sexta-feira, 21 de junho de 2024

Cyberbullying é o bullying

 Cyberbullying é o bullying realizado por meio das tecnologias digitais. Pode ocorrer nas mídias sociais, plataformas de mensagens, plataformas de jogos e celulares. É o comportamento repetido, com intuito de assustar, enfurecer ou envergonhar aqueles que são vítimas. Exemplos incluem:

  • espalhar mentiras ou compartilhar fotos constrangedoras de alguém nas mídias sociais;
  • enviar mensagens ou ameaças que humilham pelas plataformas de mensagens;
  • se passar por outra pessoa e enviar mensagens maldosas aos outros em seu nome.

O bullying presencial e o virtual acontecem lado a lado com frequência. Porém, o cyberbullying deixa um rastro digital – um registro que pode se tornar útil e fornecer indícios para ajudar a dar fim ao abuso.


Quando o bullying ocorre online, pode parecer que você está sendo atacado por todos os lados, inclusive dentro da sua própria casa. Parece que não há como escapar. Os efeitos podem ser duradouros e afetam uma pessoa de muitas maneiras:

  • Mentalmente — sente-se chateada, constrangida, incapaz, até mesmo com raiva
  • Emocionalmente — sente-se envergonhada ou perde o interesse pelas coisas que ama
  • Fisicamente — sente-se cansada (ou perde o sono), ou tem sintomas como dor de barriga e de cabeça

O sentimento de ser zombado ou assediado pelos outros pode impedir que as pessoas se manifestem ou tentem lidar com o problema. Em casos extremos, o cyberbullying pode levar as pessoas ao suicídio.

Se você acha que está sofrendo bullying, o primeiro passo é procurar ajuda de alguém em que você confie, como seus pais, um familiar próximo, ou algum outro adulto confiável.

Na sua escola, você pode procurar um conselheiro, um treinador, ou sua professora ou seu professor preferido.

E caso não esteja confortável em conversar com alguém que conheça, procure um serviço de ajuda no seu país para conversar com um orientador profissional.

Se o bullying está acontecendo em uma rede social, pense na possibilidade de bloquear o agressor e denuncie formalmente o comportamento na própria plataforma. Empresas de mídias sociais são obrigadas a manter seus usuários seguros.

Pode ser útil coletar evidências – tais como mensagens e capturas de tela das publicações nas mídias sociais – para provar o que está ocorrendo.

Para que o bullying acabe, é necessário que ele seja identificado, e denunciar é a chave para isso. Também pode ajudar mostrar ao agressor que o comportamento dele é inaceitável.

Caso esteja em perigo iminente, então você deve procurar uma autoridade policial ou outro serviço de emergência no seu país.








quarta-feira, 19 de junho de 2024

 

Em 12 de janeiro de 1616, as embarcações ancoraram na baía de Guajará onde, numa ponta de terra, foi fundado o Forte do Presépio, atual cidade de Belém, capital do Estado do Pará.

A fundação de Belém do Pará, em 1616, serviria de ponto de apoio e partida para várias entradas que iriam explorar a Floresta Amazônica, no que hoje seriam os territórios do Pará, Amazonas e Amapá.

O Militar Bento Maciel Parente, veterano de guerra da Paraíba e Rio Grande do Norte, e que posteriormente confrontou os holandeses e ingleses, com a criação do Estado do Maranhão, foi nomeado Capitão-Mor do Grão-Pará.

Fundou alguns fortes ao longo do rio Xingu, como os fortes Santo Antônio de Gurupá. Ao longo do rio Xingu, confrontou forças holandesas que haviam montado fortes ali, saindo vitorioso no final.

 Em maio 1623, junto com Luís Aranha de Vasconcelos, Aires de Souza Chichorro e Salvador de Melo, Bento Maciel Parente conquistou dos holandeses os pontos fortificados de Muturu (atual Porto de Moz) e Mariocay atual Gurupá), próximo à foz do rio Xingu, fundando no lugar do Forte de Mariocay, o Forte de Santo Antônio de Gurupá, fazendo dele a base de apoio para as suas arrancadas, expulsando nos anos seguintes os neerlandeses do Baixo Xingu e do rio Tapajós.

A ação realizada no Forte de Mariocay foi um grande feito. Liderando cerca de 70 soldados e aproximadamente mil índios em canoas nativas, o Capitão-mor do Pará investiu contra os invasores holandeses, que não impediram o ataque luso-brasileiro à fortificação.

