sábado, 23 de abril de 2022

 

Poema de sangue 


Numa época em que o ser humano de cor diferenciada era tratado de forma desumana. 

Eram presos a espera da liberdade. 

Tirados de suas famílias, levados em porões de navios. 

Vendidos como bicho. 

Exposto e torturado pelo seu “senhor”. 

Chicoteados na presença de outros escravos. 

Sob ordem do dono da fazenda.

 Era assim o cotidiano de Gurupá Mirí na época de Pedro Lima.

 Que se dizia através de supostas cartas de sesmaria proprietário destas terras.

 Tinha uma fazenda e comprava escravos em Belém e revendia para outros senhores. 

O sangue escorria nos corpos desses angolanos 

Era jogado vinagre e sal. 

Castigo severo para os que amanheciam doentes e não trabalhavam Até o dia da libertação através de escravos que fugiram para Jocojó e dali se espalharam.

 Ali se estabeleceram com proteção de Antônio do manituba. Segundo relatos passados por gerações. 

Quem vai a Gurupá Mirí não sabe que ali foi um palco de tortura e agressões no passado. 

Vivencia pela centenária sumaúma, testemunha intacta de tantos cotidianos. 

Autor: Gilvandro Torres-2015

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