IDENTIDADE DA AMAZÔNIA GURUPAENSE.
Para extrair o pau Brasil os portugueses
utilizavam do trabalho e conhecimento indígena, desde a derruba, corte dos
galhos e madeira que traziam até a praia onde estavam ancorados os navios, era
feito o sistema de trocas não utilizando moeda o escambo, trocando madeira por
espelho, facas, machados e tecidos.
Os contatos entre os colonizadores e os povos
indígenas, foram elementos de dominação através da exploração dos recursos
naturais, consequência o desaparecimento das línguas indígenas e a forte
catequese que obrigava os indígenas a mudar o comportamento, inserindo nomes
europeus, costumes, foi um processo de colonização com escravidão indígena,
violência contra mulheres e doenças transmitidas pelos não indígenas.
Estima-se que populações inteiras foram dizimadas
e tribos abandonaram suas terras, seus costumes e sua língua de origem, a
miscigenação é o resultado da diversidade a diferença se deve à influência de
outras línguas, as línguas indígenas, por exemplo: nosso vocabulário está cheio
de palavras de origem tupi: além da língua, os portugueses também trouxeram
instrumentos feitos de ferros como machados, espadas, facões, armas de fogos e
etc.
Que não eram conhecidos pelos nossos indígenas,
com a chegada dos negros trazidos pelos portugueses, o Brasil incorporou as
características em sua cultura. Para a religião, os negros trouxeram a crença
nos espíritos, o candomblé.
Na música brasileira são utilizados vários
instrumentos de origem africana, os povos africanos também influenciaram na
nossa língua portuguesa, com sotaques e palavras como senzala, quando os
colonizadores chegaram ao Brasil, várias tribos indígenas eram inimigas entre
si.
Os colonizadores faziam uso das rivalidades,
aliando-se a algumas tribos para derrotar outras, o que facilitava sua
dominação sobre o território, durante os primeiros anos da chegada dos
portugueses a América, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais",
uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil,
realizado na base do escambo.
Os missionários jesuítas eram contra a escravidão
indígena no Brasil, mais impunham a conversão a religião católica.
Os Tupinambás ocupavam a foz, tiveram suas terras
saqueadas, a história não relata mais houve muito derramamento de sangue
indígena, região ancestral tupinambá Mairí, atual Belém foi um exemplo
capitaneado pelo Cacique Guaimiaba.
A língua universal indígena era Nheengatu. Herdamos
dos povos originários a culinária, andar descalço, deitar em redes, tomar banho
diário além de praticar artesanatos com fios e fibras.
Os lusitanos ocuparam a região com a implantação
do forte do presépio em Belém, as batalhas contra os holandeses, franceses e
corsários ingleses para assegurar o domínio da Amazônia oriental e os povos
indígenas no processo de colonização foram perdendo suas terras, devido ao
surgimento de Vilas e Fortificações, essas fortificações eram bases militares
construída uma pequena casa de madeira e palha com um muro de pedras e canhões
médios carregáveis de frente para o rio.
O Estado do Pará apresenta uma das maiores
diversidades etnias do Brasil contando com 55 etnias e 77 territórios indígenas
em 52 municípios paraense, o que representa 25% do Pará pertence aos povos
originários contando com 60 mil indígenas.
O Brasil conta com 305 povos indígenas e 274
línguas originárias diferentes, a demarcação de terras indígenas é um direito
ancestral previsto na Constituição cidadã de 1988, há mais de 500 anos lutam
pela proteção de suas famílias, culturas e terras.
A Amazônia, pesquisas cientificas documentam que a
ocupação remontam ao período da pedra, além dos povos tapajônica, marajoara e
konduri, outros povos da Guiana estiveram aqui entre a região de Santarém e
Xingu.
No século XVIII a população amazônica somava cerca
de 54.200 e atualmente são menos de 12.000 com cerca de 21% do território
nacional, os primeiros contatos deu-se pelo século XIV com holandeses na região
de Gurupá, relatos que grupos indígenas viviam harmonia entre engaibas, mapuas,
aruanes, taconhapés, ingabaybas.
Os primeiros contatos com os europeus deu-se
necessário através de técnicas necessária como a linguagem universal indígena,
contudo o desaparecimento de línguas indígenas foi concentrada em dois troncos
linguísticos: macro e Tupi.
Estima-se que 75% das línguas se perderam ao longo
de 500 anos e parte dos povos indígenas que viviam na costa, no período da
colonização, falavam línguas que pertenciam ao tronco Tupi.
Dentro desse tronco, o Tupinambá era uma das
línguas gerais que existiram no Brasil e que era usada para se comunicar com os
indígenas, o Tupi não é o único tronco linguístico indígena existente no
Brasil. O tronco macro-jê é outro grande exemplo.
Os colonizadores se apossaram de terras e
intensificaram o tráfico de pessoas escravizadas trazida do continente
Africano.
