domingo, 20 de agosto de 2023

 

CORONEL JOSÉ JULIO, A PERSONALIDADE MEGALOMANÍACA DA AMAZONIA

Coronel José Júlio de Andrade, personagem controvertido da história da Amazônia, montou um império envolvendo terras nos municípios paraenses de Almeirim e Porto de Moz, além de Laranjal do Jarí e Mazagão, no Estado do Amapá, conseguindo assim a distinção de ter sido um dos maiores latifundiários do mundo, com propriedades que atingiram mais de três milhões de hectares. 

O coronel Zé Júlio, como ficou conhecido, conseguiu a patente graças à compra junto a então Guarda Nacional. 

Foi senador da República por vários anos, sem nunca ter perdido uma eleição em Almeirim, onde ficava a localidade Arumanduba, sede de suas atividades.

 Ele conheceu vários países do mundo falando apenas o português, gabando-se de ter se banhado quatro vezes no Rio Jordão, onde João Batista batizou Jesus.

Sua personalidade estava envolvido por uma aura de megalomania, tendo parte destas terras tornado-se propriedade de Zé Júlio no final do século XIX, o primeiro coronel a enriquecer extraindo e exportando produtos amazônicos. 

Ele ficou rico com o extrativismo e exportação de castanha, andiroba, borracha, o que era prática comercial corrente. José Júlio de Andrade nasceu em julho de 1862, em São Francisco de Uruburetama, no Estado do Ceará, chegando ao Norte aos 17 anos de idade, passando por Benevides, no Pará, onde trabalhou na agricultura, protegido por um tio que ali residia. 

A chegada do então desconhecido nordestino na região do Jarí ocorreu em 1882. 

Como muitos peões que ali viviam, Zé Júlio trabalhou como seringueiro e coletor de castanha, vendendo o que produzia para os regatões, embarcações muito comuns na época, cujos proprietários faziam comércio na região, adquirindo produtos em troca de gêneros de primeira necessidade e até de tecidos estrangeiros.

 É falado na região que o coronel mantinha o império dele com mão-de-ferro, praticando hediondos castigos àquele que se insurgia contra os seus interesses, utilizando capatazes e pessoas de confiança como executores. 

Duca Neno, cunhado de Zé Júlio, foi um dos mais cruéis destes algozes. 

O coronel, além de viver da extração da borracha, castanha e outros produtos, era também proprietário de frota de barcos e criava gado. 

José Júlio tinha apenas o curso primário e amealhou a sua fortuna em apenas 20 anos, em lances dignos de mérito, muitas das vezes, entretanto, através de métodos reconhecidamente “extravagantes”. 

Na verdade, ele precisou de um empurrão para se tornar rico. 

O sogro Manuel Maia da Silva Neno, intendente do município de Almeirim, lhe deu um título de propriedade, a partir do qual conseguiu terras e mais terras, favorecido por benesses de sucessivos governadores paraenses, de maneira que o império latifundiário tornou-se tão grande que o patrimônio da cidade de Almeirim ficou muito reduzido. 

Antes da ajuda do sogro, entretanto, Zé Júlio já tinha uma extensa área, na localidade Prazeres, à margem esquerda do Jarí, adquirida numa jogada de pura esperteza: trocou o terreno com linha de pesca, tecidos e mais algumas mercadorias. Zé Júlio percorreu palmo a palmo as suas vastas terras. 

Depois que viu que não poderia mais ser enganado, deixou capatazes tomando conta de tudo, dando-se ao luxo de passar a maior parte do tempo em viagens pelo Brasil e exterior.

 O coronel montou residência em Belém e no Rio de Janeiro. 

Ao Jarí ia apenas para reger o início e o término das safras. 

Entre as excentricidades do coronel está a de levar cunhãs (moças) do Jarí para servi-lo em suas residências em Belém e no Rio de Janeiro, apenas para embalá-lo na rede, embora dormisse em cama, tarefa na qual as garotas se revezavam dia e noite. 

Certo dia, no retorno de uma de suas viagens ao exterior, alguém lhe perguntou como ele se virava no estrangeiro falando somente o português. 

Respondeu de pronto: “Eu tenho um dicionário no bolso que me resolve problemas em todas as línguas”, mostrando a carteira de dinheiro. José Júlio de Andrade era amigo do jornalista paraense Paulo Maranhão e, como este, inimigo ferrenho do governador Magalhães Barata. 

