domingo, 20 de agosto de 2023

 Segredos do Guajará 

Fico horas no ver- o -rio

Olhando o mar agitado 

A bela visão do Guajará. 

Procuro pela esperança

Em cada maresia, 

Em cada brisa fria 

A noite se aproxima 

O mar se agita na saída da lua 

Mergulho em teus profundos segredos 

Lavando minha alma impura. 

Decifrando incertezas absurdas

Do amor e da poesia  

Nesta noite fria e escura 

Olhando esta baía de Guajará,

 Passa uma embarcação frágil 

Levando-te nesta ausência Silenciosa... 

Dos meus pensamentos solitários

autor: GILVANDRO TORRES- 2003








 Pai da Justiça que está vendo a injustiça;

lembrado seja teu louvor venha a justiça que seja feita a vontade da liberdade aos nossos amigos que precisam dela como nós da vida;

perdoem seus erros assim como nós acreditamos na sua inocência não os deixem sós livrem das acusações dêem a liberdade a eles.




 Aos 18 anos de idade no ano de 1998 em uma viagem de mais de 24 horas de Belém para Gurupá, de barco, deitado na rede, passando pelas belezas da ilha do Marajó, em Breves e seus rios e estreitos, movimentados de barcos de diferentes calados, vilas e povoados, casas cobertas de palha à beira do rio. 

Uma beleza de estrema grandeza da mata de várzea. às margens do rio amazonas, suas águas amareladas é tão volumosa repleta de canais e palafitas, é uma viagem cansativa pelo fato de você passar muito tempo no barco mais é uma beleza a cada instante em cada cena que podemos ver as belezas interioranas. 

Recordações de Gurupá, meu exílio voluntário quando tinha dezoito anos de idade eu conheci naquele povo a beleza exótica de uma cultura unindo o passado com o presente, minha origem onde jamais neguei e às vezes fico com os olhos cheios de lágrimas, toda vez que me lembro desse tempo que passei lá, toda vez que vejo o mar vem em minha lembrança às embarcações, casas de madeiras sobre palafitas, paisagens naturais e relembro com emoção tudo que vivi logo eu que sempre fui urbano e de repente me vi na zona rural, cercado por uma beleza incomensurável, com pessoas e estilos de vida completamente diferente do meu, foi um tempo de aprendizagem. 

Nas minhas viagens a Gurupá, tenho encontrado no meu povo que é simples e humilde, qualidades que são as maiores riquezas de minha origem cabocla, na ilha grande de Gurupá no rio Mararú convivi com pessoas especiais que valorizam a família e o trabalho. Sempre que visito meus amigos, renovo sempre minhas forças para continuar lutando por dias melhores. 

A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte. 

A alegria não está nas coisas; está em nós ser simples e ser incrível, sou feito de silêncio. 

Não e todo mundo que consegue compreendê-las. 

Sou feito para quem sabe sentir pra quem consegue me decifrar. 

Os ribeirinhos de Gurupá têm um significado especial, poeticamente mergulho nestas águas do rio Mararú, revela-me em cada poesia um pedaço de mim. 

A beleza da região tem cada imagem que vira poesia de harmonia entre o povo e sua majestosa natureza. 

O barco cruza o rio tão vagaroso e sem pressa que as águas cortam sua frente, nessas. 

Águas barrentas do rio amazonas, eu busquei uma reflexão entre um desenvolvimento sem agressão aquele meio ambiente em que vivíamos, é um grande desafio começar a pensar e cuidar de tudo aquilo que é essencial ao povo, plantar, manejar e ter consciência que temos que preservar uma imensidão de verde, matas fechadas e rios, uma divisão com os contrastes de serrarias clandestinas, desmatamento, queimadas e latifundiários improdutivos, isso ofende a biodiversidade, causa impacto ao mundo todo, essa é a consciência que devemos colocar as futuras gerações que a floresta em pé dá mais lucro que derrubada.

 No rio Mararú percebi que os rios e igarapés são as estradas naturais da floresta é de enorme importância na vida dos ribeirinhos, dos rios as pessoas tiram seu sustento e junto aos rios encontram-se as terras férteis da várzea e nas cheias é inundada. Isso fazia parte da vida dos ribeirinhos e além de fertilizar a terra, possibilita a retirada de madeira em lugares de difícil acesso, no meio da mata, estava remando em uma canoa no igarapé admirado com tamanha exuberância da floresta baixa e diversificada e me deparei com santuários intactos da natureza e sobre a sombra da grande árvore rainha da várzea ‘Samauma’’. 