Bento Maciel Parente, buscando ludibriar a guarnição holandesa, manobrou na parte leste do Baixo Xingu, provocando a debandada dos invasores fugindo rumo à selva.

O que teria acontecido com os indígenas que habitavam próximo ao rochedo do Forte Mariocay, fundado pelos holandeses em Gurupá, certo que foram dizimados, escravizados, num holocausto escondido nas inúmeras batalhas entre portugueses e holandeses.

A verdadeira vítima da invasão estrangeira e dos colonizadores portugueses, foram os indígenas que viviam e ocupavam pacificamente essas terras.

À medida que o forte foi construído aquela sociedade nativa ia se consumindo em guerras e derramamento de sangue no canal de Gurupá, sobretudo no trabalho escravo até a extinção da etnia indígena de Gurupá.

Com a colonização atraindo comerciantes que transferiam para Portugal em navios de pequeno porte até Belém, as produções agrícolas, hoje os povos originários que eram chamados Mariocay pelos holandeses não existem, nem sabemos onde era sua aldeia central, que provavelmente eram da nação Tupinambá.

Jorge Hurley em 1936 no livro “noções de história do Brasil ” descreve que a Palavra mariocay vem do Tupi: umary= frutos da mata, Cai= verbo queimar e Umary= queimado e a palavra que deu origem ao nome Gurupá, baseia-se que os portugueses chamavam de “Corupá”, porque os indígenas afirmavam que ali era um porto de canoa ou seja origem era Iguaru pába, porto e seria chamado de igararupá ou seja um porto de muitas canoas. Informações precisas de Francisco Adolpho Varnhagem no seu livro história do Brasil do ano de 1962.

Os holandeses que sobreviveram fugiram para ilha grande de Gurupá. Houve outra batalha após um navio holandês, comandado por um capitão inglês chegando a frente a cidade de Gurupá, os portugueses atacaram e afundaram o navio, matando todos, os indígenas leais aos holandeses foram mortos, alguns sobreviveram e se tornaram escravos, para posterior reconstrução do forte em pedras e argila.

Bento Maciel Parente ficou em Gurupá, onde após destruir o forte dos holandeses, construí sobre taipa um forte invocando a proteção de Santo Antônio em 1623.


AUTOR: GILVANDRO TORRES



: IDENTIDADE DA AMAZÔNIA GURUPAENSE.

 

Para extrair o pau Brasil os portugueses utilizavam do trabalho e conhecimento indígena, desde a derruba, corte dos galhos e madeira que traziam até a praia onde estavam ancorados os navios, era feito o sistema de trocas não utilizando moeda o escambo, trocando madeira por espelho, facas, machados e tecidos.

Os contatos entre os colonizadores e os povos indígenas, foram elementos de dominação através da exploração dos recursos naturais, consequência o desaparecimento das línguas indígenas e a forte catequese que obrigava os indígenas a mudar o comportamento, inserindo nomes europeus, costumes, foi um processo de colonização com escravidão indígena, violência contra mulheres e doenças transmitidas pelos não indígenas.

Estima-se que populações inteiras foram dizimadas e tribos abandonaram suas terras, seus costumes e sua língua de origem, a miscigenação é o resultado da diversidade a diferença se deve à influência de outras línguas, as línguas indígenas, por exemplo: nosso vocabulário está cheio de palavras de origem tupi: além da língua, os portugueses também trouxeram instrumentos feitos de ferros como machados, espadas, facões, armas de fogos e etc.

Que não eram conhecidos pelos nossos indígenas, com a chegada dos negros trazidos pelos portugueses, o Brasil incorporou as características em sua cultura. Para a religião, os negros trouxeram a crença nos espíritos, o candomblé.

Na música brasileira são utilizados vários instrumentos de origem africana, os povos africanos também influenciaram na nossa língua portuguesa, com sotaques e palavras como senzala, quando os colonizadores chegaram ao Brasil, várias tribos indígenas eram inimigas entre si.

Os colonizadores faziam uso das rivalidades, aliando-se a algumas tribos para derrotar outras, o que facilitava sua dominação sobre o território, durante os primeiros anos da chegada dos portugueses a América, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo.

Os missionários jesuítas eram contra a escravidão indígena no Brasil, mais impunham a conversão a religião católica.