O governador mandou um fiscal à Arumanduba e o funcionário público multou o coronel em dez mil contos de réis. Zé Júlio pagou a quantia e deu mais dez mil ao fiscal, dizendo: “Leve mais estes dez mil para o Barata acender o charuto dele”. 

Embora casado com Laura Neno, o coronel José Júlio de Andrade era homem de muitas mulheres, figurando Chiquinha Rodrigues entre as suas preferidas, a qual conheceu quando iniciou sua vida empresarial no Jarí. 

Mesmo assim não teve filhos e sua herança ficou para Maria Laura, filha mais velha de um sobrinho. 

O coronel morreu aos 90 anos no dia 24 de junho de 1953, no Rio de Janeiro, e está sepultado no cemitério São João Batista, daquela cidade. 

Cinco anos antes já havia se afastado por completo dos municípios de Almeirim, Mazagão e Porto de Moz. 

Vendera sua fazenda do Rio Aquiqui para Michel de Melo e Silva e a Jaripara para um grupo de portugueses. 

Rebelião contra o coronel José Júlio de Andrade, apesar do caudilhismo com que administrou a sua riqueza, uma vez, em 1928, viu-se em apuros diante de empregados e não teve saqueado os depósitos de mercadoria, propriedades suas em Arumanduba, porque recorreu ao poder de persuasão, o que, aliás, tinha de sobra. 

Trata-se do episódio titulado pelo escritor Cristóvão Lins no livro Jarí - 70 anos de história como “A revolta de Cezário”. Vitoriosa, a rebelião teve como principal troféu a prisão de Duca Neno, cunhado e um dos principais e cruéis capatazes do coronel. 

A revolta eclodiu porque Duca Neno assediou amorosamente a esposa do aviado José Cezário de Medeiros, um rio-grandense-do-norte que sabia ler e escrever muito bem, tendo, inclusive, passado pelo Exército, e que no meio dos empregados de Zé Júlio surgiu como um verdadeiro líder. Cristóvão Lins conta que a mulher de Cezário, muito bonita, adoeceu e precisou ir a Arumanduba, a fim de seguir a Belém, para tratamento. Uma versão diz que Duca Neno a colocou numa casa sem o mínimo conforto, tendo embaixo do assoalho um chiqueiro de bodes. 

A outra versão diz que Duca simpatizou com a hóspede e como a mesma não o quis, passou a massacrá-la para ver se conseguia o intento. Cezário recebeu uma carta da esposa narrando o que ela vinha passando nas mãos do capataz. 

O aviado, arquitetou a revolta que chegou a bom termo, inusitadamente, sem haver qualquer delação. 

O povo abandonou as casas e criações para seguir o líder.

 A revolta foi tão bem planejada e sigilosa que a filial de Pacanari, abaixo da Cachoeira de Santo Antônio, a uns cinco quilômetros de distância, só teve conhecimento da mesma quando o seu chefe, capitão Filomeno, foi preso por Cezário. 

Desde o dia 17 de junho, o jovem líder começou a reunir todo o povo em Cachoeira de Santo Antônio, à espera do navio que deveria chegar no dia 5 de julho, como aconteceu. 

De Cachoeira não saía ninguém e os que chegavam também ficavam detidos. 

Até a chegada do navio, Cezário ajustou contas com algumas pessoas poderosas na região, como o velho Monsão, chefe da filial de São João do Iratapuru, que antes da revolta havia ordenado que surrassem um rapaz, vindo este a falecer devido ao espancamento. 

O líder da revolta mandou prender Monsão e obrigou-o a cavar a sepultura do rapaz até chegar o caixão, para em seguida colocar a terra de novo na cova. Entre adultos e crianças, Cezário arregimentou aproximadamente oitocentas pessoas. 

Ao iniciar a revolta, o chefe da filial de Cachoeira, de nome Loureiro, foi preso. 

O navio Cidade de Almeirim, que quinzenalmente levava rancho às filiais e recebia os produtos explorados, foi tomado e comandado pelos revoltosos até Arumanduba. 

Perto dessa localidade, a marcha da embarcação foi reduzida e as luzes apagadas. Cezário ficou perto do comandante, chamado Jararaca, fazendo-lhe a seguinte ameaça: “Se perder a atracação, vai perder a cabeça”. Jararaca era bom mestre e não teve problema para atracar o Cidade de Almeirim no trapiche de Arumanduba. Imediatamente, Cezário desceu com o pessoal e prendeu Duca Neno, amarrando-o e colocando-o no porão do navio. 