Aos poucos aquela consciência de preservar tudo aquilo estava sendo projetado mentalmente. 

 


Um padre alemão em Gurupá

João Felipe Betendorf, após anos de trabalho com os indígenas em Gurupá, os colonos se revoltaram com o jesuíta e a hierarquia religiosa. 

O padre fugiu para a mata com 16 índios, ficando por vários meses até que a comida acabou ele retornaram para Gurupá, vários moradores tentaram prende-lo, porem o capitão mor era a favor dos padres e protegeu no forte. 

Prendeu os agitadores e mandou enforca-los, antes se confessaram com o padre alemão. 

Enquanto na capital havia rumores do conselho municipal que enviariam um destacamento para prender o padre em Gurupá. 

O capitão mor não podendo intervir nessa situação, um índio tentou defender o padre que acabou morrendo, um africano que pertencia a Antônio de França, defendeu o padre mais acabou se ferindo gravemente.

 Com a prisão do padre pelo destacamento vindo de Belém, a cora portuguesa rescindiu o controle dos jesuítas sobre os índios, em 1670 o padre Gaspar Misch, visitou Gurupá para retirar um sino que o capitão mor da época tinha levado para a igreja da fortaleza. 

Esta rivalidade entre colonos e jesuítas se estabeleceu mais de uma década. 

O capitão mor de Gurupá da época o senhor chamado Manuel Guedes Aranha, invadiu um missão religiosa em 1687 e confiscou os indígenas, em 1692 destruí um obra missionaria do padre João Maria Gorsony . 

Em 1693, foi erigida canônica a matriz de santo Antônio de Gurupá, sendo a segunda paroquia de Gurupá. 

Os indígenas que ali permaneceram sem auxilio dos holandeses que eram seus aliados e agora sem proteção dos jesuítas, ficaram sobre controle escravo dos portugueses, alguns viajantes relatam que sucessivas epidemias de varíola e sarampo eliminaram os índios. 

Fonte: 

Betendorf: 1909 “ crônica da missão dos padres da companhia de jesus no estado do maranhão”. Hemming: 1978 “ red gold: the conquest of brazilian Indians”.

 Kelly: 1984 “ family, church and crown: a social and demographic history of the lower Xingu river valley and municipality of Gurupá ”;(1623/1889)

TEXTO: GILVANDRO TORRES


 

relatos de viajantes que passaram por Gurupá

Relatos de viajantes que passaram por Gurupá, entre depoimentos históricos o registro tenente da marinha real Henry Maw que no ano 1828, a cidade era importante, embora não fosse prospera, tem uma rua de traçado paralelo ao rio, algumas casa a sombra de laranjais. No ano de 1842 0 tenente coronel Antônio Ladislau Baena descreveu Gurupá tendo 68 casas em estilo palhoça e sete coberta de telhado, tinha duas ruas santo Antônio e são José, duas pequenas praças a do Pelourinho e da aldeia contigua da parte sul, a igreja não tinha telhado, as ruas eram coberta de capim. A primeira rua começava no porto e passava em frente a igreja ate o forte, a segunda rua são José começava nas ruinas da antiga vila Mariocay e terminava na praça próximo ao forte. A população não produzia mandioca, ficando esta produção vinda de Carrazedo e vilarinho do monte. O pescado incluía jiju, pescada, acará, jandiá, acará, surubim, aracu e piramutaba. A muitos aninais silvestre como porco do mato e veados na ilha grande de Gurupá. A igreja estava em estado precário era feito de barro e gesso, faltando, a falta de mandioca tinha que ser importada, o destacamento militar se encontrava degenerado. A população vivia em miséria, apesar da abundancia oferecida pela área ao redor. Ele descreve que o capitão da policia Luis Carlos Vieira, era dono de uma légua quadrada em Gurupá miri, tinha 25 escravos. A um fato interessante neste ano a visita do príncipe Adalbert da Prússia,. Em 1845 uma comissão recomendou a drenagem de um pantanal, localizado perto do igarapé itapereira, que ficava próximo ao forte, o acumulo do pântano estava causando febres na população, achava-se que era um criadouro de mosquitos. Fonte: Richard Pace, Paulo H. Oliveira Junior A pequena pré-história e historia de Gurupá.





