segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Identidade Afro Indígena na Amazônia- autor: GILVANDRO TORRES




 Identidade Afro Indígena na Amazônia.

Para extrair o pau Brasil os portugueses utilizavam do trabalho e conhecimento indígena, desde a derruba, corte dos galhos e madeira que traziam até a praia onde estavam ancorados os navios.

Era feito o sistema de trocas não utilizando moeda o escambo.

Trocando madeira por espelho, facas, machados e tecidos.

Os contatos entre os colonizadores e os povos indígenas, foram elementos de dominação através da exploração dos recursos naturais, consequência o desaparecimento das línguas indígenas e a forte catequese que obrigava os indígenas a mudar o comportamento, inserindo nomes europeus, costumes, foi um processo de colonização com escravidão indígena, violência contra mulheres e doenças transmitidas pelos não indígenas.

Estima-se que populações inteiras foram dizimadas e tribos abandonaram suas terras, seus costumes e sua língua de origem.

A miscigenação é o resultado da diversidade a diferença se deve à influência de outras línguas, as línguas indígenas, por exemplo: nosso vocabulário está cheio de palavras de origem tupi: além da língua, os portugueses também trouxeram instrumentos feitos de ferros como machados, espadas, facões, armas de fogos e etc.

Que não eram conhecidos pelos nossos indígenas, com a chegada dos negros trazidos pelos portugueses, o Brasil incorporou as características em sua cultura. Para a religião, os negros trouxeram a crença nos espíritos, o candomblé.

Na música brasileira são utilizados vários instrumentos de origem africana.

Os povos africanos também influenciaram na nossa língua portuguesa, com sotaques e palavras como senzala.

A Primeira Missa no Brasil, quadro de Victor Meirelles (1860)

 

Quando os colonizadores chegaram ao Brasil, várias tribos indígenas eram inimigas entre si.

A gravura de Theodore de Bry, de 1593, registra um episódio de combate entre elas.

Os colonizadores faziam uso das rivalidades, aliando-se a algumas tribos para derrotar outras, o que facilitava sua dominação sobre o território.

Gravura de Theodore de Bry, 1593. Domínio público. In: Duas Viagens ao Brasil, de Hans Staden

 

Durante os primeiros anos da chegada dos portugueses a América, os nativos foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo.

Segundo os cronistas da época, os indígenas consideravam os europeus, amigos ou inimigos, conforme fossem tratados: amistosamente ou com hostilidade.

Com a instalação do Governo Geral, em 1549, intensificou-se a escravidão dos indígenas nas diversas atividades desenvolvidas na Colônia, gerando constantes conflitos.

Os povos indígenas habitam o território brasileiro muito antes de sua descoberta.

A população indígena no país sofreu um enorme decréscimo, entre o século XVI e o século XX, passando de milhões para a casa dos milhares.

Extermínios, epidemias e também escravidão foram os principais motivos dessa redução. Foi após a década de 80 que esse cenário mudou e a população indígena voltou a aumentar.

De acordo com o Instituto Socioambiental, os povos indígenas têm crescido em média 3,5% ao ano.

Franceses, holandeses começaram a invadir o litoral brasileiro para extrair especiarias exóticas, madeira, ouro e minério, os portugueses passaram a colonizar efetivamente Amazônia, dificultando as invasões.

Os missionários jesuítas eram contra a escravidão indígena no Brasil, mais impunham a conversão a religião católica.

Os Tupinambás ocupavam a foz, tiveram suas terras saqueadas, a história não relata mais houve muito derramamento de sangue indígena, região ancestral tupinambá Mairí, atual Belém foi um exemplo capitaneado pelo CACIQUE GUAIMIABA.

A língua universal indígena era Nheengatu. Herdamos dos povos originários a culinária, andar descalço, deitar em redes, tomar banho diário além de praticar artesanatos com fios e fibras.

Os lusitanos ocuparam a região começando com a expulsam dos franceses do Maranhão e a implantação do forte do presépio em Belém.

As batalhas contra os holandeses, franceses e corsários ingleses para assegurar o domínio da Amazônia oriental.

Os povos indígenas no processo de colonização foram perdendo suas terras, devido ao surgimento de Vilas e Fortificações.

Essas fortificações eram bases militares construída uma pequena casa de madeira e palha com um muro de pedras e canhões médios carregáveis de frente para o rio.

Os conflitos brutais entre indígenas e portugueses resultaram em mortes e aprisionamentos.

As relações entre os dois povos foi marcada pela violência e imposição dos lusitanos.

Ao realizar o projeto expansão os portugueses tinham vários interesses ao erguer a cruz e realizar a primeira missa em 26 de abril de 1500 presidida pelo FREI HENRIQUE DE COIMBRA nas terras brasileiras, foi compreendido como recebimentos das benções da Igreja católica para a colonização em território brasileiro.

 

O Estado do Pará apresenta uma das maiores diversidades etnias do Brasil contando com 55 etnias e 77 territórios indígenas em 52 municípios paraense. O que representa 25% do Pará pertence aos povos originários contando com 60 mil indígenas. 

O Brasil conta com 305 povos indígenas e 274 línguas originárias diferentes, a demarcação de terras indígenas é um direito ancestral previsto na Constituição cidadã de 1988, há mais de 500 anos lutam pela proteção de suas famílias, culturas e terras.

A Amazônia, pesquisas cientificas documentam que a ocupação remontam ao período da pedra, além dos povos TAPAJÔNICO, MARAJOARA E KONDURI, outros povos da Guiana estiveram aqui entre a região de Santarém e Xingu. No século XVIII a população amazônica somava cerca de 54.200 e atualmente são menos de 12.000 com cerca de 21% do território nacional.

