1- Identidade
Afro Indígena na Amazônia. Autor: GILVANRO TORRES
Para extrair o pau Brasil
os portugueses utilizavam do trabalho e conhecimento indígena, desde a derruba,
corte dos galhos e madeira que traziam até a praia onde estavam ancorados os
navios, era feito o sistema de trocas não utilizando moeda o escambo, trocando
madeira por espelho, facas, machados e tecidos.
Os contatos entre os
colonizadores e os povos indígenas, foram elementos de dominação através da
exploração dos recursos naturais, consequência o desaparecimento das línguas
indígenas e a forte catequese que obrigava os indígenas a mudar o
comportamento, inserindo nomes europeus, costumes, foi um processo de
colonização com escravidão indígena, violência contra mulheres e doenças
transmitidas pelos não indígenas.
Estima-se que populações
inteiras foram dizimadas e tribos abandonaram suas terras, seus costumes e sua
língua de origem, a miscigenação é o resultado da diversidade a diferença se
deve à influência de outras línguas, as línguas indígenas, por exemplo: nosso
vocabulário está cheio de palavras de origem tupi: além da língua, os
portugueses também trouxeram instrumentos feitos de ferros como machados,
espadas, facões, armas de fogos e etc.
Que não eram conhecidos
pelos nossos indígenas, com a chegada dos negros trazidos pelos portugueses, o
Brasil incorporou as características em sua cultura. Para a religião, os negros
trouxeram a crença nos espíritos, o candomblé.
Na música brasileira são
utilizados vários instrumentos de origem africana, os povos africanos também
influenciaram na nossa língua portuguesa, com sotaques e palavras como senzala,
quando os colonizadores chegaram ao Brasil, várias tribos indígenas eram
inimigas entre si.
Os colonizadores faziam uso
das rivalidades, aliando-se a algumas tribos para derrotar outras, o que
facilitava sua dominação sobre o território, durante os primeiros anos da
chegada dos portugueses a América, os nativos foram tratados "como
parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se
ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo.
Os missionários jesuítas
eram contra a escravidão indígena no Brasil, mais impunham a conversão a
religião católica.
Os Tupinambás ocupavam a
foz, tiveram suas terras saqueadas, a história não relata mais houve muito
derramamento de sangue indígena, região ancestral tupinambá Mairí, atual Belém
foi um exemplo capitaneado pelo Cacique Guaimiaba.
A língua universal indígena
era Nheengatu. Herdamos dos povos originários a culinária, andar descalço,
deitar em redes, tomar banho diário além de praticar artesanatos com fios e
fibras.
Os lusitanos ocuparam a
região com a implantação do forte do presépio em Belém, as batalhas contra os
holandeses, franceses e corsários ingleses para assegurar o domínio da Amazônia
oriental e os povos indígenas no processo de colonização foram perdendo suas
terras, devido ao surgimento de Vilas e Fortificações, essas fortificações eram
bases militares construída uma pequena casa de madeira e palha com um muro de
pedras e canhões médios carregáveis de frente para o rio.
O Estado do Pará apresenta
uma das maiores diversidades etnias do Brasil contando com 55 etnias e 77
territórios indígenas em 52 municípios paraense, o que representa 25% do Pará
pertence aos povos originários contando com 60 mil indígenas.
O Brasil conta com 305
povos indígenas e 274 línguas originárias diferentes, a demarcação de terras
indígenas é um direito ancestral previsto na Constituição cidadã de 1988, há
mais de 500 anos lutam pela proteção de suas famílias, culturas e terras.
A Amazônia, pesquisas
cientificas documentam que a ocupação remontam ao período da pedra, além dos
povos tapajônica, marajoara e konduri, outros povos da Guiana estiveram aqui
entre a região de Santarém e Xingu.
No século XVIII a população
amazônica somava cerca de 54.200 e atualmente são menos de 12.000 com cerca de
21% do território nacional, os primeiros contatos deu-se pelo século XIV com
holandeses na região de Gurupá, relatos que grupos indígenas viviam harmonia
entre engaibas, mapuas, aruanes, taconhapés, ingabaybas.
Os primeiros contatos com
os europeus deu-se necessário através de técnicas necessária como a linguagem
universal indígena, contudo o desaparecimento de línguas indígenas foi
concentrada em dois troncos linguísticos: macro e Tupi.
Estima-se que 75% das línguas
se perderam ao longo de 500 anos e parte dos povos indígenas que viviam na
costa, no período da colonização, falavam línguas que pertenciam ao tronco
Tupi.