Em seguida cortou os fios do telégrafo para evitar comunicação com Belém ou outro local. 

Os revoltosos quiseram saquear os depósitos de mercadoria, mas o coronel José Júlio chegou naquele momento e disse: “Sei que aqui tem muito cearense, mas sei também que aqui não tem ladrão”.

 Dito isso, o pessoal afastou-se e José Júlio autorizou que tirassem o que fosse preciso para a viagem até Belém. Cezário então removeu o povo para o navio Cidade de Alenquer, maior que o Cidade de Almeirim e foi iniciada a viagem para Belém, com Duca Neno preso, para ser entregue às autoridades. Após a saída dos revoltosos de Arumanduba, o telégrafo foi consertado e a notícia transmitida para Belém. 

Uma corveta da Marinha interceptou o navio e este foi levado escoltado ao porto da capital paraense. Cezário e os companheiros foram alojados nos quartéis e Duca Neno solto, pois José Júlio já havia providenciado a libertação.

 Em Jarí - 70 anos de história, o escritor Cristóvão Lins diz que a revolta foi o fato mais depreciativo de toda a história do Jarí e do próprio José Júlio de Andrade. 

O interessante, porém, é que, com poucas exceções, como Cezário, os revoltosos voltaram para o Jarí e foram recebidos pelo coronel, sem ressentimentos, pelo menos na aparência. 

Ajuste de contas no Paga-dívida Em meio ao muito que se fala do coronel José Júlio de Andrade, aparece o rigor com que tratava os seus empregados, na maioria das vezes ditado da rede esticada na ampla varanda do seu casarão em Arumanduba. 

Foram violências e arbitrariedades que seus capatazes praticaram, como narra o já falecido escritor e historiador santareno João Santos ao abordar o caso do trabalhador Jacinto Lopes, que caiu na besteira de pedir a conta ao coronel para visitar familiares no Ceará, sua terra natal.

 O episódio faz parte da história do extrativismo da balata no Médio Amazonas, região onde o produto alcançou o seu maior apogeu. 

Conta João Santos que, certo dia do ano de 1928, Jacinto Lopes, bom explorador de balata, produto este ainda pouco conhecido e que o coronel explorava sem competidores, pensou em dar uma volta no Ceará e pediu a conta. 

Fazer o que fez Jacinto nas propriedades de Zé Júlio era ato de autodestruição. Ninguém saía das terras do coronel levando saldo ou devendo conta. 

Para isto tinha o lugar de ajuste chamado Paga-dívida, onde o trabalhador que cometesse a ousadia de tentar deixar o trabalho escravo encontrava o fim nas balas de um rifle. 

Jacinto percebeu o erro cometido, mediu as consequências e resolveu fugir protegido pela escuridão da noite, subindo o Rio Paru. 

Armou-se de um rifle e terçado, colocou um pouco de farinha e outros mantimentos em um saco e partiu pensando chegar em Monte Alegre. 

O capiau trabalhara vários anos na extração do breu e castanha e por último na da balata. 

Conhecia os mistérios da mata como poucos e confiava nos índios do Alto Rio Paru. 

Sabia que a tentativa era um desafio, mas preferia aceitá-lo do que morrer no Paga-dívida nas mãos dos capatazes do coronel. 

Depois de vários dias de estafante caminhada, perseguido pelo verdugo Luiz Gomes e asseclas, enviados de Zé Júlio e moradores de Paraguai, no Rio Jari, de onde ocorrera a fuga, Jacinto alcançou a maloca dos índios apalaís, onde pernoitou, e pela madrugada, depois de orientado pelos nativos, partiu em direção ao Rio Maicuru, caminho mais fácil para se ir à cidade de Monte Alegre. 

Por volta do meio-dia, a turma de Luiz Gomes chegou à maloca indígena, todos armados de rifles e sofregamente procurando pelo cearense.

 Foram logo intimando os índios a revelar a presença do fugitivo, por onde andava e para onde tinha ido. 

Os índios do Paru conheciam perfeitamente os homens que chegaram à maloca. 

Eram os mesmos que roubavam seus produtos e impunham condições pesadas sem remuneração, que os escravizavam, fazendo o mesmo com trabalhadores. 

Encobriram a fuga de Jacinto, apontando a direção oposta, como se o cearense tivesse tomado o rumo do Amapá. 