O Tupi Guarani era língua originaria em 1751 uma
provisão real proibiu a utilização do Tupi, nossa linga recebeu influência dos
povos originários e também dos povos da África que aqui chegaram forçadamente
para trabalhar.
O Tupi se originou da língua tupinambá que foi
incorporado a nação indígena tupinambás e a nossa língua ganhou diferencial da
língua portuguesa falada em Portugal.
Os dialetos, costumes linguísticos, o legado do
povo africano e indígenas contribuiu para os dias atuais uma enorme herança
cultural, a beleza e cultura a culinária tem influência dos negros e indígenas assim
como as festas populares danças e ritmos.
Quem somos nós e uma pergunta a ser em nossas
comunidades, reconhecer a diversidade cultural de nossa formação pode ser uma
maneira de compreender nossa riqueza cultura.
A cultura afrodescendente no Brasil veio da
cultura africana chegou às terras brasileiras pelos africanos trazidos para cá
para servirem de escravos, os navios carregavam pessoas de várias etnias
africanas, o que permitiu a pluralidade cultural de origem africana no Brasil.
Deste contexto nasceu a fusão entre a
cultura africana e os vários elementos da cultura indígena e europeia, nasceu
no país uma cultura muito vasta, se buscarmos em nossas origens, diversos são
os elementos que compõem a nossa formação tradicional e têm origem no
continente africano.
Candomblé e umbanda são religiões originalmente
brasileiras, mas que surgiram com base em elementos religiosos africanos,
consiste no culto aos orixás da cultura iorubá, enquanto a umbanda é uma forma
sincrética entre o candomblé, o catolicismo e o espiritismo kardecista. Sendo
uma religião monoteísta que acredita na existência da alma e na vida após a
morte.
A palavra “candomblé” significa “dança” ou “dança
com atabaques” e cultua os orixás, normalmente reverenciados por meio de
danças, cantos e oferendas.
A partir do momento que a Igreja Católica faz a
fusão de elementos culturais desse povo na religiosidade, ela já configurou uma
forma de sincretismo religioso, o sincretismo de origem afro surge com a
religião católica, numa busca de camuflar as suas crenças, que eram totalmente
proibidas em país católico.
Embaixo do altar católico e das imagens de santos
os negros louvavam e cultuavam seus orixás, tendo assim o sincretismo
afro-brasileiro, os santos foram justapostos aos orixás africanos. Essa mistura
religiosa originou as religiões afro-brasileiras.
Durante o período da escravatura no Brasil, nas
senzalas, para poderem cultuar os seus Orixás, Inkices e Voduns, os negros
foram obrigados a usar como camuflagem altares com as imagens de santos
católicos, cujas características melhor correspondiam às suas Divindades
Africanas, e por baixo desses altares escondiam os assentamentos dos Orixás,
dando assim origem ao chamado Sincretismo.
Mesmo usando imagens e crucifixos, os seus cultos
e rituais inspiravam perseguições por parte das autoridades e pela Igreja, que
viam o Candomblé como paganismo e bruxaria.
Sabe-se hoje, segundo alguns pesquisadores, que
este sincretismo já teria começado em África, induzido pelos próprios
missionários para facilitar a conversão dos indígenas.
Os portugueses aderiram ao comercio de pessoas
escravizadas da África para o Brasil ficou conhecido na história como Tráfico
negreiro.
No continente africano os portugueses trocavam
armas, tecidos por pessoas capturadas por chefes tribais, essas pessoas
escravizadas eram aprisionados nas guerras tribais e eram negociados por
mercadores, embarcados nos navios negreiros, muitos adoeciam e faleciam, as
viagem ao Brasil levava até seis semanas, uma viagem com violência, suicídio,
pouca agua potável, e alimentação escassa, as regiões que mais forneceram
pessoas escravizadas, foram os países: Cabo da Guiné, Reinos do Congo e Angola.
Pertenciam grupos étnicos sudaneses(Nigéria),
Daomé (Costa do Marfim), Bantos (capturados no Congo), Angola e Moçambique.
388 anos o Brasil teve economia ligado ao trabalho
escravo, as formas mais desumanas eram o acoitamento público e o chicote amento
na senzala, as feridas eram aplicadas limão e sal.
Os africanos trazido a força do continente
africano, alguns se atiravam em alto mar, a travessia do atlântico era tormento
mais de 12 mil africanos vieram nos navios negreiros.
Alimentação era constituída por farinha de
mandioca, milho e carne seca, uma das doenças mais comuns era o Escorbuto que
provoca dores no corpo, inchaço pela falta de vitamina C no organismo.
A cultura indígena e africana possui importância
fundamental na construção da identidade nacional brasileira, ela está presente estudar
a história e cultura Afro-brasileira e indígena é descobrir nossas raízes, nos
ajuda a entender o passado, pensar no presente desmistificando ações e falas
preconceituosas e nos possibilita construir um futuro melhor, mais humano e
igualitário.