Dentro desse tronco, o
Tupinambá era uma das línguas gerais que existiram no Brasil e que era usada
para se comunicar com os indígenas, o Tupi não é o único tronco linguístico
indígena existente no Brasil. O tronco macro-jê é outro grande exemplo.
Os colonizadores se
apossaram de terras e intensificaram o tráfico de pessoas escravizadas trazida
do continente Africano.
O Tupi Guarani era língua
originaria em 1751 uma provisão real proibiu a utilização do Tupi, nossa linga
recebeu influência dos povos originários e também dos povos da África que aqui
chegaram forçadamente para trabalhar.
O Tupi se originou da
língua tupinambá que foi incorporado a nação indígena tupinambás e a nossa
língua ganhou diferencial da língua portuguesa falada em Portugal.
Os dialetos, costumes
linguísticos, o legado do povo africano e indígenas contribuiu para os dias
atuais uma enorme herança cultural, a beleza e cultura a culinária tem
influência dos negros e indígenas assim como as festas populares danças e
ritmos
Quem somos nós e uma
pergunta a ser em nossas comunidades, reconhecer a diversidade cultural de
nossa formação pode ser uma maneira de compreender nossa riqueza cultura.
A cultura
afrodescendente no Brasil veio da cultura africana chegou às terras brasileiras
pelos africanos trazidos para cá para servirem de escravos, os navios
carregavam pessoas de várias etnias africanas, o que permitiu a pluralidade
cultural de origem africana no Brasil.
Deste contexto
nasceu a fusão entre a cultura africana e os vários elementos da
cultura indígena e europeia, nasceu no país uma cultura muito vasta.
Se buscarmos em nossas
origens, diversos são os elementos que compõem a nossa formação tradicional e
têm origem no continente africano.
Candomblé e umbanda são
religiões originalmente brasileiras, mas que surgiram com base em elementos religiosos
africanos, consiste no culto aos orixás da cultura iorubá, enquanto a umbanda é
uma forma sincrética entre o candomblé, o catolicismo e o espiritismo
kardecista. Sendo uma religião monoteísta que acredita na existência da alma e
na vida após a morte. A palavra “candomblé” significa “dança” ou “dança com
atabaques” e cultua os orixás, normalmente reverenciados por meio de danças,
cantos e oferendas.
A partir do momento que a
Igreja Católica faz a fusão de elementos culturais desse povo na religiosidade,
ela já configurou uma forma de sincretismo religioso, o sincretismo de origem
afro surge com a religião católica, numa busca de camuflar as suas crenças, que
eram totalmente proibidas em país católico.
Embaixo do altar católico e
das imagens de santos os negros louvavam e cultuavam seus orixás, tendo assim o
sincretismo afro-brasileiro, os santos foram justapostos aos orixás africanos.
Essa mistura religiosa originou as religiões afro-brasileiras. Os portugueses
aderiram ao comercio de pessoas escravizadas da África para o Brasil ficou
conhecido na história como Tráfico negreiro.
No continente africano os
portugueses trocavam armas, tecidos por pessoas capturadas por chefes tribais,
essas pessoas escravizadas eram aprisionados nas guerras tribais e eram
negociados por mercadores, embarcados nos navios negreiros, muitos adoeciam e
faleciam, as viagem ao Brasil levava até seis semanas, uma viagem com
violência, suicídio, pouca agua potável, e alimentação escassa, as regiões que
mais forneceram pessoas escravizadas, foram os países: Cabo da Guiné, Reinos do
Congo e Angola.
Pertenciam grupos étnicos
sudaneses(Nigéria), Daomé (Costa do Marfim), Bantos (capturados no Congo),
Angola e Moçambique. 388 anos o Brasil teve economia ligado ao trabalho
escravo, as formas mais desumanas eram o acoitamento público e o chicote amento
na senzala, as feridas eram aplicadas limão e sal.
Os africanos trazido a
força do continente africano, alguns se atiravam em alto mar, a travessia do
atlântico era tormento mais de 12 mil africanos vieram nos navios negreiros.
Alimentação era constituída por farinha de mandioca, milho e carne seca, uma
das doenças mais comuns era o Escorbuto que provoca dores no corpo, inchaço
pela falta de vitamina C no organismo.
A cultura indígena e
africana possui importância fundamental na construção da identidade nacional
brasileira, ela está presente estudar a história e cultura Afro-brasileira e
indígena é descobrir nossas raízes, nos ajuda a entender o passado, pensar no
presente desmistificando ações e falas preconceituosas e nos possibilita
construir um futuro melhor, mais humano e igualitário.
