Entre rio e comunidades...........
Gurupá é fruto de um longo processo de ocupação pelos holandeses que desejavam uma melhor comercialização com os nativos da região, chamados pelos holandeses de Mariocay. O termo “nativo”, entre outros significados, é aquele que nasceu no lugar, ou originário daquele lugar.
Dessa forma, o correto é tratar os povos que chamamos de índios de povos originários ou nativos. Em 1623, o Forte denominado de Mariocay pelos holandeses foi arrasado por Bento Maciel Parente capitão Mor e considerado conquistador de Gurupá, tendo fundado o forte de Santo Antônio.
Os
holandeses pretendiam colonizar o Brasil. Não seria possível construir
fortificações na Amazônia sem a mão de obra escravocrata.
Então,
eles trouxeram pessoas escravizadas da África
para as tarefas braçais, na construção das feitorias no Xingu e Gurupá.
O
historiador Theodoro Braga descreve que a origem de Gurupá é indígena e
significa “Porto de canoas”.
As
batalhas contra os holandeses, franceses e corsários ingleses para assegurar o
domínio da Amazônia oriental, os povos indígenas no processo de colonização
foram perdendo suas terras, devido ao surgimento de Vilas e fortificações,
essas fortificações eram bases militares construída uma pequena casa de madeira
e palha com um muro de pedras e canhões médios carregáveis de frente para o
rio.
Os
conflitos brutais entre indígenas e portugueses resultaram em mortes e
aprisionamentos, essas relações entre os
dois povos foi marcada pela violência e imposição dos lusitanos, em 1639 a Vila
Santo Antônio de Gurupá foi criada e mantida por uma lei de 05 de outubro de
1827.
Sendo
que Gurupá foi elevada à categoria de cidade através da Lei Provincial nº 1.209
de 11 de novembro de 1885.
E na sua história completando 400 anos de existência possui uma importante riqueza histórica no município de Gurupá foram encontrados 50(cinquenta) sítios arqueológicos neste município, comprovados pelo museu Emilio Goeldi.
O
município de Gurupá conta com dois distritos: 1- Carrazedo, localizado entre a
sede do município e o município de Porto de Moz. 2-Itatupã localizado entre
Gurupá e o município de Santana no Estado do Amapá.
A
cidade de Mazagão no Estado do Amapá é considerado, praticamente, o porto de
entrada da raça negra no Amapá. Para lá foram negros originários do Norte da
África, na região de Marrocos (Mauritânia), colonizados pelos portugueses que
os trouxeram visando os domínios lusitanos.
Provavelmente
foi pelos rios do estado do Amapá que vieram os negros escravizados para a
localidade Gurupá Mirim.
O
Quilombo Gurupá Mirim, em, foi certificado como remanescente de quilombo pela
Fundação Cultural Palmares. Associação Das Comunidades Remanescentes De
Quilombos De Gurupá foi fundada em 05/11/1999.
Título
de Reconhecimento de Domínio Coletivo que o Governo do Estado do Pará, através
do Instituto de Terras do Pará - ITERPA, outorga em favor da ARQMG - Associação
dos Remanescentes de Quilombos de Gurupá. Aproximadamente 12.587 mil escravos
africanos, muitos ficaram espalhando nas fazendas do Marajó no trabalho da
pecuária. Alguns conseguindo fugir e se organizando em quilombo.
Em estilo hispano-lusitano, tendo no
alto o sol a irradiar raios sobre uma estrela de cor azul, em cada centro
superior, inferior e dos flancos direito e esquerdo de seu todo, haverá uma
flor de lis em vermelho, lembrando as cores do Estado, ao centro do florão,
dividido em duas partes, na direita uma Fortaleza recordando o marco inicial da
cidade e os feitos heroicos de nossos antepassados.
À esquerda, uma árvore de seringueira em
corte, baseado no extrativismo do látex e da madeira, sobre fundo verde
simbolizando nossas florestas.
A
fortaleza estará sobre fundo azul, lembrando nossos céus, rios. Uma faixa
branca com a inscrição Gurupá – Pará – 1623 definirá o município, o Estado a
que pertence e a data de sua fundação. Em 1652, a Coroa Portuguesa
permitiu que os Jesuítas estabelecessem uma missão na Capitania de Gurupá, os
Jesuítas estavam ansiosos por controlar a área, pois sentiam que Gurupá era o
portão de entrada para a Amazônia. 1655 Padre Antônio Vieira passou por Gurupá
viajando em canoa descoberta anunciando a boa nova. Em 1655, dois Jesuítas
Missionários chegaram a Gurupá, segundo relatórios.
Entretanto,
a chegada deles provocou hostilidades entre os colonos, que não queriam admitir
a interferência Jesuítas no modo como utilizavam os nativos, no trabalho. Por
volta de 1656, os Jesuítas estabeleceram uma missão, com o nome de São Pedro,
próxima ao forte de Gurupá.
