1990.
Regularização Fundiária e Manejo Florestal Comunitário Sistematização de uma experiência inovadora em Gurupá – PA/2006 FASE.
Em 1652, a Coroa Portuguesa permitiu que os Jesuítas estabelecessem uma missão na Capitania de Gurupá. Os Jesuítas estavam ansiosos por controlar a área, pois sentiam que Gurupá era o portão de entrada para a Amazônia.
1655 Padre Antônio Vieira passou por Gurupá viajando em canoa descoberta anunciando a boa nova.
Em 1655, dois Jesuítas Missionários chegaram a Gurupá, segundo relatórios. Entretanto, a chegada deles provocou HOSTILIDADES entre os colonos, que não queriam admitir a interferência Jesuítas no modo como utilizavam os nativos, no trabalho.
Por volta de 1656, os Jesuítas estabeleceram uma missão, com o nome de São Pedro, próxima ao forte de Gurupá.
Os Frades Capuchinhos da Piedade de São José assumiram a responsabilidade Pastoral da matriz de Santo Antônio de Gurupá em 1692, sendo erguido a segunda Paróquia no Estado do Pará, no mesmo ano Dom Pedro mandou construir um convento no Carrazedo, a cata régia de 19 de março de 1693 confirma as atribuições aos Frades.
1693 é criado Paróquia de Santo Antônio de Gurupá, em 1831 Gurupá pertence a Diocese de Belém e em 1948 é incorporado a Prelazia do Xingu.
Em 1661 a hierarquia jesuíta ordenou ao Padre de Gurupá, na época um alemão chamado BETENDORF, que fugisse dos colonos. Ele escondeu-se na floresta, com dezesseis nativos, por vários meses até que ficassem sem comida. Quando ele retornou a Gurupá, vários moradores tentaram prendê-lo. O Capitão-mor do Forte de Gurupá era a favor dos jesuítas e protegeu o Padre, ele prendeu os principais agitadores anti-jesuítas e mandou enforcá-los, após confessarem-se com Betendorf.
Quando estive em Altamira estado do Pará pela primeira vez, senti a necessidade de falar sobre está cidade, que se originou de antigas missões jesuítas, pioneiros da civilização que venceram por terra a volta grande do rio Xingu, em meados de 1750.
O Jesuíta austríaco Roque Hunderfund, ousou
navegar nas águas do rio Xingu e ultrapassar a grande cachoeira, tornou-se o primeiro
desbravador de Altamira.
Depois que os missionários foram expulsos por
ordem superior, aquela estrada entre Vitória do Xingu e Altamira foi
desaparecendo até o ano de 1868, quando outra missão católica se estabeleceu na
região com ajuda dos índios das tribos Tacuuba, Penes e Jurunas, posteriormente
fizeram amizades com outras tribos locais: Achipaias, Curiarias, Araras e
Carajas, dando inicio a cidade de Altamira graças à valorosa missão comandada
pelos frades capuchinhos: Ludovico e Carmelo Mazarino, cuja extensão foi até a
margem esquerda do Rio Xingu a foz do rio Ambé.
Segundo vários historiadores e pesquisadores,
foi reconstruído o caminho não mais do distrito de Cachoeira e sim da foz do
rio Tucurui pelo Major do Exercito Brasileiro Leocácio de Souza que fez uma
ariscada expedição mata adentro, desaparecendo na selva.
Com ajuda de escravos o Coronel Gaiôso refez
o caminho da expedição abrindo um pico da foz do rio Juá até o rio Ambé,
iniciando uma grande estrada no meio da mata fechada.
Ficando paralisado o trabalho após o ano de
1888 com a Lei Áurea, que libertaria os escravos.
Um baiano chamado Agrário Cavalcante retomou
os trabalhos para abertura da estrada, até seu falecimento, ficando responsável
pela abertura dos ramais e escoamento da produção na região, seu sobrinho José
Porfirio de Miranda Júnior.
Altamira foi incluída ao município de Souzel
através da Lei nº 8.111 de 14 de abril de 1874. Sendo o maior município do
Estado do Pará, o que exigia que a região do alto Xingu estabelecesse um
governo municipal.