Os primeiros contatos deu-se pelo século XIV com holandeses na região de Gurupá, relatos que grupos indígenas viviam harmonia entre ENGAIBAS, MAPUAS, ARUANES, TACONHAPÉS, INGABAYBAS. Os primeiros contatos com os europeus deu-se necessário através de técnicas necessária como a linguagem universal indígena. Contudo o desaparecimento de línguas indígenas foi concentrada em dois troncos linguísticos: MACRO e TUPÍ. Estima-se que 75% das línguas se perderam ao longo de 500 anos. Parte dos povos indígenas que viviam na costa, no período da colonização, falavam línguas que pertenciam ao tronco tupi. Dentro desse tronco, o Tupinambá era uma das línguas gerais que existiram no Brasil e que era usada para se comunicar com os indígenas.

O tupi não é o único tronco linguístico indígena existente no Brasil. O tronco macro-jê é outro grande exemplo.

As Terras Indígenas se resumem em 4 tipos: as Terras Indígenas Tradicionalmente Ocupadas, relacionadas às terras que constam na Constituição Federal de 1988, no art. 231. “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.” Como se vê, nossa Constituição Cidadã já contempla os direitos indígenas e o respeito às sua cultura.

Outro tipo de terra indígena é a Reserva Indígena, que consiste em terras doadas por terceiros, desapropriadas ou adquiridas pela União, com destino final à posse permanente dos povos indígenas.

Há também as Terras Dominiais, que são de propriedade das comunidades indígenas, obtidas por quaisquer formas dentro da legislação civil do Brasil. E o último tipo de terra indígena é a Interditada, que são áreas interditadas pela FUNAI em busca da proteção de povos e grupos indígenas isolados, restringido a entrada e trânsito de terceiros nos locais. Os vários enfretamentos entre colonos e missionários acabaram por expulsar os Jesuítas do Maranhão em 1659 e de Belém em 1661.

A criação da companhia de comercio do Grão Pará e Maranhão em 1682 foi uma tentativa de desenvolver e colonizar a região, houve nessa época aprisionamento de indígenas para trabalho escravo, sendo que em 1604 foi promulgado a lei que proibia por completo escravidão indígena no Brasil.

Os colonizadores se apossaram de terras e intensificaram o tráfico de pessoas escravizadas trazida do continente Africano. Estima-se que chegaram ao Brasil cerca de 50mil africanos no século XVI e no século seguinte teriam sido 550 mil e no século XVIII por volta de 1 milhão e 700 mil africanos.

No total teriam chegado ao Brasil mais de 4 milhões de africanos seres humanos vindo do grande continente africano feito cativos. As quatro principais rotas dos navios negreiros que ligaram o continente africano ao Brasil foram as da Guiné, Mina, Angola e Moçambique.

Elas concentravam o comércio de seres humanos que, na maioria dos casos, eram aprisionados em guerras feitas por chefes tribais, reis ou sobas africanos para esse fim. Os traficantes, principalmente portugueses, mas também de outras nações europeias e posteriormente brasileiros, obtinham os prisioneiros em troca de armas de fogo, tecidos, espelhos, utensílios de vidro, de ferro, tabaco e aguardente, entre outros. Os navios, dependendo do tipo, traziam de 300 a 600 cativos por vez. Entre 10% e 20% deles morriam na viagem.

                   Em vez de ler o requerimento como fizeram os espanhóis, os franceses preferiam apresentar a aliança entre povos originários e franceses como uma livre submissão da parte dos indígenas. São eles que, com a ajuda dos franceses, erigem a cruz, todos os outros índios e franceses rezam. A gravura é assinada por L. Gauthier.

Os franceses não concordavam com a divisão da América entre Portugal e Espanha.

Assim procuravam invadir terras e fundar colônias que ao norte ficou conhecido FRANÇA EQUINOCIAL na região atual Estado do Maranhão, entre os anos de 1612 a 1615.

Fundando o forte São luís, uma tentativa dos franceses de fundar uma colônia francesa, o que originou a cidade São Luís, atual capital do estado do Maranhão.

Os franceses se depararam com um vasto território não ocupado pelos portugueses, a expedição francesa partiu do porto de Cancale na Bretanha sobre o comando de DANIEL DE LA TOUCHE.

Apesar da breve existência foi a única capital fundada por outro povo europeu, os franceses estabeleceram alianças com os indígenas, as Leis francesas proibiram os rituais de antropofágicos dos tupinambás, que estavam em constante disputas entre aldeias capturando os inimigos e faziam rituais de ANTROPOFÁGIA.

Os portugueses expulsaram os franceses no confronto militar ocorrido em 19 de novembro de 1614.

Os portugueses estavam em bastante número e com os aliados indígenas da etnia TABAJARÁ, e seus conhecimentos da floresta ajudaram a ganhar a batalha de GUAXENDUBA.

É importante afirmar que a expulsão dos franceses possibilitou que a AMAZONIA passasse para o domínio português.

Nesta batalha de Guaxenduba, houve muitas baixas dos dois lados, entre eles sangue indígena, 115 soldados franceses mortos, 400 indígenas que lutavam ao lado dos franceses.

Do lado português sobre o comando de Jeronimo de Albuquerque, houve 10 soldados mortos, objetivo dos franceses estabelecer uma colônia francesa mercantilista denominada: FRANÇA EQUINOCIAL.

A fundação da cidade de São luís pelos franceses foi em 08 de setembro de 1612, fundadores foram DANIEL DE LA TOUCHE e FRANCOIS DE RASILLY.

O nome forte Saint- louis foi em homenagem ao Rei FRANCES LOUIS XIII.  O povoado fundado pelos franceses manteve-se após o domínio português, tendo o seu nome sido aportuguesado para "São Luís". Os franceses buscaram catequizar os índios, atribuindo-lhes nomes cristãos, e estabelecendo alianças contra os portugueses.