Os Tupinambás ocupavam a foz, tiveram suas terras saqueadas, a história não relata mais houve muito derramamento de sangue indígena, região ancestral tupinambá Mairí, atual Belém foi um exemplo capitaneado pelo Cacique Guaimiaba.

A língua universal indígena era Nheengatu. Herdamos dos povos originários a culinária, andar descalço, deitar em redes, tomar banho diário além de praticar artesanatos com fios e fibras.

Os lusitanos ocuparam a região com a implantação do forte do presépio em Belém, as batalhas contra os holandeses, franceses e corsários ingleses para assegurar o domínio da Amazônia oriental e os povos indígenas no processo de colonização foram perdendo suas terras, devido ao surgimento de Vilas e Fortificações, essas fortificações eram bases militares construída uma pequena casa de madeira e palha com um muro de pedras e canhões médios carregáveis de frente para o rio.

O Estado do Pará apresenta uma das maiores diversidades etnias do Brasil contando com 55 etnias e 77 territórios indígenas em 52 municípios paraense, o que representa 25% do Pará pertence aos povos originários contando com 60 mil indígenas.

O Brasil conta com 305 povos indígenas e 274 línguas originárias diferentes, a demarcação de terras indígenas é um direito ancestral previsto na Constituição cidadã de 1988, há mais de 500 anos lutam pela proteção de suas famílias, culturas e terras.

A Amazônia, pesquisas cientificas documentam que a ocupação remontam ao período da pedra, além dos povos tapajônica, marajoara e konduri, outros povos da Guiana estiveram aqui entre a região de Santarém e Xingu.

No século XVIII a população amazônica somava cerca de 54.200 e atualmente são menos de 12.000 com cerca de 21% do território nacional, os primeiros contatos deu-se pelo século XIV com holandeses na região de Gurupá, relatos que grupos indígenas viviam harmonia entre engaibas, mapuas, aruanes, taconhapés, ingabaybas.

Os primeiros contatos com os europeus deu-se necessário através de técnicas necessária como a linguagem universal indígena, contudo o desaparecimento de línguas indígenas foi concentrada em dois troncos linguísticos: macro e Tupi.

Estima-se que 75% das línguas se perderam ao longo de 500 anos e parte dos povos indígenas que viviam na costa, no período da colonização, falavam línguas que pertenciam ao tronco Tupi.

Dentro desse tronco, o Tupinambá era uma das línguas gerais que existiram no Brasil e que era usada para se comunicar com os indígenas, o Tupi não é o único tronco linguístico indígena existente no Brasil. O tronco macro-jê é outro grande exemplo.

Os colonizadores se apossaram de terras e intensificaram o tráfico de pessoas escravizadas trazida do continente Africano.

O Tupi Guarani era língua originaria em 1751 uma provisão real proibiu a utilização do Tupi, nossa linga recebeu influência dos povos originários e também dos povos da África que aqui chegaram forçadamente para trabalhar.

O Tupi se originou da língua tupinambá que foi incorporado a nação indígena tupinambás e a nossa língua ganhou diferencial da língua portuguesa falada em Portugal.

Os dialetos, costumes linguísticos, o legado do povo africano e indígenas contribuiu para os dias atuais uma enorme herança cultural, a beleza e cultura a culinária tem influência dos negros e indígenas assim como as festas populares danças e ritmos.

Quem somos nós e uma pergunta a ser em nossas comunidades, reconhecer a diversidade cultural de nossa formação pode ser uma maneira de compreender nossa riqueza cultura.

 A cultura afrodescendente no Brasil veio da cultura africana chegou às terras brasileiras pelos africanos trazidos para cá para servirem de escravos, os navios carregavam pessoas de várias etnias africanas, o que permitiu a pluralidade cultural de origem africana no Brasil.

Deste contexto nasceu  a fusão entre a cultura africana e os vários elementos da cultura indígena e europeia, nasceu no país uma cultura muito vasta, se buscarmos em nossas origens, diversos são os elementos que compõem a nossa formação tradicional e têm origem no continente africano.

Candomblé e umbanda são religiões originalmente brasileiras, mas que surgiram com base em elementos religiosos africanos, consiste no culto aos orixás da cultura iorubá, enquanto a umbanda é uma forma sincrética entre o candomblé, o catolicismo e o espiritismo kardecista. Sendo uma religião monoteísta que acredita na existência da alma e na vida após a morte.

