terça-feira, 22 de agosto de 2023

 






Poema de sangue

 

Numa época em que o ser humano de cor diferenciada era tratado de forma desumana. Eram presos a espera da liberdade.

Tirados de suas famílias, levados em porões de navios.

Vendidos como bicho. Exposto e torturado pelo seu “senhor”.

Chicoteados na presença de outros escravos.

Sob ordem do dono da fazenda.

 Era assim o cotidiano de Gurupá Mirí na época de Pedro Lima.

 Que se dizia através de supostas cartas de sesmaria proprietário destas terras.

 Tinha uma fazenda e comprava escravos do municipio de Mazagão e revendia para outros senhores.

O sangue escorria nos corpos desses angolanos

Era jogado vinagre e sal.

Castigo severo para os que amanheciam doentes e não trabalhavam Até o dia da libertação através de escravos que fugiram para Jocojó e dali se espalharam.

 Ali se estabeleceram com proteção de Antônio do manituba. Segundo relatos passados por gerações.

Quem vai a Gurupá Mirí não sabe que ali foi um palco de tortura e agressões no passado.

Vivencia pela centenária sumaúma, testemunha intacta de tantos cotidianos.

Autor: Gilvandro Torres

 

 

 

 

Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o Amor toma conta dele. Platão


 

GURUPÁ, RUMO 400 ANOS

 




Gurupá é uma cidade do interior do Pará – pequena no tamanho, mas riquíssima em história e cultura. É a porta de entrada da maior e mais cobiçada floresta tropical do planeta. 

Ela surgiu às margens do rio Amazonas, num lugar que era habitado pelos  Mariocai e, posteriormente, recebeu influencia dos diversos colonizadores holandeses e portugueses que ali se instalaram. 

No decorrer de 400 anos de história grande número de pessoas famosas pisaram em suas terras e interagiram com os moradores locais. 

Religiosos, naturalistas, pesquisadores e cientistas de renome passaram por lá, como por exemplo: Padre Antônio Vieira, Alexandre Rodrigues Ferreira, Domingos Ferreira Penna, Charles Wagley, Eduardo Galvão, Dalcídio Jurandir, Moacir Werneck de Castro, Jacques Cousteau e irmã Dorothy Stang. 

Dessa interação tão diversificada, surgiu um povo forte e combatente. 

Os gurupaenses são reconhecidos como uma gente aguerrida, que não se intimida diante das dificuldades e luta bravamente por seus objetivos. 

Muitos fatos interessantes e curiosos fizeram parte de sua história, tornado essa cidade uma referência em movimentos populares e de valorização das populações tradicionais.


 

Estreito do rio Navegadores em outros tempos passam por rios cheios de esperança...

 Exploradores europeus passam com suas naus atrás de terra nova;

Um povo ali já existia, guerreiros tupinambás; 

Um costume ali já tinha um grupo de etnia indígena, velhos do tapara, que gritam desde Vilarinho do monte é aldeia mariocay;

Seus corpos marcados pelo tempo de guerras em iguaru pabá;

Olhos das gerações, trocados com colares de pedra; 

Entre holandeses e portugueses, o forte construído;

Ainda visto em seu por do sol Magnitude de presença;

Olhar indígena, sem esperança;

Traça novas identidades; 

O certo que somos tupis;

Deste rio que passamos remando; 

Hoje se passa de catraia.

NA JARILANDIA, DISTRITO DA CIDADE DE LARANJAL DO JARÍ NO ESTADO DO AMAPÁ

 

NA JARILANDIA, DISTRITO DA CIDADE DE LARANJAL DO JARÍ NO ESTADO DO AMAPÁ

 

As empresas começaram a empregar pessoas temporariamente na região, para o corte de madeira e plantio e limpeza das áreas de reflorestamento desde os anos 1970 até 1985 a Jari Florestal, localizada em Monte Dourado, no município de Almeirim, no Estado do Pará, à margem esquerda do rio Amazonas e a 453 km a noroeste de Belém. 

Somente em 1985 foi desativado o projeto de reflorestamento e muitos gurupaenses voltaram para cidade natal outros ficaram morando em Vitoria do Jari e Laranjal do Jarí no Estado do Amapá.

 Ludwig adquiriu em 1967, na fronteira entre os estados do Pará e Amapá (então Território Federal) para a instalação do seu projeto agropecuário. 