Realizaram também trocas de mercadorias. Exploraram os rios Mearim e Gurupi e iniciaram plantação de algodão, tabaco e cana.  Os portugueses, no entanto, viriam a conquistar o Maranhão em 1615. O Tupi Guarani era língua originaria em 1751 uma provisão real proibiu a utilização do TUPI.

Nossa linga recebeu influência dos povos originários e também dos povos da África que aqui chegaram forçadamente para trabalhar. O TUPI se originou da língua tupinambá que foi incorporado a nação indígena tupinambás.

Nossa língua ganhou diferencial da língua portuguesa falada em Portugal. Os dialetos, costumes linguísticos, o legado do povo africano e indígenas contribuiu para os dias atuais uma enorme herança cultural. 

A beleza e cultura maranhense, começa pelo artesanato, com utilização dos recursos da palha de babacu, na confecção de bolsa, eco turismo e suas belezas culturais urbana e artísticas, um povo hospitaleiro.

A culinária tem influência dos negros e indígenas, ao longo do tempo dos franceses e portugueses. As festas populares danças e ritmos, o bumba meu boi e expressão máxima da cultura popular do Maranhão, assim como o tambor de crioula e dança do cacuriá.

Quem somos nós e uma pergunta a ser em nossas comunidades, reconhecer a diversidade cultural de nossa formação pode ser uma maneira de compreender nossa riqueza cultura. A capoeira surgiu como resposta a violência a qual os escravizados eram submetidos em tempos coloniais e imperiais no Brasil.

A partir de golpes e movimentos corporais ágeis, a luta permitia que eles se defendessem das brutais perseguições dos capitães do mato, cuja atribuição era capturar quem havia fugido.

Para não levantarem suspeitas – os senhores de engenho proibiam que praticassem qualquer tipo de esporte – os capoeiristas adaptaram os movimentos e adicionaram elementos coreográficos e musicais, camuflando seu verdadeiro significado.

Após a abolição da escravatura, a prática continuou sendo vista como subversiva e apenas em 1937 deixou de ser considerada criminosa pelo Código Penal brasileiro.

Acredita-se que a origem do nome capoeira tenha relação aos locais onde o esporte era praticado: em campos abertos e sem vegetação. Esta técnica era também uma forma de preservar a cultura de origem e desenvolver laços entre os praticantes.

Hoje, a capoeira é considerada umas das maiores manifestações culturais brasileiras e é reconhecida mundialmente como prática que une o esporte e a arte.

A música é um dos elementos que distingue esta modalidade de outras lutas. Inclusive, é essencial para que o praticante seja considerado um capoeirista completo.

Além dos movimentos corporais, os praticantes devem também saber tocar instrumentos de origem afro-brasileira como o atabaque, o agogô e o berimbau.

Este último é o principal dos instrumentos e também o mais famoso e mundialmente associado à capoeira.

Existem ainda diferentes maneiras de toques, como o "toque de cavalaria", que era utilizado para avisar aos capoeiristas que a polícia estava se aproximando.


Entre os povos do norte do continente, destacam-se os hábitos e costumes tradicionalmente islâmicos, pois essa denominação religiosa é predominante por lá.

É comum nas sociedades, sobretudo a egípcia e a marroquina, a prevalência do uso do véu para as mulheres muçulmanas e a instituição de um modelo patriarcal de família, baseado nos costumes do islamismo.

Já os povos do sul têm uma cultura mais vasta e, consequentemente, mais diversificada.

Em alguns lugares, predomina-se a cultura cristã, sobretudo nos que a colonização estabeleceu-se com maior força, como a África do Sul.

Já em outros, como o Congo, Moçambique, Serra Leoa, Somália e Quênia, a prevalência do modo de vida tribal nos interiores ainda é marcante, o que nos remete às religiões politeístas nativas ainda existentes.

 A cultura afrodescendente no Brasil veio da cultura africana chegou às terras brasileiras pelos africanos trazidos para cá para servirem de escravos.

Os navios carregavam pessoas de várias etnias africanas, o que permitiu a pluralidade cultural de origem africana no Brasil.

Com a fusão entre a cultura africana e os vários elementos da cultura indígena e europeia, nasceu no país uma cultura muito vasta.

Se buscarmos em nossas origens, diversos são os elementos que compõem a nossa formação tradicional e têm origem no continente africano.

Candomblé e umbanda são religiões originalmente brasileiras, mas que surgiram com base em elementos religiosos africanos.

O CANDOMBLÉ consiste no culto aos orixás da cultura iorubá, enquanto a umbanda é uma forma sincrética entre o candomblé, o catolicismo e o espiritismo kardecista.

O Candomblé é uma religião monoteísta que acredita na existência da alma e na vida após a morte.

A palavra “candomblé” significa “dança” ou “dança com atabaques” e cultua os orixás, normalmente reverenciados por meio de danças, cantos e oferendas. A partir do momento que a Igreja Católica faz a fusão de elementos culturais desse povo na religiosidade, ela já configurou uma forma de sincretismo religioso.

O SINCRETISMO de origem afro surge com a religião católica, numa busca de camuflar as suas crenças, que eram totalmente proibidas em país católico.

Apesar das instituições escravagistas e da Igreja Católica Apostólica Romana, foi possível aos escravos comunicar, transmitir e  desenvolver sua cultura e tradições religiosas, pois o processo de catequização dos negros foi bem superficial e houve também vários fatos que os ajudaram a manter esta continuidade: os vários grupos étnicos continuaram com sua língua materna; havia um certo número de líderes religiosos entre eles; e os laços com a África eram mantidos pela chegada constante de novos escravos, que possibilitava a permanência da prática religiosa.

Embaixo do altar católico e das imagens de santos os negros louvavam e cultuavam seus orixás, tendo assim o sincretismo afro-brasileiro, os santos foram justapostos aos orixás africanos. Essa mistura religiosa originou as religiões afro-brasileiras. Os portugueses aderiram ao comercio de pessoas escravizadas da África para o Brasil ficou conhecido na história como TRÁFICO NEGREIRO.