A palavra “candomblé” significa “dança” ou “dança com atabaques” e cultua os orixás, normalmente reverenciados por meio de danças, cantos e oferendas.

A partir do momento que a Igreja Católica faz a fusão de elementos culturais desse povo na religiosidade, ela já configurou uma forma de sincretismo religioso, o sincretismo de origem afro surge com a religião católica, numa busca de camuflar as suas crenças, que eram totalmente proibidas em país católico.

Embaixo do altar católico e das imagens de santos os negros louvavam e cultuavam seus orixás, tendo assim o sincretismo afro-brasileiro, os santos foram justapostos aos orixás africanos. Essa mistura religiosa originou as religiões afro-brasileiras. 

 

Durante o período da escravatura no Brasil, nas senzalas, para poderem cultuar os seus Orixás, Inkices e Voduns, os negros foram obrigados a usar como camuflagem altares com as imagens de santos católicos, cujas características melhor correspondiam às suas Divindades Africanas, e por baixo desses altares escondiam os assentamentos dos Orixás, dando assim origem ao chamado Sincretismo.

Mesmo usando imagens e crucifixos, os seus cultos e rituais inspiravam perseguições por parte das autoridades e pela Igreja, que viam o Candomblé como paganismo e bruxaria.

Sabe-se hoje, segundo alguns pesquisadores, que este sincretismo já teria começado em África, induzido pelos próprios missionários para facilitar a conversão dos indígenas.

Os portugueses aderiram ao comercio de pessoas escravizadas da África para o Brasil ficou conhecido na história como Tráfico negreiro.

No continente africano os portugueses trocavam armas, tecidos por pessoas capturadas por chefes tribais, essas pessoas escravizadas eram aprisionados nas guerras tribais e eram negociados por mercadores, embarcados nos navios negreiros, muitos adoeciam e faleciam, as viagem ao Brasil levava até seis semanas, uma viagem com violência, suicídio, pouca agua potável, e alimentação escassa, as regiões que mais forneceram pessoas escravizadas, foram os países: Cabo da Guiné, Reinos do Congo e Angola.

Pertenciam grupos étnicos sudaneses(Nigéria), Daomé (Costa do Marfim), Bantos (capturados no Congo), Angola e Moçambique.

388 anos o Brasil teve economia ligado ao trabalho escravo, as formas mais desumanas eram o acoitamento público e o chicote amento na senzala, as feridas eram aplicadas limão e sal.

Os africanos trazido a força do continente africano, alguns se atiravam em alto mar, a travessia do atlântico era tormento mais de 12 mil africanos vieram nos navios negreiros.

Alimentação era constituída por farinha de mandioca, milho e carne seca, uma das doenças mais comuns era o Escorbuto que provoca dores no corpo, inchaço pela falta de vitamina C no organismo.


A cultura indígena e africana possui importância fundamental na construção da identidade nacional brasileira, ela está presente estudar a história e cultura Afro-brasileira e indígena é descobrir nossas raízes, nos ajuda a entender o passado, pensar no presente desmistificando ações e falas preconceituosas e nos possibilita construir um futuro melhor, mais humano e igualitário.

A obrigatoriedade de inclusão de História e Cultura afro-brasileira e africana nos currículos da educação básica é um momento histórico que objetiva não apenas mudar um foco etnocêntrico, marcadamente de raiz europeia para um africano, mas sim ampliar o foco dos currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira.

Nessa perspectiva cabe às escolas incluir, no contexto dos estudos, atividades que abordem diariamente as contribuições histórico-culturais dos povos indígenas e dos descendentes de asiáticos, além das raízes africanas e europeias.


AUTOR: GILVANDRO TORRES

“Não se esqueçam: Igreja em saída. ‘Igreja em saída’: este é o tema. Sim, a Igreja é como a água: se a água não corre no rio, fica estagnada, adoece. Por outro lado, a Igreja quando sai, quando caminha, se sente mais forte. Sigam adiante e que a Igreja de vocês seja sempre em saída, nunca escondida”, mensagem do Papa Francisco para 15º Intereclesial.


 

 Faça parte você também, filie-se ao Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras.


Www.PT.org.br



Vivemos num mundo onde as pessoas mais sujas apontam para os limpos como sendo errados. Não acredite em tudo que falam Mantenha seus valores e ideais!

 


Temos ódio, temos nojo, da ditadura e de seus seguidores, 31 de março dia de luto brasileiro, 1964 um ano para ser excluído do calendário desta nação.

