quinta-feira, 4 de julho de 2024

 Guarani, Líder Indígena

ANTÔNIO JOÃO – MS * 25/11/1983
Indígena Guarani-Nhandevá, Inutilmente o latifúndio tentou comprá-lo. Recebeu muitas ameaças; Foi barbaramente assassinado no dia 25 de novembro de 1983 em sua casa, na Aldeia de Campestres, na defesa das terras dos índios Kayuá-Piraqué.



 

Memória dos 58 anos do Martírio de Camilo Torres, Guerrilheiro da Paz e do Amor.

 Jorge Camilo Torres Restrepo, nasceu em Bogotá, Colômbia, em 03 de fevereiro de 1929. De uma família da alta burguesia. Em inícios de 1948 resolve entrar no Seminário Conciliar de Bogotá e preparar-se para o sacerdócio. Ali permaneceu durante sete anos, sendo ordenado padre em 1954. Logo em seguida é enviado à Bélgica para estudar sociologia na Universidade Católica de Lovaina. Em 1958 se graduou como sociólogo, apresentando um trabalho que analisava a proletarização de Bogotá.

Retornando para Bogotá em 1959, foi nomeado capelão da Universidade Nacional. Ali, juntamente com outros participantes, fundou a Faculdade de Sociologia, onde, durante algum tempo foi professor e técnico do programa de Reforma Agrária.

A maior parte de sua missão desenvolveu-se na universidade. Camilo Torres foi líder de estudantes e jovens professores, de todos aqueles que intuitivamente buscavam uma transformação das estrutura de opressão.

Viajava por todo seu país e ai descobrindo a miséria de seu povo. Mas, além do cientista e do político que Camilo Torres era, tinha uma profunda fé, cujas opções eram feitas a partir do Evangelho. Também na opção última e decisiva, quando interrompia temporariamente seu ministério sacerdotal, era consequente com o radicalismo que o Evangelho exigia de sua consciência.

Em sua última missa em 1965, depois de pressionado pelo alto clero para renunciar ao mistério sacerdotal, declara: “Deixei os privilégios e deveres do clero, porém não deixei de ser sacerdote. Creio que me entreguei à revolução por amor ao próximo. Deixei de rezar missa para realizar este amor ao próximo, no terreno temporal, econômico e social. Quando meu próximo não tiver mais nada contra mim, quando tenha realizado a revolução, voltarei a oferecer missa, se Deus me permitir. Creio que assim sigo o mandamento de Cristo: ‘Portanto, se você for até o altar para levar a sua oferta, e aí se lembrar de que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe a oferta aí diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com seu irmão; depois, volte para apresentar a oferta’ (Mt 5, 23-24). Depois da revolução, nós cristãos teremos a consciência de que estabelecemos um sistema que estará orientado para o amor ao próximo”.

Camilo Torres, pela sua opção cristã, politica e revolucionária, e seu engajamento social, tornou-se membro do Exército de Libertação Nacional. E em 7 de Janeiro de 1966, quase um mês antes de sua morte, proclama a todos os Colombianos: "Pela unidade da classe popular, até a morte! Pela organização da classe popular, até a morte! Até a morte porque estamos decididos a ir até o final. Até a vitória porque um povo que se entrega até a morte sempre conquista a vitória. Até à vitória final com palavras de ordem do Exército de Libertação Nacional! Nem um passo atrás; libertação ou morte".

Questionado por sua atitude revolucionária, já que era cristão e padre, ele explicava: “Sou revolucionário como colombiano, como sociólogo, como cristão e como padre. Como colombiano, porque não quero ficar distante da luta de meu povo. Como sociólogo, porque minhas intuições científicas, em relação à realidade, me convenceram que é impossível chegar a soluções efetivas e adequadas sem uma revolução. Como cristão, porque o amor ao próximo é a essência do ser cristão, e o bem estar da maioria não se consegue sem a revolução. Como sacerdote, porque a entrega ao próximo, que exige a revolução, é um requisito da caridade fraterna, indispensável para celebrar a missa, que não é uma oferenda individual, mas de todo o povo de Deus por intermédio de Cristo”

 
Aos 37 anos foi morto num confronto com o exército ao empunhar sua primeira arma, como membro do Exército de Libertação Nacional enquanto tentava auxiliar um companheiro ferido. Sua morte o transformou em simbolo de esperança, acima do "padre guerrilheiro", porque ele inaugurou um novo modo de ser cristão na América Latina, antes de Medellín: comprometeu-se com o irmão oprimido "até doar a vida por ele". Por isto é mártir e profeta da Igreja.

Quando o sacerdócio se faz verdade plena pela doação do corpo e da vida, só há espaço para o silêncio contemplativo reverencial ou para o esforço balbucio da poesia:

"E a Palavra se encarnou e se tornou plena de Amor
e se chamou Jesus ou Camilo,
foi pão para todos os pobres
e se fez todo povo
foi sangue gota a gota derramada
e se fez todo povo.