No continente africano os portugueses trocavam armas, tecidos por pessoas capturadas por chefes tribais, essas pessoas escravizadas eram aprisionados nas guerras tribais e eram negociados por mercadores, embarcados nos navios negreiros, muitos adoeciam e faleciam. As viagem ao Brasil levava até seis semanas, uma viagem com violência, suicídio, pouca agua potável, e alimentação escassa. As regiões que mais forneceram pessoas escravizadas, foram os países: CABO DA GUINÉ, REINOS DO CONGO e ANGOLA.

Pertenciam grupos étnicos sudaneses(Nigéria), Daomé (Costa do Marfim), Bantos (capturados no Congo), Angola e Moçambique. 388 anos o Brasil teve economia ligado ao trabalho escravo, as formas mais desumanas eram o acoitamento público e o chicote amento na senzala, as feridas eram aplicadas limão e sal. Os africanos trazido a força do continente africano, alguns se atiravam em alto mar, a travessia do atlântico era tormento mais de 12 mil africanos vieram nos navios negreiros.

Alimentação era constituída por farinha de mandioca, milho e carne seca, uma das doenças mais comuns era o ESCORBUTO que provoca dores no corpo, inchaço pela falta de vitamina C no organismo.

O Maranhão foi um dos grandes destino da mão de obra africana, sobretudo durante o último século do tráfico de escravos para o Brasil (1750-1850), principalmente para a capital, a Baixada Maranhense e o Vale do Itapecuru, regiões onde existiam grandes plantações de algodão e cana-de-açúcar.

O TAMBOR DE MINA é uma religião e também uma atividade cultural, presente não só no Maranhão, mas em outros estados como Pará e Amazonas, tem sua origem na matriz africana, deixada por negros que foram trazidos para trabalhar no Brasil como mão de obra escravo.

E o TAMBOR DE CRIOULA tem origem africana realizada por descendentes do povo africano no estado do Maranhão, em homenagem ao Santo São Benedito, um Santo negro. As justificativas que levam os grupos de pessoas a dançarem o Tambor de Crioula são diversificados, podendo ser um pagamento de promessa para São Benedito.


Uma seção transversal do navio negreiro Veloz, de um livro de Robert Walsh, publicado em 1830. Ele continha mais de 550 escravos espremidos naquele espaço.

Principal região de procedência dos cativos africanos (1693-1755)

Senegâmbia: 1693, 1695, 1696, 1701, 1740,

1741, 1743, 1752, 1755 pessoas escravizadas 1.115

Baía de Biafra 1714

Calabar 356

Baía do Benin 1703, 1708, 1715, pessoas escravizadas:342

Total de pessoas escravizadas para região do Maranhão:  1.813        

Principal região de procedência dos cativos africanos (1756-1778)

Senegâmbia: 1757, 1758, 1759, 1760, 1761,1762, 1763,1764, 1765,

1766, 1767, 1768, 1769, 1770, 1772, 1773, 1774, 1775, 1776,

1777, 1778 total de pessoas 9.258

África Centro-Ocidental 1765, 1776 total:  1.017 Soma 10.275 

Fonte: www.slavevoyages.org.

 

A cultura indígena e africana possui importância fundamental na construção da identidade nacional brasileira.

Ela está presente em elementos da dança, festas populares, culinária e, principalmente, na língua portuguesa falada no Brasil, que é fruto do processo de aculturação entre povos indígenas, negros e europeus.

Estudar a história e cultura Afro-brasileira e indígena é descobrir nossas raízes, nos ajuda a entender o passado, pensar no presente desmistificando ações e falas preconceituosas e nos possibilita construir um futuro melhor, mais humano e igualitário.

A obrigatoriedade de inclusão de História e Cultura afro-brasileira e africana nos currículos da educação básica é um momento histórico que objetiva não apenas mudar um foco etnocêntrico, marcadamente de raiz europeia para um africano, mas sim ampliar o foco dos currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira.

Nessa perspectiva cabe às escolas incluir, no contexto dos estudos, atividades que abordem diariamente as contribuições histórico-culturais dos povos indígenas e dos descendentes de asiáticos, além das raízes africanas e europeias.

A Amazônia, de posse espanhola pelo Tratado de Tordesilhas, em 1494, manteve-se inexplorada até o século XVI, quando se tornou alvo de interesse de holandeses, franceses, ingleses, irlandeses e, principalmente, de portugueses, que saíram em 25 de dezembro de 1615 de São Luís do Maranhão e chegaram ao Pará, onde em 1616, instalaram na baía do Guajará o Forte do Presépio, nome que fazia referência ao dia da saída do Maranhão.

Após a retirada dos franceses, a Coroa Portuguesa determinou o envio de uma expedição à foz do rio Amazonas, com vistas a consolidar a sua posse sobre a região.

Uma expedição de três embarcações, sob o comando de FRANCISCO CALDEIRA CASTELO BRANCO, foi enviada, nela seguindo o então Alferes Pedro Teixeira.

Em 12 de janeiro de 1616, as embarcações ancoraram na baía de Guajará onde, numa ponta de terra, foi fundado o Forte do Presépio, atual cidade de Belém, capital do Estado do Pará.

A fundação de Belém do Pará, em 1616, serviria de ponto de apoio e partida para várias entradas que iriam explorar a Floresta Amazônica, no que hoje seriam os territórios do Pará, Amazonas e Amapá.

O Militar BENTO MACIEL PARENTE, veterano de guerra da Paraíba e Rio Grande do Norte, e que posteriormente confrontou os holandeses e ingleses, com a criação do Estado do Maranhão, foi nomeado Capitão-Mor do Grão-Pará.

Fundou alguns fortes ao longo do rio Xingu, como os fortes Santo Antônio de Gurupá. Ao longo do rio Xingu, confrontou forças holandesas que haviam montado fortes ali, saindo vitorioso no final.