 


 O Bolsa Família, que tem o compromisso de reduzir as desigualdades e construir um Brasil mais justo e solidário.

O programa destinará R$ 14,23 bilhões aos beneficiários, com um valor médio de R$ 683,75 por família.



 

VOCE SABIA? A bolacha Maria foi criada em 1874 por um padeiro inglês para comemorar o casamento da grã-duquesa Maria Alexandrovna da Rússia com o Duque de Edimburgo. Foi muito popular na Guerra Civil Espanhola, durante a qual foi considerada símbolo da prosperidade da economia ao ser produzida com os excedentes de trigo.

 


 CASA ARRUMADA Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Para refletir
Casa arrumada é assim: Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
- Sofá sem mancha?
- Tapete sem fio puxado?
- Mesa sem marca de copo?
- Tá na cara que é casa sem festa.
- E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos, netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

terça-feira, 18 de junho de 2024

Um povo minha terra Um refugio minha vida Princesa do norte no encanto de poesia Poesia, poesia.... Gurupá é poesia. Tomar açaí com tapioca, vinha do bacá Sentindo aquela brisa, brisa fria, brisa linda Rio amazona é maravilha Andar pelas ruas da cidade, sentir o povo hospitaleiro Na hidrovia vendo os barcos atravessando o amazonas A ilha grande é bem na frente Da meia lua a procissão São benedito invocamos A força da religião Gurupá simples Povo amigo Terra dos mariocay És minha minha raiz, és meu orgulho Ter sangue gurupaense Ser mararuense.

 


Um padre alemão em Gurupá

 

João Felipe Betendorf, após anos de trabalho com os indígenas em Gurupá, os colonos se revoltaram com o jesuíta e a hierarquia religiosa. 


O padre fugiu para a mata com 16 indígenas, ficando por vários meses até que a comida acabou ele retornaram para Gurupá, vários moradores tentaram prende-lo, porem o capitão mor era a favor dos padres e protegeu no forte. 

Prendeu os agitadores e mandou enforca-los, antes se confessaram com o padre alemão. 

Enquanto na capital havia rumores do conselho municipal que enviariam um destacamento para prender o padre em Gurupá. 

O capitão mor não podendo intervir nessa situação, um indígena  tentou defender o padre que acabou morrendo, um africano que pertencia a Antônio de França, defendeu o padre mais acabou se ferindo gravemente. 

Com a prisão do padre pelo destacamento vindo de Belém, a cora portuguesa rescindiu o controle dos jesuítas sobre os indígenas, em 1670 o padre Gaspar Misch, visitou Gurupá para retirar um sino que o capitão mor da época tinha levado para a igreja da fortaleza. 

Esta rivalidade entre colonos e jesuítas se estabeleceu mais de uma década. 

O capitão mor de Gurupá da época o senhor chamado Manuel Guedes Aranha, invadiu um missão religiosa em 1687 e confiscou os indígenas, em 1692 destruí um obra missionaria do padre João Maria Gorsony . 

Em 1693, foi erigida canônica a matriz de santo Antônio de Gurupá.

Os indígenas que ali permaneceram sem auxilio dos holandeses que eram seus aliados e agora sem proteção dos jesuítas, ficaram sobre controle escravo dos portugueses, alguns viajantes relatam que sucessivas epidemias de varíola e sarampo eliminaram os indígenas. 

Fonte: Betendorf: 1909 “ crônica da missão dos padres da companhia de jesus no estado do maranhão”. Hemming: 1978 “ red gold: the conquest of brazilian Indians”. Kelly: 1984 “ family, church and crown: a social and demographic history of the lower Xingu river valley and municipality of Gurupá ”;(1623/1889)



 

Um olhar gurupaense visto por viajantes e pesquisadores



Eles relataram o cotidiano gurupaense para a geração atual saber sobre a historia de Gurupá o trabalho de Arlene Kelly, fruto de sua Dissertação de Mestrado defendida na Universidade da Flórida em 1984, denominado Family, Churc and Crown: a social and demographic history of the Lower Xingu Valley and the Municipality of Gurupá, 1623-1889. 

Na sua pesquisa, a autora aborda a questão histórica do desenvolvimento da Amazônia a partir de investigações minuciosas em arquivos municipais e eclesiais, em torno das variações geográficas e demográficas do que chama de micro-regiões do Vale Amazônico. Seu estudo abordou tais aspectos nos Municípios de Senador José Porfírio, Altamira, Porto de Moz e Gurupá. 