A mentira dos apalaís salvou o fugitivo e contribuiu para que Monte Alegre, através dele, tomasse conhecimento da existência de grandes balatais em suas terras. 

Exausto e faminto, Jacinto alcançou o Rio Maicuru caminhando pelas suas margens, quando possível, e nadando em outras ocasiões. Chegou à outra maloca dos apalaís, próxima à foz do Maicuru.

 Na dura e penosa caminhada, foi encontrando exuberantes balatais. 

Os nativos lhe revelaram outros. 

Refazendo as forças, Jacinto começou a cortar algumas balateiras. 

Precisava levar alguma coisa para vender e conseguir dinheiro para chegar ao Ceará. Juntou alguns blocos de balata. 

Conseguiu uma canoa dos índios e partiu para Monte Alegre descendo o Rio Maicuru até encontrar o Rio Paituna. 

Por este chegou ao Curaçu, onde encontrou um comerciante, homem calmo, de falar macio, cearense também, chamado Henrique Vieira de Souza. Jacinto contou sua história ao dito comerciante e na companhia deste viajou para Monte Alegre, aonde chegou no dia 21 de setembro de 1928, levando os poucos blocos de balata. 

Assim, o nome de Jacinto Lopes ficou ligado para sempre à economia daquele município paraense. (Douglas Lima – RevistaAmazon View – Edição 84) 

  O MOVIMENTO SINDICAL D GURUPÁ NO ANO DE 1986. Era preciso se organizar e mobilizar o Sindicato, para tomar o poder? Começamos a mobilizar os trabalhadores para a formação de um Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gurupá onde o mesmo foi fundado em 26 de janeiro de 1975. Era coordenado pelos patrões, não acompanhava as lutas e organizações de interesse dos trabalhadores que estavam do lado dos próprios patrões sendo que eles defendiam seus interesses, em 1986 criamos a chapa de oposição chamada chapada dois com o tema “unidos Venceremos, já era a terceira eleição que tentávamos mais éramos derrotados como tínhamos certeza que as duas derrotas sofridas era por fraude dos que estavam assumindo o órgão de classe, tivemos que montar uma estratégia uma campanha restrita uma campanha relâmpago, essa organização custou para os trabalhadores rurais de Gurupá 54 dias de acampamento e o naufrágio criminoso do B/M. Livramento de propriedade da paróquia de Santo Antonio ocorrido na noite de 28 para 29 de março de 1986, vigiado por um comando da policia militar, que foi pedido pela administração do Município daquela época. Qual era a proposta ? A bandeira dois tinha como proposta de trabalho três bandeiras de lutas terra , saúde e produção luta pela posse da terra com a presidência do STR sob o comando dos trabalhadores rurais as delegacias sindicais tiveram prioridade pára defender os seus lotes ou a terra onde trabalha, com isso, criou-se maior divisão entre patrão e freguês, porque o patrão queria impor o direito de mandar na produção do freguês , a produção na maioria das vezes era, o patrão exigia produção que se não fosse alcançada seria conduzida outro coletores para aquela área . Como foi o poder de convencimento e conscientização com os trabalhadores rurais. Essa era a Idea patronal gerar lucros desenfreados sem os prejuízos as famílias que depois ficavam nas terras sem produção e o impacto ambiental... Decidimos reunir com as delegacias sindicais, e dar suporte para eles negociarem com os patrões, propostas aprovadas pelos trabalhadores. O posseiro teria de tirar a produção para vender aos patrões só retirar o que eles achassem necessário para sua sobrevivência como também pagar na hora da entrega, direito de vender só 30% da produção para o patrão e 5% para o freguês, direito de permanecer na terra. Essas propostas não foram aceitas pelos patrões, reagiram confirmando serem os dono da terra, tentaram meter gente nas áreas ocupadas para tirar a produção foi um dos momentos muito delicados que as comunidades eclesiásticas de base (CEB`s), reunimos o povo para reagir a opressão dos patrões, que sempre vinham acompanhados pelo Ministério Público com base em documentos, escrituras das terras que diziam sendo eles os donos das terras poderiam fazer o que bem entendessem das terras, por outro lado os posseiros estavam vendo as terras sendo devastadas e ainda a insegurança econômica dos companheiros , os patrões só pensavam no lucro vindo do extrativismo, madeira e palmito, e, isto era a primeira economia do homem do campo , quando o patrão via que o freguês tinha uma certa reserva de palmito ou madeira , e que não queria dispor deste recurso por ser a única por ser a única economia , óleo patrão metia gente na terra para retirar a produção sem avisar o poceiro , viveu-se um momento de muita dificuldade e atenção , como resolver está problemática?. O que aconteceria? As terras dos poceiros eram invadidas a mando daqueles que se diziam donos da terra o poceiro prejudicado tinha que recorrer a Promotoria de Justiça, comunicando a invasão e pedindo providencias, dependendo da queixa formulada a autoridade determinava a suspensão do trabalho, no entanto quando chegava o mandado em poder do acusado à vezes não tinha mais nada na terra até os trabalhadores já tinham saído da terra invadida. Essa forma de defender a terra ao poceiro não deu certo para defender a produção o poceiro precisava reagir para defender sua produção, para isso as delegacias sindicais com as lideranças das comunidades tiveram que reunir com o presidente dão STR e comunicar as autoridades do município o desrespeito a que os trabalhadores eram tratados por parte daqueles que se diziam donos da terra. Assumimos uma proposta de encaminhamento, queríamos negociar com eles a forma de tirar a produção, foi muito difícil, mais eles se conformaram com as nossas posições, varias casas foram queimadas, com ameaça de morte estávamos constantemente pelo Ministério Público pela Delegacia de Policia, a resistência era sempre feita com muito respeito , finalmente, os tempo mostrou que os trabalhadores não queriam terra para invadir, mas, para morar e trabalhar como se vê ate os dias de hoje. Entrevista: Edgar Pantoja de Souza