 

Um olhar gurupaense visto por viajantes e pesquisadores

Eles relataram o cotidiano gurupaense para a geração atual saber sobre a historia de Gurupá o trabalho de Arlene Kelly, fruto de sua Dissertação de Mestrado defendida na Universidade da Flórida em 1984, denominado Family, Churc and Crown: a social and demographic history of the Lower Xingu Valley and the Municipality of Gurupá, 1623-1889. 
Na sua pesquisa, a autora aborda a questão histórica do desenvolvimento da Amazônia a partir de investigações minuciosas em arquivos municipais e eclesiais, em torno das variações geográficas e demográficas do que chama de micro-regiões do Vale Amazônico. 
Seu estudo abordou tais aspectos nos Municípios de Senador José Porfírio, Altamira, Porto de Moz e Gurupá. 
Mais recentemente Paulo Henrique Borges de Oliveira Júnior (1991) escreveu Dissertação de Mestrado apresentada no Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo intitulada Ribeirinhos e Roceiros: gênese, subordinação e resistência camponesa em Gurupá – PA. 
Referido autor aborda elementos importantes da história do município, sua reconfiguração territorial, as relações de trabalho sob a lógica capitalista na região e do processo de produção do trabalho camponês e da resistência camponesa a partir da configuração de novos agentes sociais no cenário sócio-econômico da região como, por exemplo, a Igreja Católica e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais. 
Em Gurupá mora Jean-Marie Royer, antropólogo francês, cuja tese de doutorado defendida em 2003 na Université Paris III – Sorbone Nouvelle. Institut des Hautes Etudes,denominada Logiques sociales et extractivisme. Etude anthropologique d’une collectivité de la forêt amazonienne, Etat du Pará, Brésil, faz um relato dos mais completos e complexos das relações políticas, sociais, econômicas e culturais de Gurupá no período mais recente.



 

um pouco da historia dos quilombolas de GURUPÁ

No começo do século XVI, quando os europeus começaram o processo de ocupação da Amazônia, os holandeses estabeleceram uma feitoria localizada abaixo da foz do rio Xingu onde comercializavam especiarias com as tribos indígenas. Este entreposto comercial ficou conhecido com o nome dos índios que ali moravam: os Mariocay. Depois de ter conseguido derrotar seus opositores, os portugueses construíram naquele lugar o Forte de Santo Antonio de Gurupá que foi o ponto de apoio para a conquista de toda a região. Deste forte saiam as expedições de captura dos índios que eram escravizados e obrigados a trabalhar na coleta das especiarias (drogas do sertão). Em poucas décadas centenas de milhares de índios foram exterminados sendo necessária a importação de mão de obra para trabalhar nas fazendas que começaram a surgir ocupando grandes extensões de terra. Entre os maiores fazendeiros da região de Gurupá Miri encontravam-se Pedro Lima, Celestina Custódia de Aragão e Patrocínio.


 

UM POUCO DA HISTORIA DOS QUILOMBOLAS DE GURUPÁ NO JOCOJÓ

Segundo os moradores o povoado de Jocojó, contado desde as primeiras gerações, existe há 332 anos. Foi formado por escravos que conseguiram fugir do Gurupá Miri contando com o apoio de seu Antônio que morava no lugar chamado Munituba. Este lhes tinha garantido livrá-los das chicotadas que pegavam no Gurupá Miri. 
Aproveitando uma das viagens dos Senhores que comandavam este lugar, o escravo Halípio inventou que iria caçar. 

Na verdade queria pesquisar onde dava pra se esconder. Halípio, depois de muito tempo andado conseguiu chegar em um baixo de terra. Vendo que ali era o final da terra firme ideou subir em uma árvore bem alta e olhando para o outro lado do igapó percebeu que lá também tinha terra firme.

 Voltando para Gurupá Miri contou para seus companheiros o que havia descoberto. Então se juntaram mais pessoas e inventaram outra caçada. Halípio, que conhecia o caminho, era o guiador da turma. 