A obrigatoriedade de
inclusão de História e Cultura afro-brasileira e africana nos currículos da
educação básica é um momento histórico que objetiva não apenas mudar um foco
etnocêntrico, marcadamente de raiz europeia para um africano, mas sim ampliar o
foco dos currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e
econômica brasileira.
Nessa perspectiva cabe às
escolas incluir, no contexto dos estudos, atividades que abordem diariamente as
contribuições histórico-culturais dos povos indígenas e dos descendentes de
asiáticos, além das raízes africanas e europeias.
Em 12 de janeiro de 1616, as embarcações ancoraram na baía de Guajará onde, numa ponta de
terra, foi fundado o Forte do Presépio, atual cidade de Belém,
capital do Estado do Pará.
A
fundação de Belém do Pará, em 1616, serviria de ponto de apoio e partida para
várias entradas que iriam explorar a Floresta Amazônica, no que hoje seriam os
territórios do Pará, Amazonas e Amapá.
O
Militar Bento Maciel Parente, veterano de guerra da Paraíba e Rio Grande do
Norte, e que posteriormente confrontou os holandeses e ingleses, com a criação
do Estado do Maranhão, foi nomeado Capitão-Mor do Grão-Pará.
Fundou
alguns fortes ao longo do rio Xingu, como os fortes Santo Antônio de Gurupá. Ao
longo do rio Xingu, confrontou forças holandesas que haviam montado fortes ali,
saindo vitorioso no final.
Em
maio 1623, junto com Luís Aranha de Vasconcelos, Aires de Souza Chichorro e
Salvador de Melo, Bento Maciel Parente conquistou dos holandeses os pontos
fortificados de Muturu (atual Porto de Moz) e Mariocay atual Gurupá), próximo à
foz do rio Xingu, fundando no lugar do Forte de Mariocay, o Forte de Santo
Antônio de Gurupá, fazendo dele a base de apoio para as suas arrancadas,
expulsando nos anos seguintes os neerlandeses do Baixo Xingu e do rio Tapajós.
A
ação realizada no Forte de Mariocay foi um grande feito. Liderando cerca de 70
soldados e aproximadamente mil índios em canoas nativas, o Capitão-mor do Pará
investiu contra os invasores holandeses, que não impediram o ataque
luso-brasileiro à fortificação.
Bento
Maciel Parente, buscando ludibriar a guarnição holandesa, manobrou na parte
leste do Baixo Xingu, provocando a debandada dos invasores fugindo rumo à
selva.
O
que teria acontecido com os indígenas que habitavam próximo ao rochedo do Forte
Mariocay, fundado pelos holandeses em Gurupá, certo que foram dizimados,
escravizados, num holocausto escondido nas inúmeras batalhas entre portugueses
e holandeses.
A
verdadeira vítima da invasão estrangeira e dos colonizadores portugueses, foram
os indígenas que viviam e ocupavam pacificamente essas terras.
À
medida que o forte foi construído aquela sociedade nativa ia se consumindo em
guerras e derramamento de sangue no canal de Gurupá, sobretudo no trabalho
escravo até a extinção da etnia indígena de Gurupá.
Com
a colonização atraindo comerciantes que transferiam para Portugal em navios de
pequeno porte até Belém, as produções agrícolas, hoje os povos originários que
eram chamados Mariocay pelos holandeses não existem, nem sabemos onde era sua
aldeia central, que provavelmente eram da nação Tupinambá.
Jorge
Hurley em 1936 no livro “noções de história do Brasil ” descreve que a Palavra
mariocay vem do Tupi: umary= frutos da mata, Cai= verbo queimar e Umary=
queimado.
E a
palavra que deu origem ao nome Gurupá, baseia-se que os portugueses chamavam de
“Corupá”, porque os indígenas afirmavam que ali era um porto de canoa ou seja
origem era Iguaru pába, porto e seria chamado de igararupá ou seja um porto de
muitas canoas.
Informações
precisas de Francisco Adolpho Varnhagem no seu livro história do Brasil do ano
de 1962.
Os
holandeses que sobreviveram fugiram para ilha grande de Gurupá. Houve outra
batalha após um navio holandês, comandado por um capitão inglês chegando a frente
a cidade de Gurupá, os portugueses atacaram e afundaram o navio, matando todos.
Os
indígenas leais aos holandeses foram mortos, alguns sobreviveram e se tornaram
escravos, para posterior reconstrução do forte em pedras e argila.
Bento
Maciel Parente ficou em Gurupá, onde após destruir o forte dos holandeses,
construí sobre taipa um forte invocando a proteção de Santo Antônio em 1623.