Mais recentemente Paulo Henrique Borges de Oliveira Júnior (1991) escreveu Dissertação de Mestrado apresentada no Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo intitulada Ribeirinhos e Roceiros: gênese, subordinação e resistência camponesa em Gurupá – PA. Referido autor aborda elementos importantes da história do município, sua reconfiguração territorial, as relações de trabalho sob a lógica capitalista na região e do processo de produção do trabalho camponês e da resistência camponesa a partir da configuração de novos agentes sociais no cenário sócio-econômico da região como, por exemplo, a Igreja Católica e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.

Jean-Marie Royer, antropólogo francês, cuja tese de doutorado defendida em 2003 na Université Paris III – Sorbone Nouvelle. Institut des Hautes Etudes,denominada Logiques sociales et extractivisme. Etude anthropologique d’une collectivité de la forêt amazonienne, Etat du Pará, Brésil, faz um relato dos mais completos e complexos das relações políticas, sociais, econômicas e culturais de Gurupá no período mais recente.

 

Um pouco da historia dos quilombolas de GURUPÁ

No começo do século XVI, quando os europeus começaram o processo de ocupação da Amazônia, os holandeses estabeleceram uma feitoria localizada abaixo da foz do rio Xingu onde comercializavam especiarias com as tribos indígenas. 

Este entreposto comercial ficou conhecido com o nome dos indígenas  que ali moravam: os Mariocay. 

Depois de ter conseguido derrotar seus opositores, os portugueses construíram naquele lugar o Forte de Santo Antônio de Gurupá que foi o ponto de apoio para a conquista de toda a região. 

Deste forte saiam as expedições de captura dos indígenas que eram escravizados e obrigados a trabalhar na coleta das especiarias (drogas do sertão). 

Em poucas décadas centenas de milhares de índios foram exterminados sendo necessária a importação de mão de obra para trabalhar nas fazendas que começaram a surgir ocupando grandes extensões de terra. 

Entre os maiores fazendeiros da região de Gurupá Miri encontravam-se Pedro Lima, Celestina Custódia de Aragão e Patrocínio.

Segundo os moradores o povoado de Jocojó, contado desde as primeiras gerações, existe há 332 anos. 

Foi formado por escravos que conseguiram fugir do Gurupá Miri contando com o apoio de seu Antônio que morava no lugar chamado Munituba. 

Este lhes tinha garantido livrá-los das chicotadas que pegavam no Gurupá Miri. Aproveitando uma das viagens dos Senhores que comandavam este lugar, o escravo Halípio inventou que iria caçar. 


Na verdade queria pesquisar onde dava pra se esconder. 

Halípio, depois de muito tempo andado conseguiu chegar em um baixo de terra.

 Vendo que ali era o final da terra firme ideou subir em uma árvore bem alta e olhando para o outro lado do igapó percebeu que lá também tinha terra firme.

 Voltando para Gurupá Miri contou para seus companheiros o que havia descoberto. 

Então se juntaram mais pessoas e inventaram outra caçada. Halípio, que conhecia o caminho, era o guiador da turma. 

Desceram o igapó e andaram até que chegaram na beira do igarapé, o atravessaram e subindo viram que era um lugar onde dava para se esconder. 

Deu certo, pois era neste igarapé que Antônio do Munituba pescava e ele tinha deixado lá um casco. 

Pegaram a canoa e foram pesquisar onde desembocava o igarapé e vieram olhando até que bem quase próximo do Munituba estava saindo água preta.

Um belo dia se juntaram Halípio, Antônio Francisco, Plácido, Lucas, Maximino, Páscoa, Domingos Ramos e fugiram vindo definitivamente se esconder nas terras do Jocojó. 

Antônio do Munituba, que havia ficado com muita pena deles pelos sofrimentos que eles lhe contavam, os protegeu e durante muito tempo não disse pra ninguém que tinha escravo escondido naquelas matas. 

No início os escravos fugitivos trabalhavam na roça do Antônio do Munituba em troca de mercadorias. 

Depois passaram a comercializar com ele o que produziam. 

Sua fuga foi também protegida pelo fato que o Igarapé que eles subiram era tapado isto é, não estava limpo.