Desceram o igapó e andaram até que chegaram na beira do igarapé, o atravessaram e subindo viram que era um lugar onde dava para se esconder. Deu certo, pois era neste igarapé que Antonio do Munituba pescava e ele tinha deixado lá um casco. Pegaram a canoa e foram pesquisar onde desembocava o igarapé e vieram olhando até que bem quase próximo do Munituba estava saindo água preta. Um belo dia se juntaram Halípio, Antonio Francisco, Plácido, Lucas, Maximino, Páscoa, Domingos Ramos e fugiram vindo definitivamente se esconder nas terras do Jocojó. Antonio do Munituba, que havia ficado com muita pena deles pelos sofrimentos que eles lhe contavam, os protegeu e durante muito tempo não disse pra ninguém que tinha escravo escondido naquelas matas. No início os escravos fugitivos trabalhavam na roça do Antônio do Munituba em troca de mercadorias. Depois passaram a comercializar com ele o que produziam. Sua fuga foi também protegida pelo fato que o Igarapé que eles subiram era tapado isto é, não estava limpo.



 

RAPOSO TAVARES, PASSOU POR GURUPÁ EM SUA ULTIMA EXPEDIÇÃO!

Raposo Tavares estivera em Portugal em 1647, sendo "encarregado de uma missão em grande parte secreta". A sua última expedição foi chamada a Bandeira de Limites ou a grande bandeira aos "serranos", os limites do Peru: "Embrenhou-se com algumas dezenas de homens no território mato-grossense, atingindo, pelo Madeira, o Amazonas, remontado até às terras de Quito e depois descido até Belém do Pará." (Ensaios Paulistanos, p. 634.) Considerada a primeira viagem em torno do território brasileiro, partiu em maio de 1648 do porto de Pirapitingui, em São Paulo, descendo o rio Tietê rumo aos sertões do baixo Mato Grosso. Contava com brancos, mamelucos e mais de mil índios. Um de seus principais auxiliares foi Antônio Pereira de Azevedo, baiano. Oficialmente destinava-se à busca de minas, sobretudo as de prata. Afirma Jaime Cortesão em seu livro "Raposo Tavares e a formação territorial do Brasil" que a parte oficial era descobrir metais preciosos mas a outra parte, secreta, seria conhecer melhor o Brasil para identificar os interesses de Portugal na região. Em novembro de 1648 Antônio Raposo ordenou decisivo ataque a destruição das reduções do Itatim, combatendo 200 paulistas e mil índios mansos, e seu auxiliar ainda foi o velho, sexagenário, Capitão André Fernandes (que morreria no início da ação, em 1649, em local tão oposto ao sertão do Sabaraboçu onde sempre desejara e prometera ir). Ficaram destruídas as reduções jesuítas da serra de Maracaju e Terecañi, e depois Bolaños, Xerez e outras. O ataque produziu êxodo, mas partiu de Assunção um exército tão grande que os paulistas resolveram abandonar a província. A bandeira se dividiu em duas companhias. Na companhia comandada por Raposo, era alferes Manuel de Souza da Silva. A outra era chefiada pelo baiano Antônio Pereira de Azevedo. Iniciaram assim em 1648 a famosa volta que duraria até 1651, subindo o rio Paraguai, descendo o rio Mamoré e o rio Amazonas. Teria subido pelo rio Itatim e pelo rio Paraguai até a nascente, internando-se de tal modo que se encontrou com os castelhanos no Peru, depois desceu em jangadas o rio Guaporé, o rio Mamoré e o rio Madeira, entrando no Amazonas. deteve-se na fortaleza de Gurupá, no Pará. André Fernandes pereceu no sertão com toda sua tropa, da qual apenas dois índios retornariam a São Paulo. A expedição percorreu mais de 10.000 quilômetros em três anos, tendo usado o curso do rio Paraguai, do rio Grande, do rio Mamoré, do rio Madeira e do rio Amazonas. Ao chegar à foz do Amazonas, em Gurupá, no Pará, a tropa estava reduzida a 59 brancos e alguns índios. Da cidade de Belém do Pará, os sobreviventes à épica travessia da floresta Amazônica, retornaram a São Paulo, onde o bandeirante viria a falecer em sua fazenda localizada em Quitaúna, hoje um bairro da cidade de Osasco. Poucos registros históricos ainda mencionam Raposo Tavares depois de sua última expedição. A maioria dos historiadores supõe que ele morreu entre 1658 e 1659.