 Em maio 1623, junto com LUÍS ARANHA DE VASCONCELOS, AIRES DE SOUZA CHICHORRO e SALVADOR DE MELO, BENTO MACIEL PARENTE conquistou dos holandeses os pontos fortificados de Muturu (atual Porto de Moz) e Mariocay atual Gurupá), próximo à foz do rio Xingu, fundando no lugar do Forte de Mariocay, o Forte de Santo Antônio de Gurupá, fazendo dele a base de apoio para as suas arrancadas, expulsando nos anos seguintes os neerlandeses do Baixo Xingu e do rio Tapajós.

A ação realizada no Forte de Mariocay foi um grande feito. Liderando cerca de 70 soldados e aproximadamente mil índios em canoas nativas, o Capitão-mor do Pará investiu contra os invasores holandeses, que não impediram o ataque luso-brasileiro à fortificação.

BENTO MACIEL PARENTE, buscando ludibriar a guarnição holandesa, manobrou na parte leste do Baixo Xingu, provocando a debandada dos invasores fugindo rumo à selva.

O desfecho português na derrota da força dos neerlandeses e aliados, foi alcançado no Forte de Nassau, 67 km acima do Xingu próximo ao atual vila Tapará, uma vez que a fortaleza capitulou sem luta. O que teria acontecido com os indígenas que habitavam próximo ao rochedo do Forte Mariocay, fundado pelos holandeses em Gurupá, certo que foram dizimados, escravizados, num holocausto escondido nas inúmeras batalhas entre portugueses e holandeses.

A verdadeira vítima da invasão estrangeira e dos colonizadores portugueses, foram os indígenas que viviam e ocupavam pacificamente essas terras.

À medida que o forte foi construído aquela sociedade nativa ia se consumindo em guerras e derramamento de sangue no canal de Gurupá, sobretudo no trabalho escravo até a extinção da etnia indígena de Gurupá.

Com a colonização atraindo comerciantes que transferiam para Portugal em navios de pequeno porte até Belém, as produções agrícolas, hoje os povos originários que eram chamados Mariocay pelos holandeses não existem, nem sabemos onde era sua aldeia central, que provavelmente eram da nação Tupinambá.

Jorge Hurley em 1936 no livro “noções de história do Brasil ” descreve que a Palavra mariocay vem do Tupi: umary= frutos da mata, Cai= verbo queimar e Umary= queimado.

E a palavra que deu origem ao nome Gurupá, baseia-se que os portugueses chamavam de “Corupá”, porque os indígenas afirmavam que ali era um porto de canoa ou seja origem era Iguaru pába, porto e seria chamado de igararupá ou seja um porto de muitas canoas. Informações precisas de FRANCISCO ADOLPHO VARNHAGEM no seu livro história do Brasil do ano de 1962.

Os holandeses que sobreviveram fugiram para ilha grande de Gurupá. Houve outra batalha após um navio holandês, comandado por um capitão inglês chegando a frente a cidade de Gurupá, os portugueses atacaram e afundaram o navio, matando todos.

Os indígenas leais aos holandeses foram mortos, alguns sobreviveram e se tornaram escravos, para posterior reconstrução do forte em pedras e argila.

Bento Maciel Parente ficou em Gurupá, onde após destruir o forte dos holandeses, construí sobre taipa um forte invocando a proteção de Santo Antônio em 1623.

Em 1625 Pedro Teixeira, tendo às suas ordens os Capitães PEDRO DA COSTA FAVELA e JERÔNIMO DE ALBUQUERQUE, ataca e toma o forte holandês de Maniutuba, na foz do Xingu.  O comandante inimigo Oudaen consegue fugir, com parte da guarnição, em uma lancha, para a ilha de Tucujus.

Após a vitória do dia anterior, desembarca na ilha de Tucujus (Amazonas), onde os ingleses, comandados por Philipp Pursell, tinham três fortins. Os dois primeiros foram tomados quase sem resistência, fugindo os defensores.

O Capitão Pedro da Costa Favela combateu os ingleses e holandeses, os Chefes do fortins inglês Philip Pursell e Oudaen, foram mortos. O outro fortim rendeu-se a Pedro Teixeira. Mais  o forte de Taurege (Torrego), construído pelos ingleses na margem esquerda do Amazonas. Só foi tomado, em 1629.

Seguiu Teixeira para Vila de Gurupá. A guarnição inglesa foi conduzida para o Pará e seu chefe JAMES PURSELL remetido para Lisboa. O forte de Taurege ficava na margem esquerda do Amazonas, junto ao rio hoje chamado Toheré.

Em 1629 chegava o Capitão Pedro Teixeira com as tropas, que dois dias antes haviam rendido o forte de Taurege, e com os prisioneiros ingleses, a Vila de Gurupá.

Na FASE PALEOINDÍGENA, a população era pouco numerosa, dispersa, nômade e estava baseada na coleta de frutas e moluscos, na pesca e na caça. A ocupação paleoindígena da Amazônia tenha ocorrido por volta de 11,2 mil anos.

Em Monte Alegre no estado do Pará, se encontram esses vestígios nas Serras PAYTUNA, ERERE e AROXI, há uma grande quantidade de pintura rupestre feita com tinta colorida a partir de pó de rocha.

Arqueologia é a ciência que estuda as culturas e os modos de vida do passado a partir da análise de vestígios materiais.


Os indígenas da Amazônia pré-colombiana tinham no cultivo da mandioca a base de sua alimentação. Entre os povos que formavam grandes aldeias estavam os tuxauas, guerreiros do rio Tapajós. Os indígenas da Amazônia pré-colombiana tinham no cultivo da mandioca a base de sua alimentação. Entre os povos que formavam grandes aldeias estavam os tuxauas, guerreiros do rio Tapajós.