Já não mais fome nem mais sede proletários,
mas alimento na doação e comunhão,
todos pensar e sentir uma mesma causa
e para a mesma causa.

Todos na luta até a vitória
sem que ninguém chame de meu direito aquilo que tem;
não mais esquecimento do irmão proletário
nem de Deus-Jesus nem de Camilo-carne
mas sim o Amor
feito rito cotidiano, recordação viva
o Amor
feito sacerdócio-Eucaristia".

O amor que Camilo pregava devia ser um amor eficaz, pois “a fé sem obras é morta” (Tg 2,17).

 

Texto elaborado por Tonny, da Irmandade dos Mártires da Caminhada a partir de leitura de: Camilo Torres: O Cristianismo rebelde na América Latina - Prof. Inácio Strieder - Adital - 27/06/2006
Sangue pelo Povo - Martirológio Latino-Americano - Ed. Vozes
Um Cristão Revolucionário: Camilo Torres - CEPIS - centro de educação popular do instituto sedes sapientiae

 21/02/1965 – Malcolm X, líder liberacionista afroamericano, é morto nos EUA.



 



 










PALAVRAS DE PEDRO

A violência hoje assusta o senhor?
Acredito que a humanidade não é suicida, comete suicídios, mas não é suicida. O nosso DNA mais profundo é a esperança. A partir daí, para que a minha esperança seja crível, preciso agir. Esperar e fazer, criar e acolher. Porque a esperança cristã é comprometida. O reino de Deus de que falamos é o reino de Deus já, aqui. O verdadeiro catolicismo, o cristianismo evangélico, tem como objetivo o projeto de Deus para a humanidade. Se não penso nesse objetivo máximo do próprio Jesus, não vou entender o cristianismo e cairei nesse pecado da passividade, acomodação. Você tem que viver sua identidade com dignidade. Se não viver isso, não vai reconhecer a dignidade do outro.
Pedro Casaldáliga, Revista Forum, outubro de 2011.
Nossas Causas, nosso Espírito
Causa é o motivo ou razão para agir, segundo o dicionário. Nossas Causas maiores são o motivo e a razão para viver, e para morrer, se necessário. Somos as causas que amamos, aquelas pelas quais morremos de amor.
Esta Agenda-Almanaque já demonstrou sua razão de ser e, em suas muitas edições, dentro e fora de todo o Continente, vem fazendo razão de ser diária as Grandes Causas de nossa Pátria Grande.
Pedro Casaldáliga, Agenda Latino-americana 1994



Temos espírito, somos espírito. O Espírito nos tem e nos faz ser o que somos. Como pessoas e como coletividade de Povos. O Espírito libertador atua à vontade na Partia Grande e lhe dá fisionomia única, alternativa: na autoctonia ou na hospitalidade, na militância revolucionaria e na alegria da festa. E os cristãos e cristãs desta Pátria podemos e queremos viver esse Espirito, que faz a alma de Nossa América, no Espírito de Jesus Cristo Libertador.
Porque somos esse Espírito, porque e Espírito nos faz, assumimos essas Causas. Somente “com espírito” se pode viver as Causar grandes.

Pedro Casaldáliga, Agenda Latino-americana 1994




que fazer pastoralmente em favor dos batizados que se autoexcluem da prática vivencial da fé? A catequese e a liturgia poderiam contribuir?
Evidentemente que sim! Sempre que não se parta — por proselitismo — para um tipo de “descontos” ou “festividades”.
Podem contribuir:
• a inculturação, na catequese e na liturgia;
• o envolvimento da juventude;
• a mobilização dos setores, categoria, quarteirões;
• o aproveitamento de datas, acontecimentos, emergências;
• a vivência caprichada dos tempos fortes (Advento/Natal, Quaresma/Páscoa, Celebração dos Sacramentos, CF, Mês da Bíblia etc.);
• os meios de comunicação, utilizados com sinceridade e com arte;
• as visitas e contatos pessoais, com gratuidade, entrando na vida real e nas aspirações ou conflitos das pessoas e famílias.
Pedro Casaldáliga, Vida Pastoral Jan/Fev 95













PALAVRAS DE PEDRO
TODO TREM TEM SUA MÁQUIMA
Todo trem tem sua máquina,
todo Povo tem seu quem.
Toda base tem, na base,
sua cúpula também...
Se essa cúpula é alicerce,
tudo bem,
tudo bem,
tudo bem.
Pedro Casaldáliga,

ALAVRAS DE PEDRO
VOZ x PLACAS
As grandes Empresas
tem suas placas.
Meu canto deve gritar
o silêncio dos Pobres.
Pedro Casaldáliga, Cantigas Menores