A obrigatoriedade de inclusão de História e
Cultura afro-brasileira e africana nos currículos da educação básica é um
momento histórico que objetiva não apenas mudar um foco etnocêntrico,
marcadamente de raiz europeia para um africano, mas sim ampliar o foco dos
currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica
brasileira.
Nessa perspectiva cabe às escolas incluir, no contexto dos estudos, atividades que abordem diariamente as contribuições histórico-culturais dos povos indígenas e dos descendentes de asiáticos, além das raízes africanas e europeias.
Em 12 de
janeiro de 1616, as embarcações ancoraram na baía de Guajará onde, numa ponta de terra, foi fundado o Forte do Presépio, atual cidade de Belém, capital do Estado
do Pará.
A fundação de Belém do
Pará, em 1616, serviria de ponto de apoio e partida para várias entradas que
iriam explorar a Floresta Amazônica, no que hoje seriam os territórios do Pará,
Amazonas e Amapá.
O Militar Bento Maciel
Parente, veterano de guerra da Paraíba e Rio Grande do Norte, e que
posteriormente confrontou os holandeses e ingleses, com a criação do Estado do
Maranhão, foi nomeado Capitão-Mor do Grão-Pará.
Fundou alguns fortes ao
longo do rio Xingu, como os fortes Santo Antônio de Gurupá. Ao longo do rio
Xingu, confrontou forças holandesas que haviam montado fortes ali, saindo
vitorioso no final.
Em maio 1623, junto
com Luís Aranha de Vasconcelos, Aires de Souza Chichorro e Salvador de Melo,
Bento Maciel Parente conquistou dos holandeses os pontos fortificados de Muturu
(atual Porto de Moz) e Mariocay atual Gurupá), próximo à foz do rio Xingu,
fundando no lugar do Forte de Mariocay, o Forte de Santo Antônio de Gurupá,
fazendo dele a base de apoio para as suas arrancadas, expulsando nos anos
seguintes os neerlandeses do Baixo Xingu e do rio Tapajós.
A ação realizada no Forte
de Mariocay foi um grande feito. Liderando cerca de 70 soldados e
aproximadamente mil índios em canoas nativas, o Capitão-mor do Pará investiu
contra os invasores holandeses, que não impediram o ataque luso-brasileiro à
fortificação.
Bento Maciel Parente,
buscando ludibriar a guarnição holandesa, manobrou na parte leste do Baixo
Xingu, provocando a debandada dos invasores fugindo rumo à selva.
O que teria acontecido com
os indígenas que habitavam próximo ao rochedo do Forte Mariocay, fundado pelos
holandeses em Gurupá, certo que foram dizimados, escravizados, num holocausto
escondido nas inúmeras batalhas entre portugueses e holandeses.
A verdadeira vítima da
invasão estrangeira e dos colonizadores portugueses, foram os indígenas que
viviam e ocupavam pacificamente essas terras.
À medida que o forte foi
construído aquela sociedade nativa ia se consumindo em guerras e derramamento
de sangue no canal de Gurupá, sobretudo no trabalho escravo até a extinção da
etnia indígena de Gurupá.
Com a colonização atraindo
comerciantes que transferiam para Portugal em navios de pequeno porte até
Belém, as produções agrícolas, hoje os povos originários que eram chamados
Mariocay pelos holandeses não existem, nem sabemos onde era sua aldeia central,
que provavelmente eram da nação Tupinambá.
Jorge Hurley em 1936 no
livro “noções de história do Brasil ” descreve que a Palavra mariocay vem do
Tupi: umary= frutos da mata, Cai= verbo queimar e Umary= queimado e a palavra
que deu origem ao nome Gurupá, baseia-se que os portugueses chamavam de
“Corupá”, porque os indígenas afirmavam que ali era um porto de canoa ou seja
origem era Iguaru pába, porto e seria chamado de igararupá ou seja um porto de
muitas canoas. Informações precisas de Francisco Adolpho Varnhagem no seu livro
história do Brasil do ano de 1962.
Os holandeses que
sobreviveram fugiram para ilha grande de Gurupá. Houve outra batalha após um
navio holandês, comandado por um capitão inglês chegando a frente a cidade de
Gurupá, os portugueses atacaram e afundaram o navio, matando todos, os
indígenas leais aos holandeses foram mortos, alguns sobreviveram e se tornaram
escravos, para posterior reconstrução do forte em pedras e argila.
Bento Maciel Parente ficou em Gurupá, onde após destruir o forte dos holandeses, construí sobre taipa um forte invocando a proteção de Santo Antônio em 1623.
AUTOR: GILVANDRO TORRES
construí sobre taipa um forte invocando a proteção de Santo Antônio em 1623.
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