quinta-feira, 11 de abril de 2024

PRESENÇA DE JUDEUS EM GURUPÁ NO SECULO XIX

 

PRESENÇA DE JUDEUS EM GURUPÁ NO SECULO XIX

A presença judaica na Amazônia tem registro no ano de 1810, século XIX, intensa imigração de judeus provenientes de Marrocos, alguns Portugueses, que deixaram seu país para exercer atividades comerciais, construindo famílias e ate acumulando o suficiente para trazer suas famílias, até um cemitério de judeu na cidade, situado no setor Nossa Senhora das Graças, e descendentes da famílias Benathar e Benaion.

Alguns se estabeleceram na zona rural de Gurupá, se adaptando ao cenário do ribeirinho, onde era feito um sistema de aviamento, participando da historia econômica e politica de Gurupá. 

A queda do preço da borracha foi um fato negativo, reduzindo moradores a 300 pessoas, e comerciantes estabelecidos tanto na zona rural quanto na zona urbana fecharam suas portas, a família Castiel muda-se para o estado de Roraima. 

A geração pioneira veio com um desafio, foram para o interior como comerciantes, vendedores, caixeiros viajantes, buscando oportunidades em Gurupá estabeleceram famílias Azulay, Serfaty, Althar e Levy. Muitas acham que os judeus se estabeleceram na Amazônia, pela valorização da borracha, mais sim essa imigração ocorreu pelas históricas perseguições religiosas, sabemos que o judeu marroquino José Benjó no ano de 1823, teve licença concedida para se estabelecer na cidade de Belém, para fins comerciais. 

Foi com o inicio da segunda guerra mundial em 1939 e inicio do segundo ciclo de borracha, muitos judeus buscaram seringais na Amazônia, as gerações se destacaram na politica como a família Benathar e Castiel, economicamente se tornaram comerciantes de grande valor.

Acredito que os judeus daquela época não esqueceram suas tradições hebraicas, como o almoço do Shabat, a benção do pão que chamavam Hamossí, quando os pedaços são distribuídos pelo oficiante, tocados no sal e jogados aos pratos das pessoas presentes. 

O pacto com Abrahão, através do nascimento de uma criança a família, através da Berit Milá. 

É interessante as famílias marroquinas tinham muitos filhos, costumavam dar nomes dos avós assim perpetuando e homenageando em vida, além dos tradicionais nomes bíblicos. 

Procurei citar essas tradições de um povo que colaborou muito na historia de Gurupá, para que as gerações não esqueçam que aqui estiveram famílias grandes de um pais distante, de costumes e religiões diferentes e precisamos respeitar sua historia. 

Transmiti-la para novas gerações compreenderem a essência dos valores que ainda estão presente em descendentes que aqui permanecem nesta cidade.

Em relatos do pesquisador Charles Wagley, consegui farta documentação e descreveu costumes dos últimos hebreus como D. Alegria mãe de Rafael Castiel, que preservava o cemitério dos judeus limpando três vezes ao ano, ainda preservava a alimentação é não comiam peixe de pele, nem peixe e carne no mesmo prato, não cozinha nos sábados.

Haviam 14 negociantes em Gurupá no ano de 1889, judeus Abrahan, Bensabeth, Abraham Azulay, Jacinto Aben Athar, Marcos Aben Athar, Moyses Levy.
texto: GILVANDRO TORRES

Nenhum comentário:

Postar um comentário