 Aquele que vive refém dos seus medos, torna-se sequestrador dos seus próprios sonhos. 

 

PLACAS EM GURUPÁ

 


Relatado pelo Coronel José Lopes de oliveira, publicado no livro “Fortificações da Amazônia”, de Carlos Roque. Segundo fontes históricas os portugueses foram a quarta nacionalidade europeia a se estabelecer na região amazônica. Certamente houve muito derramamento de sangue tanto indígena, quanto europeu nesta região, diversas lutas com os Índios, entre flechas e armas de fogo da época, foi um genocídio silencioso em nossa historia. FONTE: CENTUR 4º ANDAR-OBRAS RARAS( TEM QUE AGENDAR PARA LER O LIVRO)

 

O começo da pesquisa: Foi com 18 anos de idade em uma viagem de mais de 24 horas de barco, deitado na rede e escrevendo meu diário de pesquisa passando pelas belezas da ilha grande de Gurupá, até a cidade de Breves e seus rios e estreitos, movimentados de barcos de diferentes calados, vilas e povoados, casas cobertas de palha à beira do rio. 

Uma beleza de estrema grandeza da mata de várzea. às margens do rio amazonas, suas águas amareladas é tão volumosa repleta de canais e palafitas, é uma viagem cansativa pelo fato de você passar muito tempo no barco mais é uma beleza a cada instante em cada cena que podemos ver as belezas interioranas. 

Recordações de Gurupá, quando tinha dezoito anos de idade eu conheci naquele povo a beleza exótica de uma cultura unindo o passado com o presente, minha origem onde jamais neguei e às vezes fico com os olhos cheios de lágrimas, toda vez que me lembro desse tempo que passei lá, toda vez que vejo o mar vem em minha lembrança às embarcações, casas de madeiras sobre palafitas, paisagens naturais e relembro com emoção tudo que vivi logo eu que sempre fui urbano e de repente me vi na zona rural, cercado por uma beleza incomensurável, com pessoas e estilos de vida completamente diferente do meu, foi um tempo de aprendizagem. 

Pensei porque não escrever um livro sobre este município, passei 54 meses no rio mararú e absorvi muita experiência e analisei o cotidiano da vida ribeirinha principalmente no rio mararú.

 

Meu avó Santino Vieira Torres Vice Prefeito de Gurupá, n e meu pai Vavá Torres vereador eleito pelo ARENA II em 1972, com o Governador da época Aluísio Chaves e o Prefeito de Gurupá Juvenal Tavares, explicando as autoridades a tentativa de impeachment do Prefeito, quando o grupo do ARENA II invadiu a residência oficial do Prefeito e colocaram uma arma na cabeça do Prefeito Juvenal Tavares, que assinou carta renuncia, o grupo liderado pelo ARENA II  foi a casa do meu avó Santino Torres por questões de ética não aceitou tal violência e negou-se assumir o cargo de Prefeito, viajando as pressas para o rio mararu, onde tinha uma casa de comercio. 

