quinta-feira, 5 de setembro de 2024

 Enterro de uma mulher africana de origem nobre de Moçambique, na Igreja da Irmandade Negra de Alampadosa ou Lampadosa no Rio de Janeiro. Ilustração de Jean Baptiste Debret, 1834

Debret retrata uma cena que apesar de se tratar de um cena fúnebre, o clima festivo demonstra a influência de costumes religiosos africanos entre a população negra do Rio de Janeiro da época
"A única diferença que existe entre o acompanhamento do enterro de uma negra e o de um homem da mesma raça reside no fato de o cortejo constituir unicamente de mulheres, à excessão de dois carregadores, de um mestre-de-cerimônia e do tambor.(...) Entre os moçambiques, as palavras do canto fúnebre são especialmente notáveis pelo seu sentido inteiramente cristão, pois entre os outros, limitam-se a lamentações acerca da escravidão, ainda assim grosseiramente expressas. Dou aqui o texto moçambique em português: “Nós estamos chorando o nosso parente, não enxergamos mais; vai embaixo da terra até o dia do juízo, hei de século séculurum amém. (...) A cena se passa diante da Lâmpadosa, pequena igreja servida por um padre negro e assistida por uma confraria de mulatos" descrição de Jean Baptiste Debret no livro "Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil"


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