Ao longo do programa de instalação, enfrentou as desconfianças do governo e de algumas parcelas da sociedade que temiam pela soberania brasileira sobre a área inabitada de florestas onde o Jari seria instalado. 

A área adquirida por Ludwig fez com que fosse provavelmente o maior proprietário individual de terras no Ocidente. 

A grandiosidade do Jari acentuava-se por ser a região totalmente desprovida de qualquer infraestrutura; foi necessária a construção de portos, ferrovia e nove mil quilômetros de estradas.

Ali Ludwig planejava instalar um projeto de reflorestamento com árvores de crescimento rápido, antevendo o aumento da necessidade mundial por celulose. 

Além disto, pretendia estender as atividades para a mineração, pecuária e agricultura, 

Uma usina termelétrica e a própria fábrica de celulose foram rebocadas do Japão, num percurso de 25 mil quilômetros, que durou 53 dias a ser concluído. 

Além das instalações, todo o projeto ocupava uma área de 16 mil km², a construção de uma cidade para a moradia dos trabalhadores, além de hospital e escolas na sede, chamada Monte Dourado.

 A fábrica e implementos custaram em torno de 200 milhões de dólares. 

Em 1982, ano de sua venda, a população do Jari alcançou a marca de trinta mil habitantes.

Neste ano, sem apresentar resultados, Ludwig abandonou o projeto. 

As negociações envolveram o homem forte do regime militar, general Golbery do Couto e Silva, e cogitou-se na venda para o Banco do Brasil, para um pool de empresas e para o empresário Augusto de Azevedo Antunes. 

Até o começo dos anos 1980 Ludwig declarava haver gasto no Jari 863 milhões de dólares, atualizados em 1981 para 1,15 bilhão. 

No ano 2000 passou a ser controlado pelo Grupo Orsa, de modo que a Jari Celulose não somente tornou-se economicamente viável, como também mostrou-se sustentável, recebendo certificação em 2004 pelo Forest Stewardship Council.

VIVA A CABANAGEM!

 


VIVA A CABANAGEM!

Quando falamos em populações indígenas temos que considerar que elas não são identificadas entre si. 

As populações que sobrevivem ao avanço da “ nova sociedade”, imposta pelos europeus, que além de se associarem ao novo cotidiano ainda foram escravizados, indígenas de diversas etnias e angolanos que vieram forçados em navios negreiros para serem escravizados nessa imensa nação, alguns membros maçônicos lutaram incansavelmente em defesa da liberdade dos escravos: Paes de Andrade, João Campbell, Raimundo Leal Castelo Branco, Bertoldo Nunes, Cônego Andrade Pinheiro Perdigão.

Nesse cenário surge uma revolta popular da classe oprimida que vivia a beira dos rios, igarapés, índios e escravos fugidos, este movimento mobilizou o povo e se tornou a revolução da cabanagem. 

Usando o elemento surpresa como táticas de guerrilha com a utilização de canoas e flechas, com a morte do Padre Batista Campos, mentor intelectual do movimento, após inúmeras reuniões no sitio Murutucu dos irmãos Vinagre destaca-se Eduardo Angelim. 

A tomada do arsenal e a morte do governador na escadaria do palácio do governo a bandeira vermelha tingida por muruxi tremula no alto. 

A revolução popular toma o poder e escolhe Felix Antônio Malcher para Governador Cabano, traio os seus companheiros e foi deposto, afinal era fazendeiro no Acará e não tinha interesse em abolir os escravos o mesmo tratava seus companheiros com soberba e de forma arbitraria. 

O povo revoltado começa nova rebelião interna, e Malcher refugia-se no barco onde foi deposto e morto com um tiro na cabeça após Malcher insultar um companheiro de “negro imundo”. 

A falta de experiência dos cabanos foi a causa da derrota, sendo indicado para ser o 2º Governador Cabano Francisco Vinagre entregou o governo aos Imperialistas, que culminou numa reação popular. 

Os Imperialista nomeados pela Regência fez uma política anti cabana. 

O Muitos companheiros cabanos presos foram enforcados, mortos e presos, os cabanos se refugiaram nos interiores e nas matas, nas cabeceiras dos igarapés e centros, a ordem Imperial era matar todos que viviam a beira do rio, sendo que Vigia e Cametá se torna um ponto de resistência cabana, inclusive Gurupá, onde muitos companheiros Cabanos se esconderam nas matas da várzea da ilha grande de Gurupá. 