 

RESUMO SOBRE A VIDA DE PEDRO TEIXEIRA, QUANDO PASSOU POR GURUPÁ

Após a expulsão destes, em fins de 1615, a Coroa Portuguesa determinou o envio de uma expedição à foz do rio Amazonas, com vistas a consolidar a sua posse sobre a região. Uma expedição de três embarcações, sob o comando de Francisco Caldeira Castelo Branco, foi enviada, nela seguindo o então alferes Pedro Teixeira. A 12 de janeiro de 1616, as embarcações ancoraram na baía de Guajará onde, numa ponta de terra, foi fundado o Forte do Presépio, núcleo da atual cidade de Belém do Pará. Em 1625 lutou contra os neerlandeses que estavam em um forte no rio Xingu e os ingleses ao longo da margem esquerda do rio Amazonas. Em 1626 subiu o rio Tapajós atrás dos Tupinambás para o comércio de escravos. Em 1627, frei Vicente do Salvador, na sua obra "Historia do Brazil", destacou a sua atuação. Em 25 de Julho de 1637, chefiou uma expedição partindo do Maranhão, com 45 canoas, setenta soldados e mil e duzentos flecheiros e remadores indígenas subindo o curso do rio Amazonas, buscando confirmar a comunicação entre o oceano Atlântico e o Peru, rota percorrida no século anterior por Francisco de Orellana. Seu destino final foi Quito, no Equador.[2] . Fundou Franciscana na confluência do rio Napo com o Aguarico, no alto sertão, para delimitar as terras de Portugal e Espanha, segundo o Tratado de Tordesilhas. A viagem foi registrada pelo jesuíta Cristóbal de Acuña em obra editada em 1641. Como reconhecimento por sua extensa lista de serviços prestados na conquista da Amazônia brasileira, foi agraciado com o cargo de capitão-mor da Capitania do Grão-Pará. Tomou posse em fevereiro de 1640, mas a sua gestão foi curta, tendo durado apenas até Maio de 1641, vindo a falecer em Julho desse mesmo ano.


 

PEDRO TEIXEIRA E SUA EXPEDIÇÃO

A expedição de Pedro Teixeira e o "Tesouro Escondido" De Gurupá partiu, em outubro de 1637, comandada por Pedro Teixeira, uma expedição oficial com o objetivo de explorar um rio dominado por mulheres cavaleiras e guerreiras - o rio das Amazonas. Esta incursão, considerada por muitos como a maior façanha sertanista da região, contava com 47 grandes canoas, 70 soldados e 1200 índios flecheiros. Observando a área, Teixeira buscou viabilizar o acesso à região peruana por via atlântica. Neste trajeto, Belém seria a porta de entrada e, por isto mesmo, deveria ser muito bem guardada. A expedição - composta, entre outros, pelo cronista Maurício de Heriarte e alguns religiosos importantes, como o capelão franciscano Agostinho das Chagas - subiu os rios Amazonas e Negro onde deixou parte do grupo. Prosseguindo, alcançou Quito, em outubro de 1638. Pedro Teixeira tomava posse das terras em nome do rei de Portugal, embora este Reino ainda estivesse sob o domínio espanhol. Favorecidos pelas boas condições de navegação, aqueles homens aventureiros deparavam-se a todo instante com riquezas naturais da flora amazônica como o urucu, primeira especiaria a ser exportada para a Europa. Pousavam onde era possível, conduzidos por índios remeiros, montando acampamentos improvisados e navegando sempre nas mesmas horas do dia. Já na viagem de volta, em uma das margens do Rio Napo, na confluência com o Rio Aguarico, Pedro Teixeira fundou o povoado da Franciscana (16 de agosto de 1639) que, conforme as instruções que constavam no seu Regimento, deveria servir (...) "de baliza aos domínios das duas Coroas (de Espanha e Portugal)". Esta expedição foi descrita no livro Novo Descobrimento do Grande Rio das Amazonas, editado em Madri em 1641. O governo espanhol mandou imediatamente recolher e destruir a publicação. Preocupava-se com a divulgação da rota para as minas peruanas e com as pretensões territoriais portuguesas relacionadas à sua Colônia na América, sobretudo no momento da Restauração. Esta medida, entretanto, não impediu que, mais tarde, a expedição de Pedro Teixeira fosse usada pela Coroa lusitana para reivindicar a posse da Amazônia. Vista por outro ângulo esta incursão deu condições, pelo menos no que se refere à identificação do território, para a ocupação do Vale do Amazonas, através da instalação de fortes e missões religiosas nas margens dos rios. No entanto, para o padre João Daniel, que ali já vivia, o verdadeiro "tesouro escondido" eram os nativos, cujas almas podiam ser convertidas. Alguns capitães e sertanistas experientes, como Antônio Raposo Tavares, Manuel Coelho e Francisco de Melo Palheta, passaram a percorrer o Amazonas e seus afluentes descobrindo comunicações fluviais, atingindo aldeamentos espanhóis na região oriental da Bolívia, e coletando sem cessar as especiarias, com ajuda dos nativos. Também estabeleceram algumas feitorias e postos de pesca. Combateram e foram combatidos por diversas tribos; vencedores, escravizaram milhares de índios. As atividades desenvolvidas por sertanistas e capitães, assim como por franciscanos, carmelitas, mercedários e jesuítas, foram importantes na expansão territorial, na conquista e na consolidação do domínio português.