Estado do Maranhão e Grão-Pará foi criado por carta régia de 13 de junho de 1621. Era independente do Estado do Brasil e estava diretamente subordinado à Lisboa. Entre 1626 e 1775, compreendia os atuais Estados do Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas. A capital era São Luís do Maranhão, embora Belém do Pará representasse no final do século 17 importante centro comercial. A partir de 1775, o Estado foi desmembrado e passou a se chamar Estado do Grão-Pará e Maranhão.

Em 1755, após o terremoto de Lisboa, Portugal decidiu explorar ainda mais as riquezas da Amazônia e, por essa razão, intensificou o tráfico de escravos da África para a região. Estima-se que entre 1755 e 1815, cerca de 51 mil escravos africanos chegaram ao porto de Belém. No entanto, a população de escravos na Amazônia ainda era pequena, se comparada às de outras regiões brasileiras. O trabalho forçado e desumano no período do Diretório dos Índios uniu indígenas e negros da Amazônia.

Os indígenas ensinaram aos negros como sobreviver na floresta e, assim, quando estes se revoltavam contra os abusos e maus-tratos e conseguiam fugir, escondiam-se na mata e criavam quilombos para se proteger. Na época, uma rede de quilombos formava um arco que começava no território do Maranhão e terminava no Amapá.

Essas áreas eram estratégicas, pois ofereciam proteção natural e recursos naturais para a sobrevivência. Os negros do Grão-Pará eram basicamente oriundos de Bissau e Cacheu, na região da Guiné. Reunidos nos quilombos, os negros podiam manifestar livremente sua cultura e sua forma coletiva de trabalhar a terra trazidas da África pelos seus descendentes.

As músicas, danças, festas, brincadeiras e rituais puderam ser reavivados nessas comunidades e até hoje estão presentes em algumas regiões.

A pintura corporal é um dos elementos que mais caracterizam a cultura indígena. Ela também é comum em outras culturas, como a dos hindus, a dos africanos e a da sociedade ocidental por meio da maquiagem e da tatuagem.

Para que se entenda a arte indígena, é preciso que se compreenda qual o sentido da sua arte - uma arte utilitária que não só deveria ser bela, mas também cumprir uma função prática.

A pintura corporal indígena é utilizada com fins cerimoniais. Cada tipo de pintura está ligado a um evento, como casamento, luta, caça e morte. Todo ritual indígena é retratado nos corpos, sendo uma expressão bem marcante dessas culturas.

A tinta é obtida através de pigmentos vegetais, na maioria das vezes, como o urucum, o jenipapo ou o babaçu. Os desenhos são abstratos.

A Arte Plumária está relacionada a ritos de passagem, relações hierárquicas de prestígio e poder, imagens de identidade da pessoa, da família, do clã e da nação; essa arte até mesmo pode indicar o estado de espírito de quem a usa.

O Cocar é um dos tipos de Arte Plumária mais conhecidos. Sua função varia de tribo para tribo, podendo servir desde adorno até símbolo de status na tribo. Geralmente são os caciques que o utilizam. Mais do que um simples objeto, a Arte Plumária é forma de comunicação, que transmite diversas mensagens, de diversas formas.

A Cerâmica indígena possui um alto requinte de decoração e uma qualidade técnica muito grande. Baseada também na funcionalidade, essa expressão artística possui características estéticas muito marcantes.

É preciso observar que, nas sociedades tradicionais, não existe separação entre arte e artesanato, e entre artista e pessoa comum.

A cerâmica, nas tribos indígenas, geralmente é responsabilidade das mulheres, que utilizam o barro, matéria abundante na natureza. Essas peças de cerâmica produzidas se dividem em objetos utilitários, do tipo de cuias, pratos e panelas, ou em objetos de rituais, como os cachimbos, utilizados em cerimônias religiosas, e urnas funerárias.

A cerâmica Marajoara, das tribos indígenas que habitavam a ilha brasileira de Marajó (Estado do Pará), durante o período pré-colonial, de 400 a 1400 d.C., é considerada uma das mais bonitas e sofisticadas das Américas.

Os índios utilizam uma grande variedade de fibras vegetais para realizarem os trabalhos, como o bambu, a taquara e a flecha de ubá. Após o corte e o destalar dessas fibras, são feitas tiras de diferentes espessuras e delas é feito um trançado de acordo com o formato que se queira dar a uma peça.

Os padrões gráficos do trançado brasileiro foram criados pelos índios, explorando as formas geométricas das diferentes talas de fibras vegetais, misturando outros materiais e corantes.

O trançado está presente em praticamente todas as tribos indígenas e é utilizado principalmente para criar cestos, transportar objetos ou para armazenagens de alimentos.

Os Tapajó fabricavam belos objetos de cerâmica, estudos mostram que ocupavam um extenso território, onde se encontra a cidade de Santarém. Auge da civilização tapajônica ocorreu por volta do inicio do século XI.

Os primeiros europeus a explorar a região amazônica, encontraram uma nação indígena, praticava agricultura, vivia da caça e pesca e tinha uma rígida hierarquia obedecendo um chefe principal.

A arte tapajônica se caracteriza pelo zoomorfismo em seus vasos e estatuetas, isto é, são peças que apresentam a forma de um animal. Geralmente os animais da fauna existente nas cercanias eram os alvos de inspiração dos indígenas.

Os que mais eram retratados eram os jacarés e as onças-pintadas.

Tradição ceramista dos tapajós mantém vivas raízes e memórias existentes há quase um século. Mãos, argila, caraipé (cinza extraída do caraipezeiro), pigmentos naturais, paciência e muita criatividade dão vida à tradição ceramista dos tapajós há quase 100 anos.

A cerâmica marajoara, foi descoberta no século XIX na ilha do Marajó.

O desaparecimento da cultura marajoara ocorreu de forma gradual, devido a disputas grupos rivais. No século XVII quando os portugueses chegaram não havia descendentes dessa civilização.