Em 1892 Altamira não parava de crescer,
começando a se tornar Vila, dando aspecto de cidade, em 1911 foi criada uma comissão
para administrar a Vila de Altamira, nomes como Coronel Raimundo de Paula
Marques e Major Pedro de Oliveira lemos eram influentes comerciantes na época.
Devido a extensão territorial e a falta de
comunicação com a região via marítima, o próprio Coronel José Porfirio de
Miranda Junior defendeu a desmembramento de Souzel, assim o município foi
criado pela Lei Estadual nº 1.234 de 6 de novembro de 1911, data de sua
emancipação na categoria de cidade somente pela Lei nº 1604 de 27 de setembro
de 1917.
Em 1940 a região torna-se um núcleo de
exploração de suas riquezas naturais, expedições, concentrando-se os famosos
“soldados da borracha”, garimpeiros e êxodo rural.
Aquela região cresceu de forma espantosa
alicerçada através do sistema do aviamento e da própria navegação em seus rios,
a busca do minério dourado, mortes violentas nas florestas cercadas por etnias
indígenas.
Em 1950 entre conflitos agrários e o declínio
econômico com a queda do preço da borracha, a pirataria dos segredos da mata fechada,
caçadores e seu comercio de peles de animais, pesca predatória e o
enfrentamento ariscado com os índios ao entrar em lugares considerados sagrados
pelos indígenas na região.
Em 1970 houve a abertura da rodovia
Transamazônica onde foi implantada pelo Governo Federal na época uma politica
de colonização da Amazônia.
Uma fase marcada por ocupações de extensas
terras, para uso agropecuário, colonizando ocupações sem uso, devastando e
interferindo na pacata vida indígena.
Era necessário preencher os chamados vazios demográficos.
Intensificada pelo Programa de Integração Nacional, iniciado pelos órgãos:
SUDAM e do BASA.
Apesar do crescimento populacional possuindo
menos de 6 mil habitantes, migrantes de todos os estados brasileiros,
Foi um crescimento rápido e desordenado, em
1974 foi apresentado pelo Governo Federal uma politica de concentração de polos
agropecuários e agro minerais, tornando-se um polo direcionado as empresas
agropecuárias.
Um processo de ocupação desastroso nas áreas
alagadas ao redor da cidade, tornando uma espécie de periferia urbana, surgindo
novos bairros habitados por ex-colonos empregados e assalariado urbanos
rurais.
Em 1991 a cidade de Altamira possuía mais 50
mil habitantes, já década 2000 houve um
grande salto econômico e social com uma população de mais de 70 mil habitantes.
Olhar amazônico
Tão livre, como o vento.
Tão natural
Quanto o tempo
Que passa e nunca para.
No trapiche rios que se transformam em rua.
Um vai e vem de embarcações.
Cada imagem vira poesia, no cotidiano ver-o-peso.
As pessoas chegando bem cedinho,
Os barcos cruzando a rio Guajara
Tão vagaroso, sem pressa.
Que as águas vão cortando sua frente,
Nem fazem maresias
Neste imenso rio de sonhos.
Olhando da hidroviária seus personagens urbanos
Engenho do Murutucu foi um dos mais prósperos engenhos de açúcar surgidos no século XVIII na região Amazônica.
Em 1766 o Engenho do Murutucu tornou-se propriedade do arquiteto italiano Antônio José Landi, referência histórica e arquitetônica da cidade de Belém e também em âmbito internacional.
O Engenho Murutucu esteve relacionado ao Movimento da Cabanagem (1835-1840), quando o local temporariamente foi utilizado como um acampamento das tropas de revoltosos liderados por Vinagre , Angelim e Gavião, que eram os comandantes da revolução.
Em 14 de agosto de 1835, a partir de uma caminhada no terreno do engenho do murutucu, iniciou-se a segunda invasão de Belém pelas forças cabanas.
Olhando o Guajará...
Vem uma lágrima em meu olhar, sem palavras...
Uma perda que não sei explicar.
Nem consigo falar, sua ausência é tão grande.
Que me permite pensar...
Na flor que nunca mais vou regar
Na fé que não vou ter
No amor que nunca mais vou abraçar
Em silêncio, tua saudade eterna.
In Memorian a minha avó Palmira Torres.