PRESENÇA DE JUDEUS EM GURUPÁ NO SECULO XIX

 


PRESENÇA DE JUDEUS EM GURUPÁ NO SECULO XIX

A presença judaica na Amazônia tem registro no ano de 1810, século XIX, intensa imigração de judeus provenientes de Marrocos, alguns Portugueses, que deixaram seu país para exercer atividades comerciais, construindo famílias e ate acumulando o suficiente para trazer suas famílias, até um cemitério de judeu na cidade, situado no setor Nossa Senhora das Graças, e descendentes da famílias Benathar e Benaion. 

Alguns se estabeleceram na zona rural de Gurupá, se adaptando ao cenário do ribeirinho, onde era feito um sistema de aviamento, participando da historia econômica e politica de Gurupá. 

A queda do preço da borracha foi um fato negativo, reduzindo moradores a 300 pessoas, e comerciantes estabelecidos tanto na zona rural quanto na zona urbana fecharam suas portas, a família Castiel muda-se para o estado de Roraima. 

A geração pioneira veio com um desafio, foram para o interior como comerciantes, vendedores, caixeiros viajantes, buscando oportunidades em Gurupá estabeleceram famílias Azulay, Serfaty, Althar e Levy. Muitas acham que os judeus se estabeleceram na Amazônia, pela valorização da borracha, mais sim essa imigração ocorreu pelas históricas perseguições religiosas, sabemos que o judeu marroquino José Benjó no ano de 1823, teve licença concedida para se estabelecer na cidade de Belém, para fins comerciais. 

Foi com o inicio da segunda guerra mundial em 1939 e inicio do segundo ciclo de borracha, muitos judeus buscaram seringais na Amazônia, as gerações se destacaram na politica como a família Benathar e Castiel, economicamente se tornaram comerciantes de grande valor.

 Acredito que os judeus daquela época não esqueceram suas tradições hebraicas, como o almoço do Shabat, a benção do pão que chamavam Hamossí, quando os pedaços são distribuídos pelo oficiante, tocados no sal e jogados aos pratos das pessoas presentes. 

O pacto com Abrahão, através do nascimento de uma criança a família, através da Berit Milá. 

É interessante as famílias marroquinas tinham muitos filhos, costumavam dar nomes dos avós assim perpetuando e homenageando em vida, além dos tradicionais nomes bíblicos. 

Procurei citar essas tradições de um povo que colaborou muito na historia de Gurupá, para que as gerações não esqueçam que aqui estiveram famílias grandes de um pais distante, de costumes e religiões diferentes e precisamos respeitar sua historia. 

Transmiti-la para novas gerações compreenderem a essência dos valores que ainda estão presente em descendentes que aqui permanecem nesta cidade.

Em relatos do pesquisador Charles Wagley, consegui farta documentação e descreveu costumes dos últimos hebreus como D. Alegria mae de Rafael Castiel, que preservava o cemitério dos judeus limpando três vezes ao ano, ainda preservava a alimentação é não comiam peixe de pele, nem peixe e carne no mesmo prato, não cozinha nos sábados.

Haviam 14 negociantes em Gurupá no ano de 1889, judeus Abrahan, Bensabeth, Abraham Azulay, Jacinto Aben Athar, Marcos Aben Athar, Moyses Levy.