PALAVRAS DE PEDRO
BEIJA-FLOR
Minúsculas asas,
quase inseto.
A dois palmos de mim, aureolando-me.
Ou no “ora-pro-nobis” espinhoso,
cantando para a Virgem as florzinhas rubras
com o bico obsessivo.
Guloso das flores,
alfinete de perfume e de néctar.
Beija-flor, colibri,
catálogo de sedas e de cores,
apara da luz, cristalizada,
hélice de arco-íris.
Pedro Casaldáliga, Antologia Retirante





 PALAVRAS DE PEDRO

Deixa a Cúria, Pedro,
Desmonta o sinédrio e as muralhas,
Ordene que todos os pergaminhos impecáveis sejam alterados
pelas palavras de vida e amor.
Vamos ao jardim das plantações de banana,
revestidos e de noite, a qualquer risco,
que ali o Mestre sua o sangue dos pobres.
A túnica/roupa é essa humilde carne desfigurada,
tantos gritos de crianças sem resposta,
e memória bordada dos mortos anônimos.
Legião de mercenários assediam a fronteira da aurora nascente
e César os abençoa a partir da sua arrogância.
Na bacia arrumada, Pilatos se lava, legalista e covarde.
O povo é apenas um “resto”,
um resto de esperança.
Não O deixe só entre os guardas e príncipes.
É hora de suar com a Sua agonia,
É hora de beber o cálice dos pobres
e erguer a Cruz, nua de certezas,
e quebrar a construção – lei e selo – do túmulo romano,
e amanhecer
a Páscoa.
Diga-lhes, diga-nos a todos
que segue em vigor inabalável,
a gruta de Belém,
as bem-aventuranças
e o julgamento do amor em alimento.
Não te conturbes mais!
Como você O ama,
ame a nós,
simplesmente,
de igual a igual, irmão.
Dá-nos, com seus sorrisos, suas novas lágrimas,
o peixe da alegria,
o pão da palavra,
as rosas das brasas…
… a clareza do horizonte livre,
o mar da Galileia,
ecumenicamente, aberto para o mundo.
Pedro Casaldáliga


 

 MANTO TUPINAMBÁ

Os Mantos Tupinambás são peças artísticas e ritualísticas do povo que habitava a costa do Brasil há 500 anos, os índios Tupinambá .

Há apenas seis exemplares preservados no mundo que ainda trazem quase intactos os trançados de fibras naturais e penas vermelhas de guarás e azuis de ararunas.

O Manto também é descrito com clareza em 1557 por Hans Staden, que foi cativo dos Tupinambás e presenciou um ritual Antropofágico em que o Manto era utilizado.

Os mantos saíram do Brasil como consequência da invasão holandesa no Nordeste e hoje estão na Europa em museus na Dinamarca, na França, na Itália, na Bélgica, na Alemanha e na Suíça.

Quando foram expulsos de Pernambuco no século 17, os Holandeses levaram consigo muitas peças das culturas tradicionais brasileiras.

Depois de serem levados à Holanda, os Mantos percorreram caminhos obscuros até chegarem aos museus onde hoje são exibidos.

Os tupinambá são lembrados com “guerreiros que jamais foram escravizados”.

Os mantos com penas vermelhas, eram utilizados pelos índios para seus ritos canibais.

Isso significa que eles comiam a carne dos inimigos capturados, acreditando se apropriar da coragem alheia.

O mais conhecido e conservado Manto Tupinambá está no Nationalmuseet, em Copenhague, capital da Dinamarca.

Compartilhado do Observatório Nacional de Cultura


 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.


Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.

Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.

Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, falarem todo mal contra vós. por minha causa.


PALAVRAS DE PEDRO
Já não se pode ser cristão se não se opta pelos pobres. Já não se pode invocara lei se não se reconhece a legitimidade. E, cada vez mais, o legítimo novo contesta o velho legal. Hoje, na América Latina, no Terceiro Mundo, no Mundo, os pobres estão aí, impertinentemente senhores deste mundo, porque são maioria, porque reivindicam o mais básico de todos os direitos, porque já sabem que a sociedade mente a eles e que o universo daria para todos. Milhões de lázaros, mas já em pé, contra o banquete fechado dos opulentos, "indigestando-lhes" a consciência, ou ameaçando quebrar-lhes os vidros. Um longo trabalho de conscientização e, sobretudo, as próprias lutas, os combates revolucionários, as experiências organizativas, e a repressão e o martírio, o sangue e a solidariedade, foram levantando das entranhas desta terra, Abya Yala fecunda e sempre pronta para o parto, uma série concatenada de sujeitos emergentes que irão fazendo a nova Pátria Grande, como Sociedade, como Igreja, como Continente autônomo e como igualitário "parceiro" mundial.



Pedro Casaldáliga, Agenda Latino-americana 1993. Foto: Douglas Mansur

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Os Impactos das mudanças climática na vida das Comunidades Amazônicas






















 

segunda-feira, 1 de julho de 2024

 A Constituição e a democracia são os pilares sobre os quais repousam as garantias dos cidadãos e a proteção do meio ambiente.