Os povos indígenas tiveram presença marcante na formação da população paraense, neste contexto os domínios de Portugal chegam até Amazônia.

A ilha do Marajó foi habitada, muito antes da chegada dos portugueses, entre os anos 400 e 1.300 d.C., por povos que faziam uma cerâmica bonita e refinada.

Eles fabricavam potes, vasos, tigelas, tangas, urnas funerárias, adornos e outros objetos, com um estilo próprio, que ficou conhecido como cultura marajoara.

A cultura Marajoara foi a que alcançou o maior nível de complexidade social na pré-história brasileira.

Essa complexidade se expressa também na sua produção cerâmica, tecnicamente elaborada, caracterizada por uma grande diversidade de formas e decorada com esmero.

O povo Marajoara recebeu esse nome por causa da atual ilha de Marajó, onde viveram, atingindo um número aproximado de cem mil pessoas durante a quarta fase da ocupação da ilha.

A partir do século XIX pesquisas arqueológicas descobriram nesta região um tipo de objetos cerâmicos chamado de marajoara.

Os sítios marajoaras localizam-se na metade ocidental da ilha, próximo ao lago Arari e os tesos ali encontrados indicam terem sido construídos para fins específicos: como localização de aldeias ou como cemitérios.

Além dos vasos cerâmicos com aprimoradas decorações em cores também foram encontrados ídolos, cachimbos, bancos, tangas e adornos zoormorfos e antropomorfos.

 

A floresta amazônica é de uma importância para o planeta, rica biodiversidade e multicultural.

Hoje a riqueza da floresta e dos rios amazônicos está ameaçado pelos grandes interesses econômicos, contaminação dos rios e expansão das atividades de extração mineral ilegal.

A importância dos indígenas e dos negros na grande diversidade cultural e religiosa, seus saberes diferentes, espiritualidade, crenças que provocou expressão amazônica na cultura da identidade afro amazônida na região.

No contexto histórico percebe-se que a colonização na região da Amazônia   não foi pacifica, a região Amazônia equivale a 35% das áreas florestais do planeta.

O ecossistema correspondem ao predomínio do clima equatorial úmido, sendo um dos locais mais chuvosos do planeta.

Apresentando enorme biodiversidade. Classificando como ecorregiões amazônicas. 

A floresta amazônica apresenta em três níveis diferentes: mata do igapó, que permanece alagada com arvores que chegam a 20 metros.

A várzea é alagado durante as cheias e tem arvores características como seringueira.

A terra firme constitui 75% da floresta onde a agua não atinge seu solo. Esses são os níveis da floresta amazônica.

                      

 

A Amazônia Legal abrange nove estados do Brasil: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do estado do Maranhão.

As principais atividades econômicas desenvolvidas na região são a agricultura, a pecuária e o extrativismo.

Em relação à atuação de indústrias. Atualmente, um dos maiores problemas enfrentados pela Amazônia Legal está relacionado com o desmatamento excessivo.

Esse fator tem comprometido o ecossistema bem como as populações que nele vivem. Cerca de 55% de todos os povos indígenas que habitam o Brasil vivem na área da Amazônia legal.

A degradação do ambiente, potencializada pelo desmatamento, afeta diretamente a conservação do ambiente natural e traz sérias consequências ao ecossistema amazônico.

A extração dos recursos minerais valiosos, a exploração exagerada das florestas e os métodos de mineração levam ao desmatamento, à erosão do solo e à contaminação da água com o uso do mercúrio e os resíduos.

Em muitas partes da Amazônia, a exploração ilegítima do ouro gera prejuízo as comunidades locais.

 Amazônia Legal é uma nomenclatura usada para demarcar os estados brasileiros responsáveis pela parte no Brasil.

O conceito de Amazônia Legal foi instituído em 1953 e seus limites territoriais decorrem da necessidade de planejar o desenvolvimento econômico da região e, por isso, não se resumem ao ecossistema de selva úmida, que ocupa 49% do território nacional e se estende também pelo território de oito países vizinhos.

A Amazônia Legal está dividida em Amazônia Ocidental e Amazônia Oriental.

A primeira se localiza no centro geográfico da Amazônia continental, ocupando uma área de 2 194 599 km². Esta área corresponde a 25,7% do território brasileiro, tem 6 242 000 habitantes, segundo censo de 2010 e foi criada pelo decreto-lei 356/68.

E segundo este, constitui-se dos estados de AmazonasAcreRondônia e Roraima. Já a Amazônia Oriental é definida por exclusão, restando ser constituída por: AmapáMaranhãoMato GrossoPará.



A Primeira Missa no Brasil, quadro de Victor Meirelles (1860)



Gravura de Theodore de Bry, 1593. Domínio público. In: Duas Viagens ao Brasil, de Hans Staden



interior de um navio negreiro, pintura do artista alemão Johann Moritz Rugendas. (aprox. 1830).


Arqueologia é a ciência que estuda as culturas e os modos de vida do passado a partir da análise de vestígios materiais.














“O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silêncio das pessoas boas”. Martin Luther King



 

domingo, 20 de agosto de 2023

DIÁRIOS DE VIAGEM- 1998-2001

 


Bispo da prelazia do Xingu, um rosto amazônico

Conheci o bispo do Xingu, Dom Erwin em 2001,numa das visitas pastorais que acontece em dois e dois anos, nos 11 setores da paróquia de santo Antônio no rio mararuzinho. 
Fui convidado para participar pelos integrantes do movimento jovem nova esperança, para participar de uma peça de teatro contra as drogas e ao ser elogiado pessoalmente por ele ,vi nele o evangelho com rosto amazônico ,minha grande amiga Francy Pantoja estava comigo e participou também dessa homenagem ao bispo. Nesse tempo passo a conhecer e conversar com o pai da Francy, Raimundo Rodrigues, um líder comunitário e grande orador, fazia discursos eloquente e sempre me deu apoio. Além da admiração que sinto por conquistar sua amizade pelas qualidades como dirigente comunitário e sindical, ganhando meu mais profundo sentimento de amizade e respeito. Também ressaltando a grande influência que meu amigo José Macauba, tem na comunidade bom pastor no rio mararú. 
A honrosa contribuição para essa comunidade, desse homem integro de caráter irretocável, que ficara sempre em minha memória.