Os
Frades Capuchinhos da Piedade de São José assumiram a responsabilidade Pastoral
da matriz de Santo Antônio de Gurupá em 1692, sendo erguido a segunda Paróquia
no Estado do Pará, no mesmo ano Dom Pedro mandou construir um convento no
Carrazedo, a cata régia de 19 de março de 1693 confirma as atribuições aos
Frades em 1693 é criado Paróquia de Santo Antônio de Gurupá, em 1831 Gurupá
pertence a Diocese de Belém e em 1948 é incorporado a Prelazia do Xingu.
Em
1661 a hierarquia jesuíta ordenou ao Padre de Gurupá, na época um alemão
chamado Betendorf, que fugisse dos colonos, ele escondeu-se na floresta, com
dezesseis nativos, por vários meses até que ficassem sem comida, quando ele
retornou a Gurupá, vários moradores tentaram prendê-lo o Capitão-mor do Forte
de Gurupá era a favor dos jesuítas e protegeu o Padre Betendorf, ele prendeu os
principais agitadores anti-jesuítas e mandou enforcá-los, após confessarem-se
com o padre Betendorf.
O
papel da Igreja católica na redemocratização do Brasil em 1977, a conferência
nacional dos bispos do brasil (CNBB) efetivou uma ruptura institucional com o
regime militar, publicando o documento “exigências cristãs de uma ordem
política”. afirmava a luta por
democracia, justiça social e direitos humanos como os fundamentos da crítica
católica à ditadura militar que está instituído no Brasil.
A
Igreja será sempre porta-voz dos oprimidos e daqueles que não tem nem voz e nem
vez. aqui em grupo aproximou as pessoas para conscientizar e formar cidadãos
críticos: JOC (Juventude Operária Católica); ACO (Ação Católica Operária), que
buscou se aproximar dos trabalhadores urbanos; JEC (Juventude Estudantil
Católica) ; JUC (Juventude Universitária Católica), para os estudantes; CEBs
(Comunidades Eclesiais de Base), para as classes populares, de modo geral; Nas
décadas seguintes, surgiram a CJP (Comissões de Justiça e Paz), o CIMI(Conselho
indigenista missionário) e CPT (comissão pastoral da terra). Destaca-se o
Concílio Vaticano II (1962-1965) foi fundamental no contexto mundial também era
de mudança das sociedades, o Papa João XXIII decidiu convocar o Concílio
Vaticano II para discutir qual seria o papel da Igreja nas transformações econômicas, sociais e
políticas um profundo impacto na renovação da Igreja Católica, de entre os
efeitos mais visíveis conta-se a utilização das línguas local nas missas, em
vez do tradicional latim e da celebração com o padre virado para a assistência
e não para o altar.
As
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) abrangiam grupos reunidos em torno de uma
paróquia ou comunidade, que buscavam soluções para problemas locais com base
ideológica na Teologia de Libertação, corrente da Igreja Católica que defendia
a opção preferencial pelos pobres, por meio da metodologia do “ver- julgar
agir”, tomavam consciência da situação que o Brasil sob a ditadura.
Destaca-se
na defesa dos Direitos Humanos: Dom Hélder Câmara, bispo de Olinda e Recife; e
o arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns.
Em 06
de novembro de 2019, o Papa Francisco elevou a Prelazia do Xingu à categoria de
Diocese de Xingu Altamira com sede em Altamira (PA). foi nomeado como primeiro
Bispo Diocesano: Dom Frei João Muniz Alves, OFM.
Amazônia Legal abrange nove estados do Brasil:
Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma
parte do estado do Maranhão. As principais atividades econômicas desenvolvidas
na região são a agricultura, a pecuária e o extrativismo. Em relação à atuação
de indústrias, atualmente, um dos maiores problemas enfrentados pela Amazônia
Legal está relacionado com o desmatamento excessivo. Esse fator tem comprometido
o ecossistema bem como as populações que nele vivem. Cerca de 55% de todos os
povos indígenas que habitam o Brasil vivem na área da Amazônia legal. A
degradação do ambiente, potencializada pelo desmatamento, afeta diretamente a
conservação do ambiente natural e traz sérias consequências ao ecossistema
amazônico.
A
extração dos recursos minerais valiosos, a exploração exagerada das florestas e
os métodos de mineração levam ao desmatamento, à erosão do solo e à
contaminação da água com o uso do mercúrio e os resíduos.
Em
muitas partes da Amazônia, a exploração ilegítima do ouro gera prejuízo as
comunidades locais.
Amazônia
Legal é uma nomenclatura usada para
demarcar os estados brasileiros responsáveis pela parte no Brasil. A Amazônia
Legal está dividida em Amazônia Ocidental e Amazônia Oriental. A
primeira se localiza no centro geográfico da Amazônia continental, ocupando uma área de
2 194 599 km². Esta área corresponde
a 25,7% do território brasileiro, tem 6 242 000 habitantes,
segundo censo de 2010 e foi criada pelo decreto-lei 356/68. segundo
este, constitui-se dos estados de Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima.
Já a Amazônia Oriental é definida por exclusão, restando ser constituída por: Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará.
Texto: GILVANDRO TORRES
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