A bandeira vermelha tremulava nos ideias de liberdade, os cabanos se refugiaram nas cabeceiras dos igarapés as famosas terras pretas, experiência do convívio com os indígenas.

Após a morte de Antônio Vinagre em combate, Eduardo Angelim assume o comando cabano atacando o governo Imperialista e ergue-se o 3º Governo Cabano, sem plano de governo acaba caindo novamente. 

Este motivo os cabanos novamente se refugiaram após o bloqueio econômico e supostos arrastões e saques nos comércios e casas de barões foram necessários para manter o exercito do povo, viveram por muito tempo escondidos e isolados, após a prisão de Eduardo Angelim em estado cadavérico o sonho termina, sendo enviado ao exílio por longos anos até retornar ao Pará e morrer olhando o horizonte na espera de ressurgir a revolução cabana outra vez o que não aconteceu. Sendo a única revolução popular que tomou o poder e por falta de experiência política foram derrotados.




















 

O Anel de Tucum é um filme documental que simboliza a luta de trabalhadores rurais explorados pelos latifundiários.

 O Anel de Tucum é um filme documental que simboliza a luta de trabalhadores rurais explorados pelos latifundiários. 

Na produção, um grupo de fazendeiros se reune para combater a ação das Comunidades Eclesiais de Base, que procuram auxiliar os trabalhadores nas questões sociais e nas reivindicações trabalhistas. 

Tal grupo conservador coloca um infiltrado no movimento dos explorados para investigá-los.






Voto não tem preço tem consequência!

 

Sem dúvida, perde quem vende o voto, vendendo também a sua liberdade de escolha. 
Perde também a democracia, sujeitada a todo tipo de mecanismo para a conquista do poder. 
Perde a cidadã e o cidadão brasileiros, que não poderão ver seus votos se transformarem em políticas públicas.




A Lei 9840 foi criada em 1999 para
combater a compra de votos e o uso da máquina administrativa durante o período eleitoral.
Mas o interessante é que ela foi criada com a força da população brasileira, que se organizou para coletar mais de um milhão de  assinaturas, tornando a Lei 9840 a primeira lei de iniciativa popular da história do País.




 

Aos 80 anos, escritor e filósofo com mais de cem livros lança a publicação "Reflexões de um velho teólogo e pensador”
Aos 80 anos, escritor e filósofo com mais de cem livros lança a publicação "Reflexões de um velho teólogo e pensador” - Agência Brasil

 


 


segunda-feira, 21 de agosto de 2023

 

ESTATUTO DA JUVENTUDE LEI FEDERAL N. 12.852 DE 2013

 O QUE É O ESTATUTO DA JUVENTUDE?

 

O texto do estatuto define alguns direitos fundamentais para todo jovem brasileiro.

 Direito à cidadania e à participação social e política.

 A pessoa de 15 a 29 anos tem direito de se envolver ativamente em ações de políticas públicas que digam respeito não somente aos PRÓPRIOS DIREITOS, MAS AO BENEFÍCIO DE SUAS COMUNIDADES.

 Direito à profissionalização, ao trabalho e à renda.

 O Estatuto da Juventude define também como deve se dar a ação do poder público para garantir ao jovem a profissionalização, o trabalho e a renda, além de ofertas de empregos compatíveis com horários de trabalho e estudo, e prevenção contra exploração do trabalho juvenil. Para adolescentes com idade entre 15 e 18 anos, vale o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente, e em leis específicas.

 Direito à diversidade e à igualdade

 O Estatuto define que o jovem não deve ser discriminado por sua etnia, raça, cor da pele, cultura, origem, idade, sexo, orientação sexual, idioma, religião, opinião, deficiência ou condição social ou econômica. O estado deve se assegurar de capacitar professores para o enfrentamento à discriminação, entre outras providências.

 Direito à saúde

 O jovem tem direito ao acesso universal e gratuito ao Sistema Único de Saúde (SUS) e a serviços de saúde humanizados e de qualidade, que respeitem as especificidades do jovem. Nos diversos níveis de ensino, devem-se abordar temas como consumo de drogas e saúde reprodutiva. O poder público deve se encarregar da veiculação de campanhas educativas sobre o tema.

 Direito à cultura

 O jovem tem direito à livre criação; ao acesso aos bens e serviços culturais e à participação nas decisões de política cultural; à identidade e à diversidade cultural; e à memória social. Ao Estado compete garantir o acesso aos locais ou eventos culturais com preço reduzido, além de garantir ao jovem com deficiência acessibilidade, entre outros.