Vivencia no rio Mararú

As casas dos ribeirinhos na região dos furos da Ilha de Marajó são construídas geralmente ao lado de um pequeno igarapé, pois com a elevação das águas sobre a influência das marés, os peixes entram nos igarapés e quando a maré abaixa, ficam presos em redes ou cercas colocadas no início da vazante pelos ribeirinhos. Assim, todos os dias, com a subida e descida da maré, o peixe fresco para a alimentação está garantido. A água salgada do mar não entra na região dos furos, mas represa a água do rio Amazonas ou do Pará, promovendo a alteração do nível da água. Alguns ribeirinhos plantam açaizeiros e com a retirada do cacho do açaí para venda e consumo do diário, cortam palmito e vendem as fabriquetas clandestinas e fazem manejo mensalmente, assim, garantem a cada dia um produto para vender e comprar o básico que é óleo diesel e a farinha para comer com o peixe, junto com as frutas abundantes na região, como o buriti, a pupunha, o ingá e o açaí.

1999, na janela do barco olhando o amazonas e meu pensamento distante

Da janela do velho barco “TORRES”, enfrentava as maresias e a saudade de Belém, rebocando enormes jangadas de madeira clandestinamente sempre a noite, eu meu tio Samuel e meu irmão Fernando, muitas vezes um amigo Macaúba acompanhava a gente nessas viagens, as vezes tínhamos que amarrar a jangada na beira do rio para esperar a maré, bebíamos aquela água barrenta do rio amazonas e tomávamos aguardente para passar o sono, quantas vezes ficamos a beira do rio amazonas olhando as estrelas e o barulho das águas com os botos ao redor da embarcação. 
As vezes quando tínhamos sorte encostávamos naquelas casas a beira do rio, eles ofereciam açaí feito artesanalmente e peixe assado, situações e fatos que iriam me acompanhar para sempre, como inesquecíveis lembranças de um tempo de experiências simples e importante para meu amadurecimento. Trabalhadores sem carteira assinada nas serrarias clandestinas, viagens nos municípios de Breves e Anajás, vi que aqueles trabalhadores faziam compras nas cantinas dos donos da vila que eram os proprietários da serraria, eles empregam as pessoas que moram ao redor da serraria, sem nenhum contrato de trabalho nem benefício trabalhista, os mantimentos são caros e descontado no ordenado do trabalhador, quando chega no final eles não recebem nada e ainda estão devendo para o patrão, virando uma bola de neve, não podendo ir embora ou largar o serviço se não pagar a dívida, o trabalhador dessas serrarias se torna escravo por essa dívida. 

“Aqueles ribeirinhos de Gurupá, remando com seus remos de pracuuba, passam a noite tapando Igarapé, com paris feito de talas de bambu entrelaçados com timboaçu a pele envelhecida pelo sol suas casas a beira do rio, cobertas de palha simplicidade marcante dos trapiches construídos de tronco de açaizeiro, porto seguro dos ribeirinhos moradores do rio mararú. que vivem vendo o rio-mar lindo e imponente rio Amazonas sua principal avenida destes ribeirinhos da ilha grande de Gurupá.” (diário pessoal 1998) 

 


PENSAMENTO DE FREI BETO

Seja rigoroso na ética da militância. A esquerda age por princípios. A direita, por interesses. Um militante de esquerda pode perder tudo – a liberdade, o emprego, a vida. Menos a moral. Ao desmoralizar-se, desmoraliza a causa que defende e encarna. Presta um inestimável serviço à direita. Há pelegos disfarçados de militante de esquerda. É o sujeito que se engaja visando, em primeiro lugar, sua ascensão ao poder. Em Projeto Revoluções nome de uma causa coletiva, busca primeiro seu interesse pessoal. O verdadeiro militante – como Jesus, Gandhi, Che Guevara – é um servidor, disposto a dar a própria vida para que outros tenham vida. Não se sente humilhado por não estar no poder, ou orgulhoso ao estar. Ele não se confunde com a função que ocupa. FREI BETO

 

praticante da arte suave, jiu-jitsu

 se você quer alguma coisa e acha impossível então você o torna impossível, encare com coragem e determinação os dia de guerra com suor, sangue dedicação, para ter dignidade de chegar ao dia de glórias e festejar como campeão de sua própria superação.

 

 Defenda sempre o oprimido, ainda que aparentemente ele não tenha razão. São tantos os sofrimentos dos pobres do mundo que não se pode esperar deles atitudes que nem sempre aparecem na vida daqueles que tiveram uma educação refinada. Em todos os setores da sociedade há corruptos e bandidos. A diferença é que, na elite, a corrupção se faz com a proteção da lei e os bandidos são defendidos por mecanismos econômicos sofisticados, que permitem que um especulador leve uma nação inteira à penúria.A vida é o dom maior de Deus. A existência da pobreza clama aos céus. Não espere jamais ser compreendido por quem favorece a opressão dos pobres(Frei Beto).

  Gurupá te faço poesia em meu olhar Intocável pintura em rios que viram ruas habitantes imaginários, universo de pescador sonhos ilustrados em redes de pesca barcos encantados num rio sem ruas De baixo da chuva na procissão Do dia de São Bendito nas ruas da cidade Gurupá contempla a fé As luzes da noite se confundem com minha solidão curando minha ressaca de ilusão Gurupá não se silencia cada momento Os sinos alertam, para novos tempos.