Estirão de saudade
Intocável pintura, rios que viram ruas em seus habitantes imaginários de um universo de pescador,
sonhos ilustrados em redes de pesca
e barcos encantados num rio sem ruas.
nas ruas da cidade, contempla a fé.
O ribeirinho vence os inúmeros estirões de rio,
que está em seu caminho navega para chegar à cidade de Belém.
Os sinos da igreja alertam, para novos tempos...
As plantações de açaí a beira do do rio
A mata da várzea com seus buritizeiros
A grandeza do rio, seu povo simples.
Acolhedor e amigo, as áreas alagadas pela água escura.
Os açaizeiros são fonte inesgotável de renda
Manejado se transforma em um garimpo
A pele reflete o esforço do tirador de açaí
A naturalidade e a destreza que o ribeirinho executa seu serviço retira o cacho do açaí com folhas do açaizeiro faz sua peçonha em cesta de cipó, garante a renda e alimentação das famílias.
Onde os rios possuem um papel fundamental na vida dos ribeirinhos, é através dos rios que são estabelecida das ligações entre localidades.
O velho trapiche
Encantador és tu,
Guajará.
Onde a vida passa devagar, em Belém do Pará
Nesta correnteza, com seu tempo tão particular.
No olhar do barqueiro, cresce e vendo.
Seus portos imaginários.
Atraca barcos, com todos os sonhos no porão
Destas pequenas embarcações, calafetadas de zarcão.
Trapiches de madeira, à beira do rio Guama.
Atravessam nas noites de ventos
As redes balançando no convés
A proa desbravando essas águas inquietas.
Deste trapiche, somente a despedida.
Aqueles que viajam,
Por esse rio de saudade.
Belém, capital da fé
Dia de fé, círio de Nazaré.
Muiraquitã brilha nas águas do Guajará.
Belém, cidade de cores e crendices da Amazônia.
Invadem as ruas num mar de gente, capital dos sabores e mandingas Tupinambás,
No mês de outubro, mantidos na emoção e devoção por nossa senhora, graças às margens do Murucutu.
Mar de gente e fé é uma festa na capital, a romaria fluvial,
barcos enfeitados, colorindo o Guajará.
Caminhando pela Trasladação, numa procissão de fé,
até a Sé, o profano e o sagrado se encontram na festa da Chiquita. Invade as ruas de fé e alegria.
Na procissão de dia em cada rosto a expressão de fé,
cada devoto sente orgulho de estar ali,
na corda a água alivia a dor e o calor,
promesseiros de pés descalços,
agraciados pela nossa rainha.
A tradição do pato no tucupi,
resistindo no almoço do círio.
A fé fortalece ao ver a imagem dentro da berlinda de perto.
Como pode uma pequena imagem achada por Plácido na beira do igarapé, levar tantas pessoas a expor sua fé em suor e lágrimas de emoção, entregamos nossas vidas, em tuas mãos.
Teus rios, teus Paranã
Exuberante riqueza
Que vem da natureza
Inspira poesia, acalma a vida.
Daqueles que compartilham
Terra das águas
Porto de canoas
Lugares sagrados
Entre as sumaúmas, é rainha da várzea.
Segredos dos encantos da mata
Decifra rios que navegamos
Olhar ribeirinho
O barco que atravessa esses rios de sonhos
Expressar teu olhar, saudoso.
No silêncio do entardecer
Descreve-me teu semblante ribeirinho.
Inspiração afrodisíaca
Somos orgulhosos de sermos caboclos
Com feições indígenas
Dizendo:
Pares que?
Exclamando:
Égua!
Somos orgulhosos de chamar nas horas de aflição e fé
Pela Nazinha.
Tiramos a zica com a erva sagrada do Ver o Peso
Depois da chuva da tarde
Tomamos tacacá quentinho.
Temos orgulho do sangue cabano
Olhando as tardes e lascando a pupunha com a boca
Tomando suco regional de taperebá, bacuri e cupuaçu.
Nesta imagem, quero viver.
Morrer nesta cidade que tem cheiro de patchouli.
Banhada pelo Guajará
Benzida pela rainha do mar.
Sagrado encanto dos mistérios amazônicos desta capital.
Segredos do Guajará
Fico horas no Ver o Rio
Olhando o rio agitado
A bela visão da baía de Guajará.