O Prefeito foi para Belém e trouxe as autoridades para assumir o cargo novamente, meu avó Santino Torres nesta postura politica foi homenageado pelo Governador. 

Cumpriu seu mandato politico e afasta-se da politica, com problemas de saúde muda-se para Belém com ajuda financeira de amigos da irmandade compra uma residência no bairro do Telegrafo tendo como fiador Sr. José Rebelo dono da REICON.

 

Ano de 1948 foi 1° eleição de Prefeito Constitucional de Gurupá Antônio Alberto dos Santos, foi nomeado Intendente municipal em 15/02/1947 pelo interventor José Faustino da Silva até a eleição do 1º Prefeito Constitucional. 

As eleições na cidade de Gurupá estavam entre os partidos PSD e PSP, os candidatos eram o Coletor Federal Sr. Flodoaldo Pontes Pinto e Antemorgenes Mariocai da Fonseca, os candidatos a Vice Prefeito eram em chapas separadas estavam José Libânio de Souza Pará e Abílio Cardoso Lobato; Sendo Flodoaldo Pontes Pinto eleito 1°Prefeito de Gurupá em 11/01/1948. 

A Câmara Municipal de Vereadores constituía com apenas quatro representantes, os eleitos foram: Daniel Pires Serra, Raimunda Machado Tavares (a 1° mulher eleita Vereadora do município), Eulálio Jose dos Santos, Teotônio Manoel Palheta. 

O Padre Clemente Geiger Monsenhor, estava presente na posse do 1° Prefeito Constitucional.

 

RAIMUNDO RIBEIRO DIAS UM GRANDE GURUPAENSE! Filho de Aureliano de Alcântara Dias e de Sebastiana Ribeiro Dias Nasceu em 20 de março de 1915.

Exerceu funções de Fiscal do Município, nomeado pelo Decreto nº 13 de 23 de abril de 1946. 

Nomeado por Decreto nº 11 no dia 31 de março de 1950 para exercer a função de Enfermeiro. 

No dia 20 de outubro de 1951 foi transferido para a seção de protocolo e arquivista, sendo efetivado Enfermeiro no dia 02 de janeiro de 1955 pelo Decreto nº03/55. 

Exerceu as funções de Tesoureiro, nomeado pelo Decreto nº 013/55. 

No dia 23 de fevereiro de 1955. 

Em 1956 licenciou-se para concorrer às eleições para o legislativo municipal. 

Na cidade de Gurupá, uma escola leva seu nome em homenagem aos relevantes serviços prestados nesta cidade. A E.M.E. F Raimundo Ribeiro Dias, construída em 1996, inaugurada e vindo a funcionar em 1998 na esfera estadual passando a ser municipalizada em 2006.

 

Marinho de Abreu Paiva( capitão Marinho Paiva) Nasceu no rio mararú, Filho de Hermenegilda Abreu nasceu no dia 04 de outubro de 1883. 

Na data de 01 de agosto de 1939 foi nomeado por portaria n° 09/39 para exercer as funções de Fiscal Geral da Prefeitura Municipal de Gurupá e responsável pela lancha Dulcinéia de propriedade da prefeitura. 

No Decreto n° 023/48 de 01 de junho de 1948 foi nomeado para exercer os cargos de Fiscal Geral da Prefeitura e Administrador do mercado e do trapiche municipal. 

Com a venda de um seringal no rio mararú, e com conhecimento de pessoas importantes na capital, sabendo de seus serviços importantes na comunidade católica e seriedade, consegui comprar a patente de Capitão da antiga Guarda Nacional.

 

JOSÉ LIBANIO DE SOUZA PARÁ Nasceu no dia 30 de janeiro de 1910, foi nomeado em 1932 para exercer o cargo de trapicheiro, em 1946 exerceu o cargo de Secretário Contador na gestão do Intendente municipal Wortigem Castelo Branco, 1947 foi nomeado para o cargo de Fiscal geral da Prefeitura. 

Em 1948 efetivado como Contador, em 1953 foi designado para proceder ao inventario municipal existente no almoxarifado. 

Em 1955 foi nomeado Secretário interino, em 1950 se se licenciou para concorrer às eleições municipais para o cargo de vereador pelo Partido Social Democrático, sendo eleito em 03 de outubro de 1951.