Gurupá, linda cidade do estado do Pará Dentro do município o transporte é feito por pequenas embarcações que navegam pela bacia hidrográfica da região. Por está localizada na região das ilhas, aproximadamente 90% da área do município está enquadrada como região de várzea ou igapó. As principais atividades econômicas do município estão concentradas: no pescado por ser abundante, na criação de animais para consumo (galinha, pato, porco, gado), plantações de frutos regionais, comércio, serviços autônomos, funcionalismo público municipal e estadual, além da extração do palmito. Há algumas décadas estava voltada para a extração de madeira de lei, sem manejo florestal, na extração do látex (borracha prensada ou defumada). Nosso município tem alguns patrimônios culturais, aqueles que serviram para a colonização da cidade e aqueles conhecidos como grandes obras que marcaram a história de Gurupá, como: o forte de Santo Antonio , igreja de Santo Antonio, Prefeitura Municipal, praça Mariocay e outras construções recentes que fazem parte das entidades.

 


O São Benedito, nosso intercessor. Olhai pelo povo de Gurupá.

 


 

RAPOSO TAVARES, PASSOU POR GURUPÁ EM SUA ULTIMA EXPEDIÇÃO!

Raposo Tavares estivera em Portugal em 1647, sendo "encarregado de uma missão em grande parte secreta".

 A sua última expedição foi chamada a Bandeira de Limites ou a grande bandeira aos "serranos", os limites do Peru: "Embrenhou-se com algumas dezenas de homens no território mato-grossense, atingindo, pelo Madeira, o Amazonas, remontado até às terras de Quito e depois descido até Belém do Pará." (Ensaios Paulistanos, p. 634.)

Considerada a primeira viagem em torno do território brasileiro, partiu em maio de 1648 do porto de Pirapitingui, em São Paulo, descendo o rio Tietê rumo aos sertões do baixo Mato Grosso. 

Contava com brancos, mamelucos e mais de mil índios. Um de seus principais auxiliares foi Antônio Pereira de Azevedo, baiano. 

Oficialmente destinava-se à busca de minas, sobretudo as de prata.

Afirma Jaime Cortesão em seu livro "Raposo Tavares e a formação territorial do Brasil" que a parte oficial era descobrir metais preciosos mas a outra parte, secreta, seria conhecer melhor o Brasil para identificar os interesses de Portugal na região.

Em novembro de 1648 Antônio Raposo ordenou decisivo ataque a destruição das reduções do Itatim, combatendo 200 paulistas e mil índios mansos, e seu auxiliar ainda foi o velho, sexagenário, 

Capitão André Fernandes (que morreria no início da ação, em 1649, em local tão oposto ao sertão do Sabaraboçu onde sempre desejara e prometera ir). Ficaram destruídas as reduções jesuítas da serra de Maracaju e Terecañi, e depois Bolaños, Xerez e outras.

O ataque produziu êxodo, mas partiu de Assunção um exército tão grande que os paulistas resolveram abandonar a província. 

A bandeira se dividiu em duas companhias.

Na companhia comandada por Raposo, era alferes Manuel de Souza da Silva. 

A outra era chefiada pelo baiano Antônio Pereira de Azevedo. Iniciaram assim em 1648 a famosa volta que duraria até 1651, subindo o rio Paraguai, descendo o rio Mamoré e o rio Amazonas. 

Teria subido pelo rio Itatim e pelo rio Paraguai até a nascente, internando-se de tal modo que se encontrou com os castelhanos no Peru, depois desceu em jangadas o rio Guaporé, o rio Mamoré e o rio Madeira, entrando no Amazonas. deteve-se na fortaleza de Gurupá, no Pará. 

André Fernandes pereceu no sertão com toda sua tropa, da qual apenas dois índios retornariam a São Paulo. 

A expedição percorreu mais de 10.000 quilômetros em três anos, tendo usado o curso do rio Paraguai, do rio Grande, do rio Mamoré, do rio Madeira e do rio Amazonas. 

Ao chegar à foz do Amazonas, em Gurupá, no Pará, a tropa estava reduzida a 59 brancos e alguns índios. Da cidade de Belém do Pará, os sobreviventes à épica travessia da floresta Amazônica, retornaram a São Paulo, onde o bandeirante viria a falecer em sua fazenda localizada em Quitaúna, hoje um bairro da cidade de Osasco. Poucos registros históricos ainda mencionam Raposo Tavares depois de sua última expedição. 

A maioria dos historiadores supõe que ele morreu entre 1658 e 1659.