Procuro por você
Em cada maresia,
Em cada brisa fria
A noite se aproxima
O mar se agita na saída da lua
Mergulho em teus profundos segredos
Lavando minha alma impura.
Decifrando incertezas
Do amor e da poesia absurda
Nesta noite fria e escura
Olhando esta baía de Guajará,
Passa uma embarcação frágil
Levando-te nesta ausência
Silenciosa...
Dos meus pensamentos solitários.
O tacacá
Belém...
Tem gosto e cheiro,
No complexo do Ver o Rio
Às margens do Guajará.
Tem uma tacacazeira
Vendendo sopa de tucupi
Com alho e chicória
Camarão seco e goma
O jambu faz adormecer os lábios.
Depois da chuva da tarde,
Com pimenta ou sem ela
O tacacá é servido quentinho
Degustado e apreciado
Com seu sabor inigualável.
Icoaraci
Olhando este rio impaciente.
Nas noites de luar
Guarda seus mistérios no fundo do rio
Inspirado do rio Maguari.
Seus barcos regionais passando por ali
Oleiros do Paracuri oferecendo.
Sua arte em cerâmica.
Na orla, tomando água de coco.
Sentindo aquela brisa boa
No final de tarde, um encanto total.
Uma espécie de ritual
Na praia do Cruzeiro, os quiosques cheios.
Encanto-me com a Vila Sorriso
Onde seus moradores declamam
Versos e amores.
E o sol repousa
Às margens da baía de Guajará.
Arraial do Pavulagem
Misturando-me na canção popular
Vejo na rua o povo dançando carimbó.
Com chapéu de palha com fitas diversas,
Alegra a cidade num cortejo de alegria
Nesta cultura viva.
No Bar do Parque, me abasteço.
Ao som do reco, me encantando.
No som dos tambores do povo
A cidade se inspira, num gole de alegria.
Numa caligrafia linda
Em ritmo de poesia.
O Pavulagem contagia
Nestas ruas coloridas.
Entre as mangueiras centenárias
A bela cultura é admirada.
Recanto da boemia
O cortejo termina na praça da República
Ali todos se misturam , dançando nossa cultura
Belém encanta com seu povo.
Em versos e cores.
Brisa do Guajará
Recordando sensações de se envolver no jogo sedutor.
Das promessas ficaria apenas um olhar de saudade, um tempo que passou.
Mergulhei nesta água platônica
Do Guajará perco-me em tuas ondas
Quando te conheci. Você veio até mim
Com um olhar atraente me seduzindo, nas infinitas palavras que me encantou.
Mais tudo é tão poético que faz soar música, passei dias pensando em teu olhar nestas frias noites de luar.
Mais esse mar que separa meu coração de você é tão imenso e sedutor rosto lindo de cabocla paraense.
Sorriso enigmático decifrando versos e imagens, fácil de explicar como a beleza do mar te amarei a cada pôr do sol do Guajará.
Só aqui em Belém
Aqui tem dias de sol e chuva
Na capital de tardes quentes
Paro para tomar um tacacá regional.
Vou andando pelas ruas cercadas de mangueiras
A chuva está para despejar
Um toró daqueles, que não dá para imaginar.
Cato uma manga e devoro seu sabor
Nestas tardes de chuva,
Lavando a capital com suas águas sagradas
Belém, cidade de todos os credos e todas as raças.
Nesta poesia que te abraça a cada esquina
Num toque nostálgico, a face das impurezas.
Ruas esquecidas da grandiosa metrópole
De uma simplicidade Cabana
Sentença de teus filhos parauara
É viver, nascer e crescer.
Tomando açaí na cuia, com farinha baguda.
Vivendo na França amazônica.
Parauara
Teu povo acolhedor
Nas terras tupinambás
Entres as batidas sagradas
Da poesia de Rui Barata.
Belém, banhada pelas águas
Amareladas do Guajará.
A alma paraense se banha
Nas ervas do Ver o Peso
Teu povo tocando banjo
Ao som do mestre Verequete.
Belém vive tua cultura.
Dia a dia.
O carimbó não morre
O mestre vive nos terreiros.
Dos tambores silenciosos
Eu danço as mandingas
No arraial do pavulagem
Até as batidas dos orixás
No fundo das águas da Baía de Guajará.