 Direito ao desporto e ao lazer

 O Estatuto da Juventude define que a política pública de desporto e lazer destinada ao jovem deve considerar, entre outros, a oferta de equipamentos comunitários que permitam a prática desportiva, cultural e de lazer. Além disso, todas as escolas deverão buscar pelo menos um local apropriado para atividades poliesportivas.

 Direito à segurança e ao acesso à justiça

 Políticas de segurança pública voltadas para os jovens devem buscar a prevenção e enfrentamento da violência. Ações voltadas a jovens em situação de risco e vulnerabilidade social devem ser prioridade nas ações do Estado.

 Lei no 11.741/2008 CURSOS PROFISSIONALIZANTES

 Altera dispositivos da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional e tecnológica.

 

Lei no 11.692/2008 PROJOVEM

 

Dispõe sobre o Programa Nacional de Inclusão de Jovens – Projovem, instituído pela Lei n° 11.129, de 30 de junho de 2005; altera a Lei no 10.836, de 9 de janeiro de 2004; revoga dispositivos das Leis nos 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, 10.748, de 22 de outubro de 2003, 10.940, de 27 de agosto de 2004, 11.129, de 30 de junho de 2005, e 11.180, de 23 de setembro de 2005; e dá outras providências.

 

LEI Nº 12.513/20111 PRONATEC

 

Institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec); altera as Leis no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, que regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial e institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), no 8.212, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social e institui Plano de Custeio, no 10.260, de 12 de julho de 2001, que dispõe sobre o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, e no 11.129, de 30 de junho de 2005, que institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem); e dá outras providências.

 Lei no 10.260/2001 FIES: Dispõe sobre o Fundo de Financiamento ao estudante do Ensino Superior e dá outras providências.

 Decreto no 6.093/2007: Dispõe sobre a reorganização do Programa Brasil Alfabetizado, visando a universalização da alfabetização de jovens e adultos de quinze anos ou mais, e dá outras providências.

 Decreto no 5.840/2006: Institui, no âmbito federal, o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA, e dá outras providências.

 Decreto no 5.490/2005: Dispõe sobre a composição e funcionamento do Conselho Nacional de Juventude – CNJ, e dá outras providências.


AUTOR: GILVANDRO TORRES





 

DEMOCRACIA E PARTICIPAÇÃO POPULAR: DIREITOS SOCIAIS E CIDADANIA.

 Podemos considerar a democracia e a cidadania como conceitos que basicamente caminham juntos.

  Democracia é o governo do povo, enquanto cidadão é o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos do estado, ou seja, definições similares e até complementares para conceitos importantes.


A origem da palavra cidadania vem do latim  que quer dizer cidade.

  Juridicamente, cidadão é o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado.

 Em um conceito mais amplo, cidadania quer dizer a qualidade de ser cidadão, e consequentemente sujeito de direitos e deveres.


Voto não tem preço tem consequência!

 

Sem dúvida, perde quem vende o voto, vendendo também a sua liberdade de escolha.

 

Perde também a democracia, sujeitada a todo tipo de mecanismo para a conquista do poder.

 

Perde a cidadã e o cidadão brasileiros, que não poderão ver seus votos se transformarem em políticas públicas.

 

A Lei 9840 foi criada em 1999 para combater a compra de votos e o uso da máquina administrativa durante o período eleitoral.

 

Mas o interessante é que ela foi criada com a força da população brasileira, que se organizou para coletar mais de um milhão de  assinaturas, tornando a Lei 9840 a primeira lei de iniciativa popular da história do Brasil.

 

A participação popular exerce um papel essencial na construção e execução de ações públicas que garantam melhorias para o povo brasileiro.

 

Ela representa e fortalece o poder que cada cidadão, ou grupo social, tem de agir em nome da comunidade, visando o melhor para todos.

 

Para que tenhamos acesso às informações necessárias, o poder público precisa disponibilizá-las por intermédio dos meios de comunicação, além de organizar debates no congresso.

 

A soberania popular, sendo o poder supremo do povo exercido pela cidadania, só se torna realidade com a participação do povo na gestão pública.

 

AUTOR: GILVANDRO TORRES

Capela pertencente a Irmandade Cultural e Recreativa "São Benedito", sediada no bairro do Jurunas, Belém-PA