 

PADRE ANTONIO VIEIRA, MAIOR MISSIONÁRIO DA AMAZÔNIA, PASSOU POR GURUPÁ EM 1655

Padre Antônio Vieira Certamente, lá pelo ano de 1655, passou por Gurupá o maior missionário da Amazônia, o Padre Antônio Vieira. Viajava semanas e semanas em canoa descoberta, impelido pelo desejo de anunciar a Boa Nova e dar a sua vida pelos índios. A intransigente defesa destes povos criou-lhe inimigos ferozes que não descansaram até que o vissem por detrás das grades. Em 17 de julho de 1661, o Padre Antônio Vieira é preso no Colégio Santo Alexandre em Belém. Primeiro é mantido incomunicável em prisão domiciliar da Ermida São João Batista, no mesmo lugar, onde hoje, na Cidade Velha de Belém, se encontra a Igrejinha dedicada ao Precursor do Senhor. Finalmente é expulso do Brasil, chegando a Lisboa após inúmeros perigos do mar. “Foi condenado à privação de pregar e a voz ativa e passiva para sempre e à reclusão, por tempo indeterminado, numa casa da Companhia.


 Gurupá é um pedaço da história do Brasil, do Pará, e principalmente da Amazônia, foi um dos primeiros povoados a se constituir em meio à floresta, é uma cidade privilegiada, além de está no coração da Amazônia carrega em suas raízes a força de um povo lutador. 

A História de Gurupá é marcado por lutas e conquistas desde seu povoamento, foi palco de grandes batalhas, conflitos e resistências, entre estrangeiros e os povos que aqui viviam, os índios Mariocay, por isso o povo de Gurupá traz em suas raízes essa resistência. 

É um povo que luta pelos seus ideais, percebemos isso no decorrer de sua história, seja na época dos estrangeiros, na época da borracha contra os patrões, ou na luta dos trabalhadores rurais em prol de seus direitos. 

Essa história de luta e resistência se reflete nas múltiplas organizações criadas em Gurupá, como as CEBS (comunidade eclesiais de base), as associações, partidos políticos, sindicatos, pastorais, etc.




 

UM POUCO DO FORTE DE GURUPÁ

Gurupá é fruto de um longo processo de ocupação e fortes construídos pelos holandeses para uma melhor comercialização com os nativos da região, que chamavam os índios locais de Mariocay, estando à margem direita do rio Amazonas. Por intitular-se, nos documentos oficiais, Capitão Mor da Capitania do Pará, primeiro descobridor e conquistador de Gurupá e rios do Amazonas, Bento Maciel Parente arrasou o forte com o auxílio das armas dos guerreiros Tupinambás em 1623, construindo ali o Forte de Santo Antônio de Gurupá que, por falta de cuidados, acabou em ruínas.


 

HISTÓRIA DE GURUPÁ, RESUMO HISTORICO

A tomada do Forte Mariocay foi um importante passo para a consolidação da conquista da Amazônia pelos portugueses, que agora abririam caminho pelos rios a fim de estabelecer seus domínios. Começava em Gurupá a histórica luta luso amazônica para ruptura da então fronteira delimitada pelo tratado de Tordesilhas, assim, por ter expulsado os holandeses. Em 1639 Gurupá já era uma vila e no mesmo ano é criada a Freguesia de Santo Antônio de Gurupá, que é mantida em lei a partir de 1827. Em 1930, no dia 4 de novembro, Gurupá teve incluída em seu território, as terras de Porto de Moz, perdidas posteriormente. Na divisão estipulada para o período de 1944-1948, Gurupá, Carrazedo e Itapuã, situação que permanece até hoje. Nas terras gurupaenses a existência das comunidades quilombolas: Carrazedo, Santo Antônio Camutá do Ipixuna, Alto Ipixuna, Bacá do Ipixuna, Alto do Pucuruí, Flexinha, Jocojó, Alto Pucuruí, Maria Ribeira e Gurupá Mirim. Em Gurupá Mirim encontra-se o mais antigo e importante sítio arqueológico, fato de estarem nela resquícios de cerâmica indígena Colonial e Pré colonial.



 

GURUPA MIRIM IMPORTANTE CENTRO ARQUEOLÓGICO DE GURUPÁ